Eu vou te contar que você não me conhece
E eu tenho que gritar isso
Porque você está surdo e não me ouve
A sedução me escraviza a você
Ao fim de tudo você permanece comigo
Mas preso ao que eu criei
E não a mim
E quanto mais falo sobre a verdade inteira
Um abismo maior nos separa
Você não tem um nome e eu tenho
Você é um rosto na multidão
E eu sou o centro das atenções
Mas há mentira na aparência do que eu sou
E há mentira na aparência do que você é
Porque eu não sou o meu nome
E você não é ninguém
O jogo perigoso que eu pratico aqui
Busca chegar no limite possível de aproximação
Através da aceitação da distância
Ou do reconhecimento dela
Entre eu e você
Existe a notícia que nos separa
Eu quero que você me veja nu
Eu me dispo da notícia
E a minha nudez parada
Me denuncia e te espelha
Eu me dilato
Tu me relatas
Eu nos acuso e confesso por nós
Assim me livro das palavras
Com as quais você me veste.
[Fauzi Arap]
MUITO BOA ESSA POESIA,GOSTO MUITO DO SEU BLOG.PARABENS (www.olagoense.blogspot.com)
ResponderExcluirFazer o possível para ser algo além de mim, talvez ser você como se fosse eu mesmo. Estranho, por isso delicioso.
ResponderExcluirGrato e volte sempre Robério.
ResponderExcluirEsse é a verdade de uma amor que quase existiu na minha vida. E eu me despi de tudo, minha publicou-se na vida e eu ainda não consegui vesti-la.
ResponderExcluirDigo: esse "Poema"...
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