25 de dezembro de 2010

É Possível...

Acredito que um dia será possível...
não me calar diante da injustiça
que não por acaso,
reina por todo canto que passo.

Acredito, também,
que é urgente,
não só o despertar
mas, sobretudo,
o construir e o solidificar
dos sentimentos comprometidos
com o bem viver coletivo.

E acredito nisso com a delicadeza
de uma criança que é “amamentada por sua mãe”
e com a relevância de um homem
que a noite se deita e sente em seu corpo
as marcas nuas de seu semelhante
do qual teima em transformá-lo.
( gente se transforma mutuamente)

Sei que um novo e melhor mundo virá,
e não será por milagre,
mas por iniciativa de nossa organização.
E isto, que fique bem claro,
não é apenas uma esperança,
é a certeza plena de que gente é gente
não só pra lutar mas pra viver com confiança.

Aos indiferentes,
eu respondo com a terna poesia
que sempre busco
repartindo com eles,
não só o amor que persigo,
mas, também, o novo e melhor mundo
que virá envolto
a uma clara evidência:
ser feliz é fruto da capacidade
de se proteger das limitações do outro
e de se re-encantar com as possibilidades
que a vida nos apresenta.

(Razek Seravhat)

19 de dezembro de 2010

SILÊNCIO


Perguntas são,
Somente são.
Existem,
revelam-se em vão.

Respostas prontas?
Dissimulação!
Palavras quantas,
frases insanas.

"O silêncio fere, constrange
a razão
". Ilusão!
Sonho, desejo calado, por si, então,
amordaçados estão?

Aflição!
Calma, rouca, boca.
Provocadora!
Em mim, dentro, toda
Provoca dor, indecisão.



Prof. Dr. Jean Mac Cole Tavares Santos
Faculdade de Educação - UERN
Tutor do PET Pedagogia
Grupo de Estudo e Pesquisa em Educação, Estado e Sociedade - GEPEES
Grupo de Leitura e Pesquisa em Paulo Freire e Educação Popular - LEFREIRE

11 de dezembro de 2010

Para refletir.

Diz a Declaração Universal dos Direitos Humanos:

Artigo IV
Ninguém será mantido em escravidão ou servidão, a escravidão e o tráfico de escravos serão proibidos em todas as suas formas.

- Mas hoje os escravos são brancos, negros e mulatos? E ganham um mínimo para acreditarem que não são explorados.


Artigo XVIII
        Toda pessoa tem direito à liberdade de pensamento, consciência e religião; este direito inclui a liberdade de mudar de religião ou crença e a liberdade de manifestar essa religião ou crença, pelo ensino, pela prática, pelo culto e pela observância, isolada ou coletivamente, em público ou em particular.

- Teu pensamento é livre? O que é a alienação e como ela se manifesta?

Artigo XIX
        Toda pessoa tem direito à liberdade de opinião e expressão; este direito inclui a liberdade de, sem interferência, ter opiniões e de procurar, receber e transmitir informações e idéias por quaisquer meios e independentemente de fronteiras.

- Você é realmente livre para poder se expressar?

Artigo XXV
        1. Toda pessoa tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar a si e a sua família saúde e bem estar, inclusive alimentação, vestuário, habitação, cuidados médicos e os serviços sociais indispensáveis, e direito à segurança em caso de desemprego, doença, invalidez, viuvez, velhice ou outros casos de perda dos meios de subsistência fora de seu controle.   
        2. A maternidade e a infância têm direito a cuidados e assistência especiais. Todas as crianças nascidas dentro ou fora do matrimônio, gozarão da mesma proteção social.

- E as famílias que não possuem o mínimo, o básico para uma vida digna? E as crianças que morrem todos os dias? Onde estão os direitos delas?


- # -
Utilizando quatro descrições de direitos previstos pela Declaração Universal e fazendo perguntas curtas ao fim de cada descrição, na intenção de serem respondidas segundo seus conhecimentos e experiências próprias; faço duas últimas perguntas:

Quantos dos direitos humanos são, de fatos, cumpridos?
Quando nós realmente teremos direito aos nossos direitos humanos?


6 de dezembro de 2010

ATÉ TU, CRISTO?


Finalmente, o Estado resolveu o problema da violência do narcotráfico no Rio de Janeiro. Foi só aumentar a violência do Estado maquiavélico em detrimento da educação, saúde, lazer, cultura, esporte. Violência se paga com violência, graças a Deus, a Pátria e a Família?

Veja mais no BLOG CARCARÁ REI: http://carcararei.blogspot.com/

Poema para recomeçar

O último botão de um jardim tão florido
foi destruído pétala por pétala.
Aquela perseverança própria da semente
desgerminou, não mais brotou...
Reduziu-se a pó
Deixaram a vida morrer,
o colorido desbotar,
o beija-flor não beijar,
o coração corromper-se.

(Razek Seravhat)

27 de novembro de 2010

água, pedra e sal

Há algo no animal que não é ruim
Que é simples marfim
Nesse chão principal
Há algo no animal que não tem a perder
Já que o prazer de viver
É água, pedra e sal.

23 de novembro de 2010

Resposta

Sonhei ser poeta desde a infância.
Poetisa não. Poeta!
Com toda a minha loucura
e esta eterna ternura
que coabitam minha calma.
Ora Jean Cocteau,o papel funcional da poesia
é aliviar os poetas das dores e desilusões que seriam desaproveitadas.
Quem disse que não é arte escrever sobre a alma?

ah,essa minha pureza e sensibilidade irritantes...são irmãs gêmeas das quais eu não consigo me livrar.
eu queria ser venenosa,mas minha alma é um colibri silencioso e agitado como o fundo do mar...
Como coisa indefinida que não há com o que comparar.

22 de novembro de 2010

Asu, carne de cachorro

Certo dia, Dulcinéia pareceu estar com uma barriguinha visivelmente mais inchada que da última vez que parei pra prestar atenção. Não deu outra, não é que a moleca estava mesmo prenha? Passei, então, a ter mais cuidado com o que ela comia, Quixote até que ficou com um pouquinho de ciúme, mas logo entendeu que poderia tomar vantagem no que estava no prato da namorada.
A questão é que, ao mesmo tempo em que a gente ficava muito feliz com aumento da família, sabíamos que o trabalho em Timor já estava no fim e, querendo ou não, contávamos os dias para voltar para o Brasil. A alegria logo se transformou também em preocupação, já que neste país não se costuma criar cães como animais de estimação, e a gente sabe o que isso significa na vida dos bichos.
Na madrugada de sábado para domingo, Grazi ouviu uns grunhidos da cadela e no dia seguinte a barriguinha da danada estava mesmo vazia.
- Eu cho que Dulcinéia deu cria.
- Que é isso, moça, eu não vi nem um filhote no jardim.
Mas foi só eu ir cortar as folhas da bananeira pra bichinha aparecer aos latidos e saltitante, fazendo que ia correr, como se quisesse me mostrar alguma coisa. E foi, no meio dos entulhos da dispensa, num local mais quieto e quentinho, estavam lá, as cinco bolinhas de pelo dela.
Na segunda-feira, amanheci decidida a encontrar um novo lar para os filhotes quando topei com a professora Maria na Escola.
- Professora, minha cachorrinha deu cria. Estou tão preocupada, porque não tenho com quem deixar. A senhora não sabe quem gostaria de ter cachorrinhos?
- A professora pode deixar todos comigo.
Fiz cara de surpresa.
- Mas ficar com todos?
- Eu tenho uma casa grande em Liquiça, cheia de crianças, pode deixar.
- Ah, então antes de ir embora tenho que dar um jeito de ir até às montanhas pra deixá-los na sua casa.
- Não precisa, professora, pode deixar que venho buscar em Díli.
Pois num é que consegui resolver o caso ligeirinho? Cheguei em casa, pus comida pros cachorros...
- Oh, Graziela, será que a D. Maria de Fátima come cachorro?

21 de novembro de 2010

Impávido

Procure pelo abraço escondido nos braços do amigo que ainda não conheceu.
Jogue fora o embaraço.Não durma!!! Seja de aço (para viver o que não viveu).
Sempre há muito o que saber;
sim,"todos um dia vamos morrer",
mas não pense nisso agora!
Então,corra como o vento,
aproveite o seu momento,
desfrute a sua hora!

20 de novembro de 2010

eu sou feita de sonho,
do lado que não se mostra
do verso e da prosa
de noites sem dormir...

aquela que era encanto
hoje é desejo e pranto
saudade sem esperança
numa mulher,uma criança
uma dança que eu nunca vi.

um braseiro de vontade
calmaria em tempestade
de amor em solidão

o poema inacabado
o verso que entorna o fado
o rosto triste que abriga os olhos
do espírito despedaçado...

sem nome

Conto os anos,a passos fundos do interior de meu quintal.
A vida passa...e eu dou-lhe "bom-dia" à janela,na padaria...salve o pão de cada dia!!
Bendita seja toda loucura,dessa minha tola procura por coisa que não existe,abandonada.
Hoje sou mais lobisomem que sereia,encontrei meu recanto à lua cheia e uivo de nostalgia.
Gastando a vida na tentativa de ser um dia,algo que comigo não combinaria.
Se sou urso polar,o mundo vira Atlântico Sul.
Se sou Pólo Norte,o mundo vira pinguim!
E vagando pela vida assim,uma soma de eu mais não sei quem...
Uma procura que não tem fim.

18 de novembro de 2010

Racismo é Burrice - Gabriel pensador

A CARTA DA TERRA

A CARTA DA TERRA

PREÂMBULO

Estamos diante de um momento crítico na história da Terra, numa época em que a humanidade deve escolher o seu futuro. À medida que o mundo torna-se cada vez mais interdependente e frágil, o futuro enfrenta, ao mesmo tempo, grandes perigos e grandes promessas. Para seguir adiante, devemos reconhecer que no meio de uma magnífica diversidade de culturas e formas de vida, somos uma família humana e uma comunidade terrestre com um destino comum. Devemos somar forças para gerar uma sociedade sustentável global baseada no respeito pela natureza, nos direitos humanos universais, na justiça econômica e numa cultura da paz. Para chegar a este propósito, é imperativo que, nós, os povos da Terra, declaremos nossa responsabilidade uns para com os outros, com a grande comunidade da vida, e com as futuras gerações.

Terra, Nosso Lar

A humanidade é parte de um vasto universo em evolução. A Terra, nosso lar, está viva com uma comunidade de vida única. As forças da natureza fazem da existência uma aventura exigente e incerta, mas a Terra providenciou as condições essenciais para a evolução da vida. A capacidade de recuperação da comunidade da vida e o bem-estar da humanidade dependem da preservação de uma biosfera saudável com todos seus sistemas ecológicos, uma rica variedade de plantas e animais, solos férteis, águas puras e ar limpo. O meio ambiente global com seus recursos finitos é uma preocupação comum de todas as pessoas. A proteção da vitalidade, diversidade e beleza da Terra é um dever sagrado.

A Situação Global

Os padrões dominantes de produção e consumo estão causando devastação ambiental, redução dos recursos e uma massiva extinção de espécies. Comunidades estão sendo arruinadas. Os benefícios do desenvolvimento não estão sendo divididos equitativamente e o fosso entre ricos e pobres está aumentando. A injustiça, a pobreza, a ignorância e os conflitos violentos têm aumentado e é causa de grande sofrimento. O crescimento sem precedentes da população humana tem sobrecarregado os sistemas ecológico e social. As bases da segurança global estão ameaçadas. Essas tendências são perigosas, mas não inevitáveis.

Desafios Para o Futuro

A escolha é nossa: formar uma aliança global para cuidar da Terra e uns dos outros, ou arriscar a nossa destruição e a da diversidade da vida. São necessárias mudanças fundamentais dos nossos valores, instituições e modos de vida. Devemos entender que quando as necessidades básicas forem atingidas, o desenvolvimento humano é primariamente ser mais, não, ter mais. Temos o conhecimento e a tecnologia necessários para abastecer a todos e reduzir nossos impactos ao meio ambiente. O surgimento de uma sociedade civil global está criando novas oportunidades para construir um mundo democrático e humano. Nossos desafios ambientais, econômicos, políticos, sociais e espirituais estão interligados e juntos podemos forjar soluções includentes.

Responsabilidade Universal

Para realizar estas aspirações devemos decidir viver com um sentido de responsabilidade universal, identificando-nos com toda a comunidade terrestre bem como com nossa comunidade local. Somos ao mesmo tempo cidadãos de nações diferentes e de um mundo no qual a dimensão local e global estão ligadas. Cada um comparte responsabilidade pelo presente e pelo futuro, pelo bem estar da família humana e do grande mundo dos seres vivos. O espírito de solidariedade humana e de parentesco com toda a vida é fortalecido quando vivemos com reverência o mistério da existência, com gratidão pelo presente da vida, e com humildade considerando o lugar que ocupa o ser humano na natureza.

Necessitamos com urgência de uma visão de valores básicos para proporcionar um fundamento ético à emergente comunidade mundial. Portanto, juntos na esperança, afirmamos os seguintes princípios, todos interdependentes, visando um modo de vida sustentável como critério comum, através dos quais a conduta de todos os indivíduos, organizações, empresas de negócios, governos e instituições transnacionais será guiada e avaliada.

PRINCÍPIOS

I. RESPEITAR E CUIDAR DA COMUNIDADE DE VIDA

1. Respeitar a Terra e a vida em toda sua diversidade.

a. Reconhecer que todos os seres são interligados e cada forma de vida tem valor, independentemente do uso humano.

b. Afirmar a fé na dignidade inerente de todos os seres humanos e no potencial intelectual, artístico, ético e espiritual da humanidade.

2. Cuidar da comunidade da vida com compreensão, compaixão e amor.

a. Aceitar que com o direito de possuir, administrar e usar os recursos naturais vem o dever de impedir o dano causado ao meio ambiente e de proteger o direito das pessoas.

b. Afirmar que o aumento da liberdade, dos conhecimentos e do poder comporta responsabilidade na promoção do bem comum.

3. Construir sociedades democráticas que sejam justas, participativas, sustentáveis e pacíficas.

a. Assegurar que as comunidades em todos níveis garantam os direitos humanos e as liberdades fundamentais e dar a cada uma a oportunidade de realizar seu pleno potencial.
b. Promover a justiça econômica propiciando a todos a consecução de uma subsistência significativa e segura, que seja ecologicamente responsável.

4. Garantir a generosidade e a beleza da Terra para as atuais e as futuras gerações.
a. Reconhecer que a liberdade de ação de cada geração é condicionada pelas necessidades das gerações futuras.
b. Transmitir às futuras gerações valores, tradições e instituições que apoiem, a longo termo, a prosperidade das comunidades humanas e ecológicas da Terra.

Para poder cumprir estes quatro extensos compromissos, é necessário:

II. INTEGRIDADE ECOLÓGICA

5. Proteger e restaurar a integridade dos sistemas ecológicos da Terra, com especial preocupação pela diversidade biológica e pelos processos naturais que sustentam a vida.

a. Adotar planos e regulações de desenvolvimento sustentável em todos os níveis que façam com que a conservação ambiental e a reabilitação sejam parte integral de todas as iniciativas de desenvolvimento.

b. Estabelecer e proteger as reservas com uma natureza viável e da biosfera, incluindo terras selvagens e áreas marinhas, para proteger os sistemas de sustento à vida da Terra, manter a biodiversidade e preservar nossa herança natural.

c. Promover a recuperação de espécies e ecossistemas em perigo.

d. Controlar e erradicar organismos não-nativos ou modificados geneticamente que causem dano às espécies nativas, ao meio ambiente, e prevenir a introdução desses organismos daninhos.

e. Manejar o uso de recursos renováveis como a água, solo, produtos florestais e a vida marinha com maneiras que não excedam as taxas de regeneração e que protejam a sanidade dos ecossistemas.

f. Manejar a extração e uso de recursos não renováveis como minerais e combustíveis fósseis de forma que diminua a exaustão e não cause sério dano ambiental.

6. Prevenir o dano ao ambiente como o melhor método de proteção ambiental e quando o conhecimento for limitado, tomar o caminho da prudência.

a. Orientar ações para evitar a possibilidade de sérios ou irreversíveis danos ambientais mesmo quando a informação científica seja incompleta ou não conclusiva.

b. Impôr o ônus da prova àqueles que afirmam que a atividade proposta não causará dano significativo e fazer com que os grupos sejam responsabilizados pelo dano ambiental.

c. Garantir que a decisão a ser tomada se oriente pelas conseqüências humanas globais, cumulativas, de longo termo, indiretas e de longa distância.

d. Impedir a poluição de qualquer parte do meio ambiente e não permitir o aumento de sustâncias readioativas, tóxicas ou outras substâncias perigosas.

e. Evitar que atividades militares causem dano ao meio ambiente.

7. Adotar padrões de produção, consumo e reprodução que protejam as capacidades regenerativas da Terra, os direitos humanos e o bem-estar comunitário.

a. Reduzir, reutilizar e reciclar materiais usados nos sistemas de produção e consumo e garantir que os resíduos possam ser assimilados pelos sistemas ecológicos.

b. Atuar com restrição e eficiência no uso de energia e recorrer cada vez mais aos recursos energéticos renováveis como a energia solar e a do vento.

c. Promover o desenvolvimento, a adoção e a transferência equitativa de tecnologias ambientais saudáveis.

d. Incluir totalmente os custos ambientais e sociais de bens e serviços no preço de venda e habilitar aos consumidores identificar produtos que satisfaçam as mais altas normas sociais e ambientais.

e. Garantir acesso universal ao cuidado da saúde que fomente a saúde reprodutiva e a reprodução responsável.

f. Adotar estilos de vida que acentuem a qualidade de vida e o suficiente material num mundo finito.

8. Avançar o estudo da sustentabilidade ecológica e promover a troca aberta e uma ampla aplicação do conhecimento adquirido.

a. Apoiar a cooperação científica e técnica internacional relacionada à sustentabilidade, com especial atenção às necessidades das nações em desenvolvimento.

b. Reconhecer e preservar os conhecimentos tradicionais e a sabedoria espiritual em todas as culturas que contribuem para a proteção ambiental e o bem-estar humano.

c. Garantir que informações de vital importância para a saúde humana e para a proteção ambiental, incluindo informação genética, estejam disponíveis ao domínio público.

III. JUSTIÇA SOCIAL E ECONÔMICA

9. Erradicar a pobreza como um imperativo ético, social, econômico e ambiental.

a. Garantir o direito à água potável, ao ar puro, à segurança alimentar, aos solos não contaminados, ao abrigo e saneamento seguro, distribuindo os recursos nacionais e internacionais requeridos.

b. Prover cada ser humano de educação e recursos para assegurar uma subsistência sustentável, e dar seguro social [médico] e segurança coletiva a todos aqueles que não são capazes de manter-se a si mesmos.

c. Reconhecer ao ignorado, proteger o vulnerável, servir àqueles que sofrem, e permitir-lhes desenvolver suas capacidades e alcançar suas aspirações.

10. Garantir que as atividades econômicas e instituições em todos os níveis promovam o desenvolvimeto humano de forma eqüitativa e sustentável.

a. Promover a distribuição eqüitativa da riqueza dentro e entre nações.

b. Incrementar os recursos intelectuais, financeiros, técnicos e sociais das nações em desenvolvimento e aliviar as dívidas internacionais onerosas.

c. Garantir que todas as transações comerciais apoiem o uso de recursos sustentáveis, a proteção ambiental e normas laborais progressistas.

d. Exigir que corporações multinacionais e organizações financeiras internacionais atuem com transparência em benefício do bem comum e responsabilizá-las pelas conseqüências de suas atividades.

11. Afirmar a igualdade e a eqüidade de gênero como pré-requisitos para o desenvolvimento sustentável e assegurar o acesso universal à educação, ao cuidado da saúde e às oportunidades econômicas.

a. Assegurar os direitos humanos das mulheres e das meninas e acabar com toda violência contra elas.

b. Promover a participação ativa das mulheres em todos os aspectos da vida econômica, política, civil, social e cultural como parceiros plenos e paritários, tomadores de decisão, líderes e beneficiários.

c. Fortalecer as famílias e garantir a segurança e a criação amorosa de todos os membros da família.

12. Defender, sem discriminação, os direitos de todas as pessoas a um ambiente natural e social, capaz de assegurar a dignidade humana, a saúde corporal e o bem-estar espiritual, dando especial atenção aos direitos dos povos indígenas e minorias.

a. Eliminar a discriminação em todas suas formas, como as baseadas na raça, cor, gênero, orientação sexual, religião, idioma e origem nacional, étnica ou social.
b. Afirmar o direito dos povos indígenas à sua espiritualidade, conhecimentos, terras e recursos, assim como às suas práticas relacionadas a formas sustentáveis de vida.

c. Honrar e apoiar os jovens das nossas comunidades, habilitando-os para comprir seu papel essencial na criação de sociedades sutentáveis.

d. Proteger e restaurar lugares notáveis, de significado cultural e espiritual.

IV. DEMOCRACIA, NÃO VIOLÊNCIA E PAZ

13. Fortalecer as instituições democráticas em todos os níveis e proporcionar-lhes transparência e prestação de contas no exercício do governo, a participação inclusiva na tomada de decisões e no acesso à justiça.

a. Defender o direito a todas as pessoas de receber informação clara e oportuna sobre assuntos ambientais e todos os planos de desenvolvimento e atividades que poderiam afetá-las ou nos quais tivessem interesse.

b. Apoiar sociedades locais, regionais e globais e promover a participação significativa de todos os indivíduos e organizações na toma de decisões.

c. Proteger os direitos à liberdade de opinião, de expressão, de assembléia pacífica, de associação e de oposição [ou discordância].

d. Instituir o acesso efetivo e eficiente a procedimentos administrativos e judiciais independentes, incluindo mediação e retificação dos danos ambientais e da ameaça de tais danos.
e. Eliminar a corrupção em todas as instituições públicas e privadas.

f. Fortalecer as comunidades locais, habilitando-as a cuidar dos seus próprios ambientes e designar responsabilidades ambientais a nível governamental onde possam ser cumpridas mais efetivamente.

14. Integrar na educação formal e aprendizagem ao longo da vida os conhecimentos, valores e habilidades necessárias para um modo de vida sustentável.

a. Oferecer a todos, especialmente a crianças e jovens, oportunidades educativas que os habilite a contribuir ativamente para o desenvolvimento sustentável.

b. Promover a contribuição das artes e humanidades assim como das ciências na educação sustentável.

c. Intensificar o papel dos meios de comunicação de massas no sentido de aumentar a conscientização dos desafios ecológicos e sociais.
d. Reconhecer a importância da educação moral e espiritual para uma subsistência sustentável.
15. Tratar todos os seres vivos com respeito e consideração.

a. Impedir crueldades aos animais mantidos em sociedades humanas e diminuir seus sofrimentos.

b. Proteger animais selvagens de métodos de caça, armadilhas e pesca que causem sofrimento externo, prolongado ou evitável.

c. Evitar ou eliminar ao máximo possível a captura ou destruição de espécies que não são o alvo [ou objetivo].

16. Promover uma cultura de tolerância, não violência e paz.

a. Estimular e apoiar os entendimentos mútuos, a soliedariedade e a cooperação entre todas as pessoas, dentro e entre nações.

b. Implementar estratégias amplas para prevenir conflitos violentos e usar a colaboração na resolução de problemas para manejar e resolver conflitos ambientais e outras disputas.

c. Desmilitarizar os sistemas de segurança nacional até chegar ao nível de uma postura não provocativa da defesa e converter os recursos militares em propósitos pacíficos, incluindo restauração ecológica.

d. Eliminar armas nucleares, biológicas e tóxicas e outras armas de destruição de massa.
e. Asegurar que o uso de espaços orbitais e exteriores mantenham a proteção ambiental e a paz.
f. Reconhecer que a paz é a integridade criada por relações corretas consigo mesmo, com outras pessoas, outras culturas, outras vidas, com a Terra e com o grande Todo do qual somos parte.

O CAMINHO ADIANTE

Como nunca antes na história o destino comum nos conclama a buscar um novo começo. Tal renovação é a promessa dos princípios da Carta da Terra. Para cumprir esta promessa, temos que comprometer-nos a adotar e promover os valores e objetivos da Carta.

Isto requer uma mudança na mente e no coração. Requer um novo sentido de interdependência global e de responsabilidade universal. Devemos desenvolver e aplicar com imaginação a visão de de um modo de vida sustentável a nível local, nacional, regional e global. Nossa diversidade cultural é uma herança preciosa e diferentes culturas encontrarão suas próprias e distintas formas de realizar esta visão. Devemos aprofundar e expandir o diálogo global gerado pela Carta da Terra, porque temos muito que aprender da continuada busca de verdade e de sabedoria.

A vida muitas vezes envolve tensões entre valores importantes. Isto pode significar escolhas difíceis. Porém necessitamos encontrar caminhos para harmonizar a diversidade com a unidade, o exercício da liberdade com o bem comum, objetivos de curto prazo com metas de longo prazo. Todo indivíduo, família, organização e comunidade têm um papel vital a desempenhar. As artes, as ciências, as religiões, as instituições educativas, os meios de comunicação, as empresas, as organizações não governamentais e os governos são todos chamados a oferecer uma liderança criativa. A parceria entre governo, sociedade civil e empresa é essencial para uma governabilidade efetiva.

Para construir uma comunidade global sustentável, as nações do mundo devem renovar seu compromisso com as Nações Unidas, cumprir com suas obrigações respeitando os acordos internacionais existentes e apoiar a implementação dos princípios da Carta da Terra junto com um instrumento internacional legalmente vinculante com referência ao ambiente e ao desenvolvimento.

Que o nosso tempo seja lembrado pelo despertar de uma nova reverência face à vida, por um compromisso firme de alcançar a sustentabilidade, pela rápida luta pela justiça e pela paz e pela alegre celebração da vida.

16 de novembro de 2010

QUANDO SECAR O RIO DE MINHA INFÂNCIA (poema)

     QUANDO SECAR O RIO DE MINHA INFÂNCIA
     

QUANDO SECAR O RIO DE MINHA INFÂNCIA
SECARÁ TODA DOR.
QUANDO OS REGATOS LÍMPIDOS DO MEU SER SECAR,
MINH'ALMA PERDERÁ SUA FORÇA.
BUSCAREI, ENTÃO, PASTAGENS DISTANTES
- LÁ ONDE O ÓDIO NÃO TEM TETO PARA REPOUSAR.

ALI, ERGUEREI UMA TENDA JUNTO AOS BOSQUES,
TODAS AS TARDES ME DEITAREI NA RELVA,
E NOS DIAS SILENCIOSOS FAREI MINHA ORAÇÃO:
MEU ETERNO CANTO DE AMOR:  EXPRESSÃO PURA DE MINHA
MAIS PROFUNDA ANGÚSTIA
NOS DIAS PRIMAVERIS, COLHEREI FLORES
PARA MEU JARDIM DA SAUDADE.
ASSIM, EXTERMINAREI A LEMBRANÇA DE UM PASSADO SOMBRIO.


(PARIS, 12 DE OUTUBRO DE 1972. POEMA DE FREI TITO DE ALENCAR, ENCONTRADO DEPOIS DE SUA MORTE NO QUARTO ONDE MORAVA. UM JOVEM FRADE, ALEGRE, BEM-HUMORADO, É PRESO DOIS MESES DEPOIS DE COMPLETAR 24 ANOS, ACUSADO DE SUBVERSÃO. TORTURADO IMPLACAVELMENTE, FREI TITO NUNCA MAIS CONSEGUIRIA APAGAR DO CORPO - E DA ALMA - AS MARCAS DA CRUELDADE DE QUE FOI VÍTIMA. SUA MORTE FICOU PARA A HISTÓRIA COMO UM DOS CAPÍTULOS MAIS CONTUNDENTES DO TERROR PATROCINADO PELA DITADURA MILITAR BRASILEIRA. EXTRAÍDO DO LIVRO "FREI TITO" DE SOCORRO ACIOLI. EDIÇÕES DEMÓCRITO ROCHA.)

14 de novembro de 2010

Plínio de Arruda Sampaio lança livro na próxima quarta-feira.

Plínio Arruda Sampaio lança livro sobre a importância da ação política na próxima quarta-feira, dia 17, às 19h30

Em debate de lançamento, Plínio discutirá algumas questões centrais de seu novo livro, como: quem são os políticos brasileiros? Por que é importante acompanhar os projetos políticos? Como construir atitudes coletivas?


Na próxima quarta-feira, dia 17 de novembro, Plínio Arruda Sampaio lança o livro "Por que participar da política?", pela Editora Sarandi. Com direito a uma palestra do autor, o lançamento terá início às 19h30, na sede do Sindicato dos Professores da Rede Estadual de São Paulo (Praça da República, 282 – Centro/SP, ao lado do metrô).

O livro aborda a formação do Estado brasileiro, os sistemas de governo parlamentarista e presidencialista, a Nova República e os impactos cotidianos da ação política na vida dos brasileiros. Dividido em sete capítulos distribuídos em 64 páginas, a brochura é um convite a que os leitores, especialmente a juventude, conheçam e participem da vida política nacional. O questionamento central da obra é: “o que perdemos por nos desinteressar da política e o que ganhamos procurando entendê-la?”

Aos 80 anos e após percorrer o Brasil de Norte a Sul como candidato do PSOL à presidência da República em 2010, Plínio reitera neste livro seu apreço à organização dos trabalhadores para construir um projeto de superação das mazelas que marcam a história de nosso país – a segregação social e a dependência externa – e avançar em direção ao socialismo.

Plínio Sampaio também é autor de "O capital estrangeiro na agricultura" (1977), "Construindo o Poder Popular" (1982), “O Brasil pode dar certo” (1994), "O que é corrupção" (2010) e dezenas de artigos sobre a realidade brasileira.



10 de novembro de 2010

GRITO DE UMA GUERREIRA




Senti o peso do Estado sobre mim;
Senti o peso do Judiciário sobre mim;
Senti o peso do agronegócio da cana-de-açúcar, que não tem nada de doce, sobre mim;
Em alguns momentos a Cruz também pesava sobre meus ombros.

Qual o mal que eu fiz?
Será que é porque eu sou uma pescadora artesanal?
Será que é pelo fato de nascer e me criar em terras públicas e não ter o título de propriedade?
Será que é pelo fato de não aguentar ver os peixinhos, os caranguejos e os siris mortos pelo vinhoto fedorento da usina e ter que denunciar incansavelmente?

Porque querem tirar das ilhas eu e minha irmã, igual tiraram as 51 famílias que aqui viviam?
Porque querem cortar nossas raízes?
Porque querem nos des-terrar e nos des-águar?
Vocês sabiam que um peixe não vive foram d'água e nem a gente fora do manguezal?

É por isso que vários já morreram depois que foram expulsos das ilhas!
É por isso que Dona Antônia todo os dias sonha com as ilhas! Ela teve derrame e pede todos os dias para Deus levá-la. Dona Cosma também teve derrame!
É por isso que Seu Ivanildo, Dona Antônia, Seu Cavoeiro, Dona Zeza… tomam comprimido para pressão, hábito que não tinha quando moravam nas ilhas.
Será que querem nos matar?!
“Quem me matou foi a usina quando me tirou das ilhas”, uma vez respondeu pra mim Dona Antônia.

Estou sendo obrigada a sair das ilhas, eu e minha irmã.
Não me imagino fora daqui!
Não quero ir para a rua passar fome como os que foram expulsos!
A única coisa que a usina promete e cumpre é a nossa expulsão e uma vida de miséria.

Senti o peso do Estado sobre mim;
Senti o peso do Judiciário sobre mim;
Senti o peso do agronegócio da cana-de-açúcar, que não tem nada de doce, sobre mim;
Em alguns momentos a Cruz também pesava sobre meus ombros.

VOLTO!
VOLTAREMOS!
VAMOS VOLTAR!
SIM, SOU GUERREIRA DAS ILHAS!


Recife, 09 de novembro de 2010.

Dia em que tudo se preparava para a retirada de Maria de Nazareth e Maria das Dores (Graça) das ilhas de Sirinhaém, lugar em que outras 51 famílias também viviam e foram expulsas pela Usina Trapiche. Nazareth e Graça nasceram e se criaram na Ilha Constantino.


Comissão Pastoral da Terra - NE II
Setor de Comunicação e documentação
Contatos: (81) 9663.2716/ (81) 3231.4445
comunicacaocptpe@yahoo.com.br
www.cptpe.org.br

4 de novembro de 2010

O porquê da violência

Idos de fevereiro de 2010, uma hora da manhã, eu e meu esposo voltávamos de um encontro com os amigos caminhando sozinhos sobre uma ponte mal iluminada e cheia de buracos, quando avistamos um grupo de jovens negros, fixados na outra ponta. Alguns deles estavam com um cigarro na boca, escutávamos risadas. Mas não, não é o que você está pensando.

O preconceito não tem apenas um lado antagônico, trata-se de uma artimanha de nossa mente, construída pelo medo e que, provavelmente, já nos livrou de muitas enrascadas durante toda a vida. A falta de preconceito, no entanto, tem muito mais a ensinar. Nós nos preparamos para o assalto, e logo em seguida recebemos um gentil “Boa noite!”, estávamos em Díli, capital do Timor-Leste.

Apesar de Timor ter passado recentemente pela violenta dominação indonésia (que durou 25 anos) e de ter sido reconstruído praticamente do zero a dez anos atrás, sua população se alimentar praticamente todos os dias apenas de arroz e alguns poucos vegetais, Timor-Leste não é um lugar perigoso para se viver.

Com incríveis marcas de até quatro assassinatos por mês para uma população de mais de 200 mil habitantes na capital, me sinto profundamente constrangida de ser natural de uma cidade com quinze assassinatos por final de semana. E o pior é saber que Fortaleza não é a cidade mais violenta do Brasil.

Como professora, muitas coisas aprendi no meu fazer docente, Timor-Leste tem me ensinado bastante sobre o valor da vida, mas saio daqui, aliás, como muitos brasileiros que vivem no exterior, com total horror a nossa violência. Sendo esta uma das principais razões para, mesmo estando em lugar muito pobre e que praticamente só possui um hospital em condições mínimas de atendimento, não ter shoppings centers, fast foods, etc. meu coração se bambear para não querer voltar ao Brasil.

Certamente, alguns estão se perguntando qual o segredo deste lugar, mas eu não tenho respostas fundamentadas em dados científicos. Mas uma coisa eu tenho certeza, que isto não acontece por conta do contingente policial existente, até porque, como tudo em Timor, este ainda está engatinhando e o que se vêem são apenas carros das Nações Unidas passando nas poucas ruas principais que existem. Aponto, entretanto, algo que é a maior característica do povo timorense: o amor aos seus valores culturais. E a cultura timorense compreende paciência, respeito quase que religioso aos mais velhos e um senso de coletividade que eu nunca vi igual e que as crianças aprendem desde pequenas.

30 de outubro de 2010


Ah que saudade da maresia

Da ventania que corria sobre o cais

Ah, saudade daqueles tempos

Que corria sem medo de encontrar

Saudade do céu azul que hoje é cinza

do cheiro de terra molhada

e o prazer em viver que eu sentia

de olhar no porto

sendo louca, esperando o teu barco chegar.

Ah, porque não voltaste para meus braços

Como antes fazia, quando me olhavas ao longe

No mar me comia e eu delirava com seu olhar.

Porque se deixou naufragar,

me deixando ao relento

a beira do mar.


Bia Magalhães

29 de outubro de 2010

João da Cruz e Souza

Intolerância e incompreensão. São dois atributos que definem o que fizeram com o maior representante do simbolismo brasileiro: João da Cruz e Souza. Nascido na ilha que é hoje conhecida como Florianópolis, Cruz e Souza morreu dois anos antes da virada do século XX, mas antes deixou um legado de poesia que tem sido resgatado depois de passado, aproximadamente, longos cem anos do seu passamento. Sabe-se que o poeta simbolista enclausura-se no seu ideal de poesia e não se deixa contaminar pelo desencantamento que é viver num mundo de guerras constantes e conflitos intensos. No caso de Cruz e Souza, é provável que esta regra também seja válida. Ainda assim, essa característica não diminui a importância da sua poesia para a literatura. O livro Broqueis, datado de 1893 reúne alguns dos mais relevantes poemas do simbolismo no Brasil. “Antífona”, é o poema que inaugura o livro e visa sintetizar o sentimento dessa corrente literária. Nunca é demais lembrar que o místico e o espiritual sempre foram uma constante tanto na poética de Cruz e Souza como nos demais poetas que figuraram neste estilo fundamentalmente poético. Digno de nota é a curiosa inovação ocorrida e consagrada no simbolismo. O emprego de letras maiúsculas no meio de versos. Como se pode constatar na obra do poeta que ficou conhecido como o “*Cisne Negro”. Confira, abaixo, a última estrofe do poema Antífona.

Tudo! vivo e nervoso e quente e forte,

Nos turbilhões quiméricos do Sonho,

Passe, cantando, ante o perfil medonho

E o tropel cabalístico da Morte...

22 de outubro de 2010

Camaradas: Michael Lowy hoje no PSOL Ce.

Camaradas: Michael Lowy hoje no PSOL Ce.: "Agenda de Michael Löwy hoje em Fortaleza 22/10 (sexta-feira) – Auditório do Departamento de História da UFC às 14h Tema: “O Marxism..."

Camaradas: AMBEV persegue sindicalista de luta, Joaquim "Boc...

Camaradas: AMBEV persegue sindicalista de luta, Joaquim "Boc...: " Normal 0 21 false false false PT-BR X-NONE X-NONE ..."

José Arbex renuncia ao Conselho Editorial do Jornal Brasil de Fato

Car@s

Acabo de ler a versão virtual da tiragem especial sobre eleições.

Tenho dois comentários e algumas considerações:

1. Tecnicamente, o jornal atingiu o auge. A apresentação está tecnicamente perfeita, bonita, agradável, acessível.
2. Politicamente, o jornal também atingiu o auge, no sentido de ter chegado a um limite: não se trata mais de um jornal, mas sim de um panfleto especial sobre as eleições. Para mim, isso significa a morte do jornal Brasil de Fato e o nascimento oficial de mais um órgão chapa branca. Um órgão tecnicamente perfeito, mas politicamente subordinado ao lulismo.

Sem entrar no mérito das posições, é conhecido o fato de que vários setores da esquerda não apoiam a candidatura Dilma, embora sejam contrários à candidatura Serra. Plínio de Arruda Sampaio, por exemplo, acaba de lançar um manifesto propondo o voto nulo. Eu mesmo me manifestei contrário ao apoio a Dilma, embora não tenha defendido o voto nulo. E a posição dos companheiros da Refundação Comunista é favorável ao voto em Dilma, mas com todos os "mas", "senões" e "talvez" que desaparecem da edição especial: o lema da Refundação, se não estou enganado, é: "derrotar Serra nas urnas e a Dilma nas ruas", o que está longe de transformar Dilma em ícone da redenção nacional (coisa que a edição especial faz, na pratica, sem o menor pudor).

O jornal Brasil de Fato, obviamente, só considera digna de publicação no especial sobre as eleições a posição que apoia explicitamente a candidatura Dilma. O jornal Brasil de Fato, ao fazê-lo, pratica a mesma operação que Altamiro Borges corretamente critica na própria edição especial, só que inverte o sinal: o Brasil de Fato se torna um palanque para a Dilma, precisamente como a "grande mídia" é um palanque de Serra. Pior ainda: ao considerar legítima e merecedora de publicação apenas uma determinada posição, descartando liminarmente todas as outras que existem no interior do Conselho Editorial, o jornal passa a impressão pública (exposta em 2 milhões de exemplares) de que há uma unanimidade no interior do conselho: trata-se de uma prática sórdida e bem conhecida, consagrada na época que um certo Josef comandava o regime de terror na URSS.

Diante disso, minha posição na Conselho Editorial se torna insustentável. Sei que ocorreu algo semelhante em 2006, mas voltei a integrar o jornal, na época, por considerar que o MST era muito maior, muito mais importante, muito mais vital do que eventuais divergências. Só que a situação agora é qualitativamente nova. O jornal Brasil de Fato transformou-se num planfletão lulista, e isso marca – na minha opinião, obviamente - reflexo de um processo de desmantelamento histórico do MST e de ruptura de uma boa parte da esquerda com sua própria história e princípios éticos. Trata-se de uma debandada tão grande e imunda que permite, entre outras coisas, que lideranças da "esquerda" declarem sem ruborizar o seu apoio ao agronegócio, à aliança com os neocompanheiros José Sarney e Michel Temer e o acobertamento cúmplice e conivente de manobras sórdidas nos corredores palacianos.

Já abordei várias vezes esse tema em reunião do Conselho Editorial e nunca fui levado suficientemente a sério. O MST, que era – sempre na minha opinião – o último grande bastião de resistência à cooptação oficial, está claramente sendo triturado pela máquina do Estado terrorista brasileiro, agora operada pelo lulismo. E tudo em nome do... "combate à direita"! A frase "Dilma não é o governo dos nossos sonhos, mas Serra é o governo de nossos pesadelos", que consagra a posição editorial assumida pelo jornal, pode ser um bom achado de marketing, um ótimo recurso de oratória, uma bela saída para escapar de um dilema político. Mas se o critério for a boa oratória, que se convoque então Carlos Lacerda. Ele tem ótimas lições a dar nesse campo.

Não vou ser cúmplice disso. Nesse mesmo sentido – e embora não seja essa lista o palco para esse debate – coloco em questão a legitimidade de minha permanência à frente da Associação dos Amigos da Escola Nacional Florestan Fernandes (e por isso envio esta carta com cópia à diretoria da AAENFF, a quem peço que remete ao conjunto de seus associados). Encaminho também a algumas outras listas, para que se marque publicamente a minha ruptura com esse trágico desfecho.

Aos vencedores, as batatas.

Abs

jose arbex

link do jornal:

http://www.brasildefato.com.br/node/4460

17 de outubro de 2010

            DENTRO  DO  SER


     Além da exosfera,
espaço cósmico sem ar,
se estende o pensamento sem medida,
vislumbra algo que se espera,
expande no infinito solar,
busca os mistérios da vida,
procura tão longe o que dentro do ser impera.


     Escondido no próprio ser
está o que tanto procura
o Ser Superior e eterno,
imortal espírito que tudo vê,
o princípio que fecunda,
o bem, a verdade, o belo,
o sentido que faz crer.

11 de outubro de 2010

Poema de Leonardo Sampaio/por Nina Gonçalves

Eu vi na minha terra natal

A garota mais bela do lugar

De corpo lindo e perfeito

E faceira no andar

Com belos olhos castanhos

Pra todos admirar.

Mais havia grande defeito

Para o povo daquele lugar

Porque tinha pele negra

Não podia se misturar

Com as minas de cor branca

Nem ao menos coroar

A santa virgem Maria.

Porém um dia resolveram

A negra virar anjo

E de branco lhe pintaram

E colocaram-na no altar

Todos queriam saber

Quem era aquela donzela

Com tanta simpatia

De onde ela viera

Parecendo a virgem Maria.

Na hora de coroar

Os panos dessem no braço

E a pele preta aparece

Virou um grande alvoroço

A festa da coroação

Queriam saber agora

Quem falsificou o anjo

Como pode uma negra dessa

Coroar nossa senhora?

Naquele momento então

O racismo prevaleceu

A menina foi escondida

Porque o público correu

Para o lado do altar

Querendo lhe crucificar

Do jeito que Jesus morreu.

Essa história é verdadeira

Em Abaiara foi o canto

No Cariri do Ceará

Onde uma negra com seu manto

Fez um grande milagre

Com a hóstia saindo sangue

Mas o padre é quem vira santo.

25 de setembro de 2010

Quem já na CASA CIVIL um ESTADO desmantelado ?

Nessa casa já deu tanta baixaria
Ninguém sabe quem é vítima ou vilão
E o chefe não se mete em confusão
PULA
fora da espatifaria
E só volta quando tudo se esfria
Quem na CASA CIVIL viu ESTADO
ERENICE que daria o resultado
Mas, a turma tá dizendo que não erra
Ou DECIDE DILMA VEZ OU SE ENSERRA
Dessa farra realmente o culpado


Se os dados fiscais dos candidatos
Fossem abertos, para população
Numa ampla e fiel divulgação
O acesso para todos(a) era de fato
Uma arma pra evitar espúrios atos
E na Casa civil e no Estado
O corrupto estaria descartado
Pra bem longe procurar a sua terra

De uma vez se decide e se encerra

Era nisso que daria o resultado


Barbalha/Ce, 24 de setembro de 2010,
Francisco de Assis Tiquinho

20 de setembro de 2010

Cinismo de uns ingenuidade de muitos

A milionária “Integração Cearense”

Documentos em poder da Polícia Federal envolvem o governador do Ceará, Cid Gomes, e seu irmão, o deputado Ciro Gomes (PSB) em um esquema de corrupção que desviou 300 milhões de reais das prefeituras do estado entre 2003 e o fim do ano passado. Raimundo Morais Filho, empresário que participava da lambança, deixou tudo registrado em 27 gigas de memória, de que VEJA tem cópia. Laurélia Cavalcante, delegada federal que investiga o caso, foi atropelada por um carro não-identificado nas ruas de Fortaleza. Morais Filho escreveu um outro relato em que se diz ameaçado.

Cid nega qualquer irregularidade. Ciro, que já anunciou a disposição de construir “uma nova hegemonia moral e intelectual no país” diz não conhecer o empresário: “Jamais fiz com ele ou com qualquer pessoa essa sórdida prática que estão querendo me imputar”.

Por Reinaldo Azevedo

19 de setembro de 2010

Anti-manifesto dos Mortais do Lenitivo

Lenitivo

“Não tenhamos pressa, mas não percamos tempo” ( José Saramago)



O Lenitivo, que pretende ser um instrumento de construção do mundo melhor por meio das artes, conta atualmente com sessenta e nove membros, sendo vinte e seis do sexo feminino e quarenta três do sexo oposto, optamos por distribuir assim por que diferenciamos sexo de sexualidade.

Por conta do ritmo de uma vida que não nos dá condições de ter lazer, o Lenitivo, não pode ser uma ferramenta meramente dedicada às artes. Portanto, continuemos nossas atividades em busca do envolvimento de “seres amigos” na tentativa de se conquistar a tão deseja felicidade social, coletiva, e assim podermos dedicar mais tempo de nossas vidas, ao campo da arte.

Apesar da escassez de tempo, da violência que nos assusta, da humanidade que nos amedronta e de Deus que já fez a parte dele nos trazendo pra este belo Planeta, permanecemos firmes no propósito de fazer surgir um "NOVO TEMPO".

Adendo I: Considerando que “Deus" não fez nada, nem a suposta "parte dele", Nós mortais humanos não somos produtos de "Deus", não somos predicados, embora limitados, somos sujeitos do processo histórico! E o Lenitivo não precisa ser provinciano e por isso não toma partido no sentimento religioso! Que cada mortal o faça individualmente. Pelo amor de Deus!

Dito isso, o Lenitivo passa a funcionar com a seguinte estrutura:

O Lenitivo compõe-se de cem mortais cujos ensinamentos serão todos imortais. Por ser uma agremiação que propõe o surgir de um novo tempo não haverá hierarquia. E todos os mortais terão os mesmos direitos.

Para cada mortal será reservado um espaço virtual que receberá a denominação de um movimento social que seja ou que tenha tido como caráter prioritário, a rebeldia diante das injustiças, a indignação por conta da opressão que se faz às minorias ou por se demonstrar em prol do anticapitalismo. Optou-se pelo o nome do movimento e não pelo nome da figura que mais se destacou no movimento escolhido, por discordarmos do personalismo.

Caso o número de mortais exceda a quantidade de movimentos que tenham esta característica, então, o espaço virtual será denominado com um movimento de cunho artístico-cultural.

Nenhum mortal poderá ser expulso mesmo que contrarie os princípios básicos do Lenitivo: o internacionalismo e o anticapitalismo. Não é com a punição que se aprende e sim com convencimentos, perseveranças e argumentos.

Os mortais do Lenitivo encontrar-se-ão uma vez por ano num evento que se chamará Recital de Janeiro e o comparecimento de cada mortal é facultativo. Por sermos a favor da liberdade nada será proibido nem tão pouco obrigatório.

O lenitivocultural.blogspot.com será o veiculo de comunicação, dos mortais do lenitivo.

No Recital de Janeiro será escolhido um mediador que se encarregará de atualizar o lenitivocultural.blogspot.com e sua mediação terá duração de um ano podendo ou não ser prorrogado. O que não impede de outros mortais também colaborarem com esta atualização.

Todos os mortais do lenitivo são por princípio e não por imposição, anticapitalistas, libertários e internacionalistas, portanto, respeitam e defendem qualquer tipo de “manifestação” ambiental, cultural e sexual.

Quando o mediador tiver que tomar alguma decisão importante a respeito do Lenitivo ele deverá consultar por meio de mensagens eletrônicas todos os mortais e deverá considerar como não as mensagens que não foram respondidas.

Se houver alguma urgência ou divergência, caberá ao mediador uma atitude tendo como norte os dois princípios básicos do Lenitivo, e que estará sujeita à contestação de qualquer mortal, afinal, pra que serve um mediador senão pra mediar e com sabedoria?

Desse modo, ficam assim distribuídos os Espaços Virtuais com seus respectivos Mortais:

1. A rebelião indígena em Chiapas – Adelita Monteiro

2. Caldeirão – Adriana Martins

3. Canudos – Adriano Mossoró

4. Revolução Praieira – Airton de Maria

5. MST – Aldo Filho

6. Revolução Russa – Alexandre Uchôa

7. Revolução dos Cravos – Ana Lídia

8. Comuna de Paris – Andreia Lopez

9. Movimento al Socialismo( MAS) – Angeline Carolino

10. Caminho chileno para o socialismo – Anita Abrantes

11.Maio de 68 e os situacionistas – Aurisleide Mourão

12. Revolução zapatista no México – Cícero André

13. Intentona comunista no Brasil – Cleyton Nunes

14. Coluna Prestes – Carlos Alberto Ribeiro

15. Cangaço de Lampião – Edmar Filho

16. Feminismo – Eliosmar Barros

17. Revolução cubana – Erika Gomes

18. Organização da mulher angolona – Flávio Zoetrope

19. Confederação do Equador – Francisco Soares

20. Negritude – Francisco de Assis

21. Revolta do contestado – Gladcya Félix

22. Revolta da Chibata – Graça Mello

23. Revolta dos Males – Jairton Braga

24. Movimento dos Negros Norte-americanos – João Adolfo

25. Resistência dos Indígenas Amaru – João Paulo

26. Cultura engajada – Joatan Júnior

27. Revolução sexual – Josian Morais

28. Anarquismo libertário – Juliana Freitas

29.Guerra de movimento – Júlio César

30. Anarquismo pacifista – Kacá Maciel

31. Semana de Arte Moderna – Lane lima

32. Grêmio Literário – Razek Seravhat

33. Padaria Espiritual – Leonardo L.V.C

34. Cubismo – Luiza Alice

35. Dadaísmo – Luiza Nunes

36. Futurismo – Lucio Leon

37. Surrealismo – Maicon Wender

38. Romantismo Revolucionário – Luênia Aderaldo

39. Revolta da Vacina – Chrystian Marques

40. Barroco – Camilla Borges

41. Bucolismo – Milena Vanessa

42. Poesia Moderna – Natália Aguiar

43. Movimento matemática divertida – Nildes de Maria

44. Poesia Concreta – Nertan Dias

45. Poesia Marginal – Elaine Meireles

46. Simbolismo – Nina Gonçalves

47.Naturalismo – Alessandro Pascoal

48. Realismo – Pollyanne Schenato

49. Pedagogia Crítica – Lilian de Maria

50. Teologia da Libertação – Roberto Cunha

51.Teatro Épico – Juan de Brechó

52.Teatro do Oprimido – Renan Rodrigues

53. Pessoal do Ceará – Roberto Leite

54. Movimento Etnomatemática – Ruben Mousinho

55. Poesia Crítica – Jonas Serafim

56. Heliocentrismo – Simone Souza

57.Crítica Radical – Thadeu Albuquerque

58 Movimentos libertários dos anos 60 – Tiago Silva

59 Liga Campesina – Moésio Mota

60 Movimento antropofágico – Vilamarc Carnaúba

61Poesia Pau Brasil – Wadson Tavares

62 Ciência e sociedade – Waltécio de Oliveira

63Anarquismo Coletivista – William Rodrigues

64 Construtivismo – Wilton Andrade

65 Comitê emergencial de cientistas atômicos – Flávio Tupy

66. Guerra dos Farrapos - Cleidelene Oliveira

67.Literatura de Cordel – Halifas Quaresma

68. Socialismo utópico – Bia Magalhães

69. Ultraromântismo – Laura Virgínia

70. Massafeira – Victor Emmanuel

71. Movimento pela diversidade
...



Juazeiro do Norte, 10 de Setembro de 2010