11 de abril de 2009

CIDADE EM MOVIMENTO O PODER DE MOBILIZAÇÃO

CIDADE EM MOVIMENTO

O poder e a importância de mobilização

O curso Cidade Em Movimento promovido pela a ONG Cearah Periferia nos provou a questionar:
Quem está movimentando a cidade? Quais os interesses? E aonde querem chegar? Pois, toda ação, que movimenta, tem objetivos. E nós militantes de movimentos sociais, como participamos dessa cidade em movimento? Temos clareza do que estamos construindo? Aonde chegaremos? Qual o nosso poder de mobilização? Aliás, mobilizamos por quê? Pra quê? Pra quem?

A mobilização é essencial para construirmos uma cultura de lutas coletivas com a participação popular direta. Uma verdadeira contracultura. Porque o sistema capitalista nos impõe uma visão de personalizar um herói ou uma heroína como salvador (a) da pátria. O povo deve ficar de braços cruzados esperando alguém que o represente, seja, um governante, parlamentar ou um líder comunitário.

Mobilizar numa cultura de política representativa é difícil, porém, não impossível. Para mobilizar é preciso que as pessoas envolvidas tenham objetivo em comum, se identifiquem com as reivindicações. Porque então que no plano diretor participativo de Fortaleza conseguimos mobilizar muitas comunidades de ocupações? Ora, porque o que estava em jogo era as ZEIS (zonas especiais de interesses sociais) que garante o direito a terra para moradia popular. E foi através da unidade do campo popular formado por NUHAB e vários movimentos sociais que tivemos conquistado algumas vitórias importantes, mesmo que para isso tivemos que ceder em outras reivindicações, no entanto se não tivéssemos mantido essa unidade teríamos perdido muito mais.
Mas porque que nas audiências públicas e nos dias de votações do plano diretor na câmara municipal de vereadores não bastavam apenas um representante de cada entidade? Porque é importante a participação das comunidades como parte do processo de formação política. Ora, dizer: “vocês sem terra, sem moradia, sem emprego fiquem em casa, assistindo a novela vale a pena ver de novo que EU vou lutar por vocês. Depois EU volto para dar as boas noticias”. Isso é assistencialismo e só contribui para manter o pobre sempre mais pobre e acomodado, enquanto os ricos opressores agradecem por manter a desigualdade social.

A tarefa do movimento é orientar, animar e lutar junto com a comunidade e nunca fazer por ela. Conscientizar, organizar, mobilizar e lutar por políticas públicas com participação popular é um exercício rumo à democracia direta onde cada mulher e homem seja sujeito de sua historia. E isso só será possível em uma sociedade anti-capitalista, ou seja, no socialismo.



Carlos Alberto Ribeiro
membro do Movimento Grito de Juventude e Coordenador da Central de Movimento Populares do Ceará

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Ternura Sempre...