29 de dezembro de 2012

RELIGIÃO


RELIGIÃO (Gibran)



Texto

E um velho sacerdote disse: Fala-nos da Religião.

E ele respondeu:
Terei falado de outra coisa até agora?

Não será a religião senão todos os atos e toda a reflexão, e tudo aquilo que não é ato nem reflexão, mas encantamento e surpresa sempre emergentes da alma, mesmo quando as mãos talham a pedra ou trabalham no tear?

Quem poderá separar a sua fé das suas ações, ou as suas crenças das suas ocupações?

Quem pode estender as suas horas perante ele dizendo, "Isto é para Deus e isto é para mim, isto é para a minha alma e isto para o meu corpo?"

Todas as vossas horas são asas que voam no espaço de um eu para o outro eu.

Aquele que usa a sua moral como a sua melhor indumentária faria melhor se andasse nu.

O vento e o sol não abrirão buracos na sua pele.

E aquele que rege a sua conduta pela ética está a aprisionar numa gaiola o pássaro que canta.

Os cânticos mais livres não saem através de grades nem grilhetas.

E aquele para quem a devoção é uma janela, para abrir mas também para fechar, ainda não visitou a morada da sua alma cujas janelas vão de aurora a
aurora.

A vossa vida diária é o vosso templo e a vossa religião.

Cada vez que entrais nela, entrai por inteiro.

Levai a charrua e a forja, o maço e a lira.

As coisas de que precisais por necessidade ou prazer.

Pois em sonhos não podereis erguer-vos acima dos vossos feitos, nem cair mais baixo do que as vossas falhas.

E levai convosco todos os homens, pois na adoração não podereis voar mais alto do que as suas esperanças, nem humilhar-vos mais baixo do que o seu desespero.

E se quereis conhecer Deus, não pretendais resolver enigmas.

Olhai antes à vossa volta e vê-Lo-eis a brincar com os vossos filhos.

E olhai para o espaço: vê-Lo-eis a caminhar sobre as nuvens, de braços estendidos para a luz, descendo sobre a chuva.

Vê-Lo-eis sorrindo no meio das flores, e depois erguer-se e agitar as árvores com as Suas mãos.



                                                     &A&


Do livro “O Profeta”  (sem indicação de tradutor)

Créditos:
http://www.clube-positivo.com/biblioteca/pdf/profeta.pdf

Khalil Gibran (República do Líbano)

20 de novembro de 2012

Pe Zezinho - Águia pequena

Programa Ressoar - Pintores Com A Boca E Os Pés

SECAS DE MARÇO_0001.wmv


 PAI NOSSO DA UMBANDA




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PAI NOSSO QUE ESTAIS NOS CÉUS,
NAS MATAS, NOS MARES E EM TODOS
OS MUNDOS HABITADOS.
SANTIFICADO SEJA O TEU NOME,
PELOS TEUS FILHOS, PELA NATUREZA,
PELAS ÁGUAS, PELA LUZ E PELO AR
QUE RESPIRAMOS.
QUE O TEU REINO, REINO DO BEM,
DO AMOR E DA FRATERNIDADE,
NOS UNA À TODOS E A TUDO QUE
CRIASTES, EM TORNO DA SAGRADA
CRUZ, AOS PÉS DO DIVINO SALVADOR
E REDENTOR.
QUE A TUA VONTADE NOS
CONDUZA SEMPRE PARA O CULTO DO
AMOR E DA CARIDADE.
DAI-NOS HOJE E SEMPRE A
VONTADE FIRME PARA SERMOS
VIRTUOSOS E ÚTEIS AOS NOSSOS
SEMELHANTES.
DAI-NOS HOJE O PÃO DO CORPO,
O FRUTO DAS MATAS E A ÁGUA
DAS FONTES PARA O NOSSO SUSTENTO
MATERIAL E ESPIRITUAL.
PERDOA, SE MERECERMOS,
AS NOSSAS FALTAS E DÁ O SUBLIME
SENTIMENTO DO PERDÃO PARA OS
QUE NOS OFENDAM.
NÃO NOS DEIXEIS SUCUMBIR,
ANTE A LUTA, DISSABORES, INGRATIDÕES,
TENTAÇÕES DOS MAUS ESPÍRITOS E
ILUSÕES PECAMINOSAS DA MATÉRIA.
ENVIAI-NOS, PAI, UM RAIO DE
TUA DIVINA COMPLACÊNCIA, LUZ E
MISERICÓRDIA PARA OS TEUS FILHOS
PECADORES QUE AQUI HABITAM,
PELO BEM DA HUMANIDADE, NOSSA IRMÃ.
ASSIM SEJA.

PAI NOSSO DOS MÁRTIRES

13 de novembro de 2012

POLIS

Fonte: Picassa web
Desde a Grécia Antiga a polis mudou muito, o piso ficou mais concreto, a luz mais artificial, as casas evoluíram, o volume do som aumentou em decibéis, o homem aperfeiçoou o seu antropocentrismo, por isso, o homem mesmo mudando continuou o mesmo.

23 de outubro de 2012


Rosangela_Aliberti

Se a Arte tocar em algum ponto do homem é sinal que alcançou seu objetivo

Meu Diário
28/08/2008 21h21
ÚNICO e O DEUS DE CADA HOMEM por Carlos Drummond de Andrade
ÚNICO
o único assunto é Deus
o único problema é Deus
o único enigma é Deus
o único possível é Deus
o único impossível é Deus
o único absurdo é Deus
o único culpado é Deus
e o resto é alucinação.

Carlos Drummond de Andrade
In: Carlos Drummond de Andrade - Poesia Completa
As Impurezas do Branco
Editora Nova Aguilar
p. 742


*


O DEUS DE CADA HOMEM

Quando digo "Meu Deus",
afirmo a propriedade.
Há mil deuses pessoais
em nichos da cidade.

Quando digo "Meu Deus",
crio cumplicidade.
Mais fraco, sou mais forte
do que a desirmandade.

Quando digo "Meu Deus",
grito minha orfandade.
O rei que me ofereço
rouba-me a liberdade.

Quando digo "Meu Deus",
choro minha ansiedade.
Não sei que fazer dele
na microeternidade.

Carlos Drummond de AndradeIn: Carlos Drummond de Andrade - Poesia Completa
As Impurezas do Branco
Editora Nova Aguilar
p. 742
*

23 de setembro de 2012

A UM AUSENTE



Tenho razão de sentir saudade,
tenho razão de te acusar.
Houve um pacto implícito que rompeste
e sem te despedires foste embora.
Detonaste o pacto.
Detonaste a vida geral, a comum aquiescência
de viver e explorar os rumos de obscuridade
sem prazo sem consulta sem provocação
até o limite das folhas caídas na hora de cair.

Antecipaste a hora.
Teu ponteiro enlouqueceu, enlouquecendo nossas horas.
Que poderias ter feito de mais grave
do que o ato sem continuação, o ato em si,
o ato que não ousamos nem sabemos ousar
porque depois dele não há nada?

Tenho razão para sentir saudade de ti,
de nossa convivência em falas camaradas,
simples apertar de mãos, nem isso, voz
modulando sílabas conhecidas e banais
que eram sempre certeza e segurança.

Sim, tenho saudades.
Sim, acuso-te porque fizeste
o não previsto nas leis da amizade e da natureza
nem nos deixaste sequer o direito de indagar
porque o fizeste, porque te foste

Carlos Drummond de Andrade

28 de agosto de 2012


AMO PORQUE ME AMO







AMO PORQUE ME AMO
E POR ME AMAR PRIMEIRO
POSSO TE AMAR SEM SEGREDO.

AMO POR AMAR A VIDA
PELA ALTERIDADE
E PELA VERDADE.

AMO POR PRECISAR VIVER
POR RESPIRAR NOVOS ARES
PORQUE AMAR É O MAIOR SABER.

AMO PORQUE ME AMO
E SEM ME AMAR INTENSO
NÃO TE AMARIA TANTO.

23 de agosto de 2012

DEIXA SER


Hoje eu vou fazer só o que eu gosto,
não me pegue com as mãos molhadas.
Meu dia vai começar na madrugada,
pois gosto quando ela está fria.
Porque depois disso o sol nasce esquentando meu quarto,
eu gosto de paisagens e retratos
e de tirar fotografias.

Hoje vou abraçar o mar,
brincar no meio do mato,pular muro.
Vou brincar até ficar escuro,
subir na goiabeira,
comer manga no pé,
o dia todo serei menino,
e de noite serei mulher.

E bem alto vou cantar,
colocar os patinhos pra nadar na bacia,
respirar palavra e poesia,
desenhar corações,beija-flores e um jardim...
Colorir pensamentos,casinhas e sonhos
procurar por aí rostinhos risonhos
pular corda,comer pudim.

Não,mãe,eu não vou varrer a casa agora,tá?
Deixa essa poerinha entrar,deixa a aranha fazer a casinha dela.
Não se preocupe com isso ou com a hora,
olha ali o dia que me chama na janela!
Não,vó,não me chame pra almoçar pois agora estou brincando
e quando estou assim nem sinto fome,
por favor não chame mais meu nome,
pois agora eu nem sou eu!
Eu já conto 30 anos?
Mas que absurdo que inventaram!
Olha aqui meu dente de leite que ainda não arrancaram,
olha aqui a esperança que habita em meu peito!
Olha que acredito nas pessoas e olho pra lua,
pra ser adulta nem tenho cor ou jeito!

Então deixe de conversa que tenho coisas pra resolver,
cabelos de bonecas tenho pra cortar,
uma sopinha de folhas pra fazer,na panelinha de barro que vou moldar.
E quando começar a anoitecer,
terei o fim de tarde pra me encantar,o céu rosado pra olhar
e por isso não tenho tempo a perder!

6 de agosto de 2012


VIDA-MÃE





Ao nascer começamos já a transformação
sentindo a vida no útero, na terra e no cosmos
enraizados naquilo que somos
sementes criativas e em evolução.

Revelamos a cada instante que respiramos
a essência do amor do ser vivente
que é pleno na imortalidade sempre
a vida-mãe, matriz em que humanizamos.

Maternidade que nos faz mais gente
realiza os sonhos com resistência
carrega no colo o fardo pesado.

Mãe-vida, vida-mãe da existência
olha agora os teus filhos amados
no teu aprendizado simples e paciente.

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Jonas Serafim. Em memória da morte de minha mãe
 NEUZA, em 22/07/2012.
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CARCARÁ: GABRIELA, SEXO E DINHEIRO!

CARCARÁ: GABRIELA, SEXO E DINHEIRO!:
Fonte: http://blog.opovo.com.br/blogdoeliomar/a-charge-do-clayton-126/clayton-120805/

1 de agosto de 2012

CARCARÁ: BOLÍVIA EXPULSA COCA-COLA

CARCARÁ: BOLÍVIA EXPULSA COCA-COLA: Bolívia anuncia falência de McDonald's e expulsa Coca-Cola de seu território Segundo chanceler, decisão faz parte das celebrações do fi...

30 de julho de 2012

Curso Livre


 Marx-Engels

A Boitempo Editorial, em parceria com o Centro de Pesquisas 28 de Agosto e o Sindicato dos Bancários de São Paulo, promove em 2012 a terceira edição do "Curso Livre Marx-Engels". As aulas – ministradas por alguns dos mais importantes acadêmicos do Brasil – serão baseadas nos livros editados pela Boitempo e abertas a todos os interessados em ler e estudar a colossal obra desses dois filósofos.

Os professores participantes são: Alysson Mascaro, Antonio Carlos Mazzeo, Antonio Rago, Arlene Clemesha, Emir Sader, José Paulo Netto, Mario Duayer, Michael Löwy e Ruy Braga.

O curso discutirá os 15 livros da coleção Marx-Engels. Os encontros, realizados aos sábados, terão duração de 6 horas, divididos em duas aulas, uma no período da manhã e outra à tarde. As aulas acontecem a partir do dia 18/08 até 22/09, com apenas um recesso no dia 08/09.

As inscrições acontecerão entre o dia 1º e 13 de agosto pelo Blog da Boitempo. Mais detalhes sobre o processo e o formulário de inscrição serão postados no blog no dia 1º pela manhã. As vagas são limitadas. Haverá emissão de certificados.

Os livros abordados serão:

1. A ideologia alemã, de Karl Marx e Friedrich Engels
2. Manifesto comunista, de Karl Marx e Friedrich Engels
3. Crítica ao Programa de Gotha, de Karl Marx
4. Sobre a questão judaica, de Karl Marx
5. Sobre o suicídio, de Karl Marx
6. Crítica da filosofia do direito de Hegel, de Karl Marx
7. O socialismo jurídico, de Friedrich Engels e Karl Kautsky
8. A sagrada família, de Karl Marx e Friedrich Engels
9. Grundrisse, de Karl Marx
10. A guerra civil na França, de Karl Marx
11. O 18 de brumário de Luís Bonaparte, de Karl Marx
12. A situação da classe trabalhadora na Inglaterra, de Friedrich Engels
13. Manuscritos econômico-filosóficos, de Karl Marx
14. Lutas de classes na Alemanha, de Karl Marx e Friedrich Engels
15. Lutas de classes na França, de Karl Marx e Friedrich Engels (lançamento em setembro)


Confira a programação completa aqui.


Curso Livre Marx-Engels
18/08 a 22/09 | aos sábados | das 10 às 13h (manhã) e das 14h às 17h (tarde)

Sindicato dos Bancários de São Paulo - R. São Bento, 413 | Centro (próximo ao metrô São Bento)
Com Alysson Mascaro, Antonio Carlos Mazzeo, Antonio Rago, Arlene Clemesha, Emir Sader, José Paulo Netto, Mario Duayer, Michael Löwy e Ruy Braga.
Inscrições pelo Blog da Boitempo.

Mensalão dos Insetos


Giliard Cordeiro Marinho, cantor e compositor norte rio grandense, fez muito sucesso adaptando a música, Festa dos Insetos, de autoria do grupo Motivo Popular. Aqui, o Lenitivo, apresenta uma readaptação para a política, desse clássico infantil que embalou a criançada na década de 80 ao lado da canção Amigo É – que tem como autores D. Baldan Bembo, S. Bardotti Giacomelli, M. Bongiorno, Maria Amélia & Vivian.-  A readaptação da música é de inteira responsabilidade de Razek Seravhat.

Mensalão Dos Insetos

O PT e o PSDB fizeram combinação
Roubaram o País com o tal do mensalão
O PT com o seu bando o PSDB na enrolação
E o danado do DEM também furta a nação.

Rouba que rouba, procuro e ainda vejo
O PSDB é a pulga o PT o percevejo

O PT e o PSDB fizeram combinação
Roubaram o País com o tal do mensalão
O PT rouba em baixo, e o Tucano no sobrado.
O danado do DEM, rouba em qualquer lado.

Rouba que rouba, procuro e ainda vejo
O PSDB é a pulga o PT o percevejo


O PT e o PSDB fizeram combinação
Roubaram o País na maior enganação
Lá vem o PSDB, vestidinho de ladrão,
Dando o braço ao DEM no tal do mensalão.

Rouba que rouba, procuro e ainda vejo
O PSDB é a pulga o PT o percevejo

(Readaptado por Razek Seravhat)

28 de julho de 2012

Aos que se dizem amigos



Vejo que te enobrece o som carnudo
Da amizade em teu sonho a brilhar,
E nada fazes para o desmanchar.
Esquece até, do amor que fica mudo.

Já que tanto crês, no teu amigo velho,
Quem sou eu, então, para te julgar!?
Reles poeta de um verso sem pomar,
Tal bem-te-vi que se fez escaravelho.

Sem razão e sem um único argumento,
Que te convença do meu pensamento,
A respeito do cálice que é a amizade.

Abandono-te no fogo deste solver tinto
Antes, para que não viva o que ora sinto,
Aviso: a ressaca do vinho exclui piedade.

(Razek Seravhat)



24 de julho de 2012

JOATAN FREITAS: O JARDIM NO CONCRETO

O JARDIM NO CONCRETO

Foto: Joatan Freitas
Uma cidade de pedra cercada por fantasias. Uma fantasia feita de concreto, um jardim de ilusões, um oásis em meio ao concreto. Uma cidade iluminada pela luz artificial, montada a imagem dos seres racionais, diversa e perversa com o silêncio dos seres pequenos, tão grande em nosso universo pensante, tão pequena frente ao universo espacial. Uma cidade, uma divindade, um nome, Sao Paulo!

CARCARÁ: SOBRE ROBERT KURZ - O CRÍTICO RADICAL

CARCARÁ: SOBRE ROBERT KURZ - O CRÍTICO RADICAL: Robert Kurz, crítico radical e inovador do marxismo, morreu Robert Kurz , filósofo alemão, crítico radical e contundente do “...

Robert Kurz, crítico radical e inovador do marxismo, morreu

Robert Kurz, filósofo alemão, crítico radical e contundente do “moderno sistema produtor de mercadorias”, morreu, aos 68 anos, no dia 18 de julho, quinta-feira.
Kurz tornou-se conhecido no Brasil por ocasião da tradução do livro “O colapso da modernização”, em 1991. Robert Schwarz publicou no jornal Folha de S. Paulo um artigo anunciando o livro e prefaciou a tradução brasileira.
Ele estudou Filosofia, História e Pedagogia. É cofundador e redator da revista teórica EXIT! — Kritik und Krise der Warengesellschaft (EXIT! — Crítica e Crise da Sociedade da Mercadoria).
Entre seus livros publicados em português, além d'O colapso da modernização (São Paulo: Paz e Terra, 1991), citamos O retorno de Potemkin (São Paulo: Paz e Terra, 1994) e Os últimos combates (Petrópolis: Vozes, 1998).
Kurz contribuiu, sempre com muita solicitude, com a revista IHU On-Line. Sempre que solicitado, nos atendia prontamente, expondo, erudita e detidamente, a sua crítica radical do moderno sistema produtor de mercadorias.
Na última vez que o contatamos foi no primeiro semestre deste ano. Quem nos respondeu foi a sua esposa dizendo que ele estava doente mas, uma vez recuperado, responderia à entrevista. Não imaginávamos que estivesse tão gravemente enfermo. Fomos surpreendidos, na última quinta-feira, pela notícia da sua morte que nos foi comunicada por amigos brasileiros comuns.
No livro “O colapso da modernizaçaõ”, escrito após a queda do muro de Berlim, “defende, entre outras teses, que a derrocada do dito socialismo na URSS não significava apenas o fracasso de um regime totalitário imposto como forma do que alcunhou de “modernização recuperadora” (já que na essência tanto o socialismo soviético como o capitalismo ocidental eram mais similares que antagônicos, sendo o primeiro uma espécie de fase mercantilista num momento avançado da história da acumulação do capital) como também anunciava – sem ser apocalíptico porque via a derrocada como um processo e não uma ruptura imediata – um prognóstico marcado por crises  para o capitalismo ocidental nos anos vindouros”, escreve o blog  Porta de Tudo, 19-07-2012.
Segundo o blog, “autor também de inúmeros artigos e ensaios, Kurz dirigia toda sua crítica ao capitalismo sempre com um escrita elegante e coerente onde, a partir de exemplos ricos e diálogo com outros filósofos, concatenava com bastante organicidade – apesar de algum hermetismo – seu raciocínio perspicaz, contundente e radical (raiz)”.
Kurz nasceu em Nuremberg, no dia 24 de dezembro de 1943. Na Alemanha, participou do movimento Wertkritik (crítica do valor) impulsionado pelo grupo Krisis que publicou, em  1999, o importante “Manifesto contra o trabalho”.
Em 2003, o filósofo Anselm Jappe, em seu livro As aventuras da mercadoria - para uma nova crítica do valor (Lisboa: Antígona, 2006), apresentou os desenvolvimentos teóricos do trabalho de Kurz e do grupo Krisis.
Em abril de 2004, o grupo Krisis sofre uma cisão, e Robert Kurz, Roswitha Scholz e Claus Peter Ortlieb criam um novo grupo, em torno da revista EXIT! - Kritik und Krise der Warengesellschaft ('EXIT! - Crítica e Crise da Sociedade da Mercadoria').
Segundo a revista alemã Der Spiegel, 20-07-2012, Kurz tornou-se muito conhecido na Alemanha com a publicação do monumental livro “Schwarzbuch Kapitalismus. Ein Abgesang auf die Marktwirtschaft”. No lançamento deste livro, ele declarou: "Karl Marx hat selbst von sich gesagt, er sei kein Marxist" (“O próprio Marx disse de si mesmo que ele não era nenhum marxista”).
Segundo a revista alemã, no dia 30 de julho, está previsto que seu novo livro “Geld ohne Wert. Grundrisse zu einer Transformation der Kritik der politischen Ökonomie” (Dinheiro sem valor. Fundamentos para uma transformação da crítica da economia política, em tradução livre). Segundo a editora, trata-se de uma “crítica categorial do capitalismo” da qual se afastou  “o conjunto da esquerda democrática domesticada”.
Fonte: http://www.ihu.unisinos.br/noticias/511676-robert-kurz-inovador-do-marxismo-morreu

20 de julho de 2012

CARCARÁ: Morre o filósofo Robert Kurz

CARCARÁ: Morre o filósofo Robert Kurz: Recebi este e-mail da companheira Rosa da Fonseca sobre a morte de Robert Kurz. Olá, comps.  Transmitimos com grande pesar ...

29 de junho de 2012

Opinião



Ponderações sobre os 10% do PIB. Fraternalmente...
“O PNE estabelece 20 metas educacionais que o país deverá atingir no prazo de dez anos. Além do aumento no investimento em educação pública, o plano prevê a ampliação das vagas em creches, a equiparação da remuneração dos professores com a de outros profissionais com formação superior, a erradicação do analfabetismo e a oferta do ensino em tempo integral em pelo menos 50% das escolas públicas. Todos esses objetivos deverão ser alcançados no prazo de dez anos a partir da sanção presidencial.” (Fonte Carta Capital)
Esta semana a Carta Capital, divulgou em sua página virtual, cinco das vinte metas que o Plano Nacional de Educação (PNE), que foi aprovado na Câmara, mas que ainda vai ser aprovado no Senado precisa atingir em dez anos, com o governo investindo ao longo de uma década 10% do (Produto Interno Bruto) PIB em educação.
Esta bandeira foi exaustivamente defendida pelos movimentos sociais e clamorosamente comemorada por alguns participes que se envolveram profundamente nesta pequena conquista, eu me refiro aos intensos movimentos feitos em prol de se conquistar 10% do PIB para a já tão desvalorizada educação, embora o discurso seja bem outro, ainda mais em ano eleitoral e, sobretudo, por parte da governança e dos oportunistas e iluminados que se sentem representantes do povo. E aqui está claro um contrassenso entre o discurso e a prática de quem diz que governa este país. Pois, se a educação em um País é prioridade, não deveria existir resistência por parte do Governo em atender essa reivindicação tão ensejada pelos movimentos sociais.
Por outro lado, não vejo muito sentido, embora entenda a euforia, em estar se jogando tantos fogos e balões pedagógicos nesta conquista parcial. Primeiro, porque ecologicamente não é nada educativo soltar balões e segundo porque acredito que a educação não pode ficar refém de uma grandeza capitalista que mascara uma realidade social absurdamente desigual para impor os louros de uma verdade maquiada.
Por isso, sempre acompanhei e vou continuar acompanhando este movimento por 10% do PIB para educação, com muita cautela. E aqui está um argumento que não sei se é pertinente, mas que para mim, parece convincente: O cálculo do PIB não leva em conta o trabalho doméstico e o trabalho voluntário e ignora atividades necessárias a sustentabilidade do Planeta como a absorção dos custos da poluição e a reciclagem de efluentes.
Proponho cuidado. De fato é uma etapa que foi superada e que merece alegria, não euforia. Vou usar a paixão nacional para exemplificar o que estou tentando dizer. Nenhum torcedor do Botafogo, nem o mais apaixonado, comemoraria um gol de pênalti em um amistoso contra o América do Iraque, como se fosse um gol de placa em final de campeonato mundial e marcado por Louco Abreu que é o jogador mais contundente em atividade no futebol brasileiro.
Agora, para o leitor que não gosta de futebol e por isso não entendeu nada do que eu tentei explicar e deve ter achado até de mal tom, o uso do termo América do Iraque. Eu explico: O termo América do Iraque só foi usado porque em qualquer lugar, seja aqui ou na Ásia, tem sempre um clube chamado América e quem acompanha futebol sabe disso. Não tenho nada contra o povo iraquiano que resistiu bravamente a esdrúxula invasão das tropas Norte-Americana, que tiveram inclusive o consentimento da Organização das Nações Unidas ONU) para invadir, massacrar e aterrorizar, em nome do fim do terrorismo. Outra, assim como quem exagera o argumento prejudica a causa, também prejudica a causa quem se contenta com migalhas ou paliativos que não vão resolver ou podem apenas, diminuir sensivelmente, o caos em que se encontra a atual educação brasileira.

Educação, para este humilde professor da esquecida periferia, deveria ser um acontecimento mais importante que a Copa do Mundo. Um acontecimento que mobilizasse gestores, prefeitos, governadores, secretariado especial, procuradores gerais do Estado, do Município, da República e, obviamente, o chefe maior da Nação, que por sinal teria o respaldo, de junto com os parlamentares e a população alterar regras, leis e estatutos do nosso País, sem corrente, mas envolto de um só coração, de uma só vontade, para fazer a educação funcionar desde os grotões do sertão pernambucano até os cerrados do sul mato-grossense. Afinal, trata-se de um evento único e essencial para as nossas crianças, que vendo o nosso zelo e envolvimento, desde cedo entenderiam o quanto a educação pode ser transformadora e libertadora como assim gostam os Freireanos.
Acredito, sinceramente, que se um sêxtuplo dessa empolgação e dessa seriedade que é dedicada a Copa de 2014, não só por parte dos políticos, mas de toda Nação, fosse desviada para atender a educação, indiscutivelmente, o estudante saberia aritmética, aprenderia a ler e se afeiçoaria ao respeito mútuo e a dignidade social. O professor, por sua vez, sairia do manguezal de lamúrias e quem sabe pudesse até se enxergar não como um mestre que a tudo responde, mas como um livre docente que mesmo tendo chegado ao ápice de sua escolaridade, compreende que ainda há muito que caminhar, o que ouvir e principalmente o que aprender.

Assim, quando o analfabetismo funcional fosse extinto de nossa Escola e o Brasil fosse o campeão em educação e não o octogésimo oitavo pelo ranque da (Organização para a Educação, a Ciência e a Cultura das Nações Unidas) UNESCO, nós comemoraríamos não somente como um botafoguense apaixonado, mas com o entusiasmo de um torcedor de qualquer clube do mundo quando vê seu time marcar o gol da vitória em uma jogada que ratifica o título de hexacampeão.
Augusto César Tavares da Silva, Professor de matemática elementar em escolas públicas do município de Fortaleza.

21 de junho de 2012

RAUL SEIXAS- GOSPEL



Composta em 1974, a musica do
poeta, cantor e compositor brasileiro, Raul Seixas, Gospel, foi impedida de ser lançada pela censura, e só depois de 20 anos da morte de Raul Seixas,2009 é que a musica foi lançada. A música composta durante um período em que o Brasil estava na ditadura militar, é basicamente uma crítica social. E por isso foi censurada pelo regime da época. A canção cairia no esquecimento, se não fosse o amigo de Raul e produtor Marco Mazzola.
Confira a letra:

Gospel

Por que que o sol nasceu de novo e não amanheceu?
Por que que tanta honestidade no espaço se perdeu?
Por que que o Cristo não desceu lá do céu e o veneno só tem gosto de mel?
Por que que a água não matou a sede de quem bebeu?

Por que que eu passo a vida inteira com medo de morrer?
Por que que os sonhos foram feitos pra gente não viver?
Por que que a sala fica sempre arrumada se ela passa o dia inteiro fechada?
Por que que eu tenho a caneta e não consigo escrever?

Por que que existem as canções que ninguém quer cantar?
Por que que sempre a solidão vem junto com o luar?
Por que que aquele que você quer também já tem sempre ao teu lado outro alguém?
Por que que eu gasto tempo sempre sempre a perguntar?

Por que que eu passo a vida inteira com medo de morrer?
Por que que os sonhos foram feitos pra gente não viver?
Por que que a sala fica sempre arrumada se ela passa o dia inteiro fechada?
Por que que eu tenho a caneta e não consigo escrever?

Por que que existem as canções que ninguém quer cantar?
Por que que sempre a solidão vem junto com o luar?
Por que que aquele que você quer também já tem sempre ao teu lado outro alguém?
Por que que eu gasto tempo sempre sempre a perguntar?

http://www.youtube.com/watch?v=hwGyk-Z9Z1c

18 de junho de 2012

Hospital Nossa Senhora da Conceição no Conjunto Ceará

O que torna a situação mais indignante é ver essa cena se repetir durante dias seguidos sem que haja uma mudança. A estrutura desse hospital, de padrão medieval ou de trincheira de guerra, recebe pessoas inocentes em busca de um atendimento de urgência e a única coisa que as mesmas encontram é a carnificina. Depósito de pessoas que, como ovelhas, seguem uma após outra confiando inteiramente, no momento em que mais precisam, na saúde pública. É estarrecedor. Fechem esse lugar!

Vídeo da 1ª edição: http://g1.globo.com/videos/ceara/cetv-1dicao/t/edicoes/v/paciente-e-atendido-no-chao-por-falta-de-leitos-em-fortaleza/1999078/

Vídeo da 2ª edição: http://g1.globo.com/videos/ceara/cetv-2dicao/t/edicoes/v/paciente-recebe-atendimento-no-chao-de-hospital-em-fortaleza/1999381/

17 de junho de 2012

Amor



Há quem diga que o amor é uma fidedigna amizade, eu digo que a amizade é uma possível forma de amar e ser amado.  A - mar... Separando-a só dá para imaginar o seu final. Quanto ao que fica, pode fazer qualquer sentido ou até nenhum sentido: como o A de ambição, o A de alegria ou até o A do ar que respiramos. 
O amor é fácil, simples, não possui tabelas trigonométricas nem fuso horário confuso ou difuso, o amor inequívoco requer serenidade, nós é que nos engasgamos por pura ambição de amar. Viu no A em que o amor pode transformar-se? Porém, o amor sereno, terno e contemplativo não se enobrece nem deseja mais do que o necessário, portanto, desconfio que o A da ambição não sirva para iniciar o sentimento que o poeta, outrora, definiu como “que seja eterno enquanto dure”.
Dito isto, o A da alegria poderia ser o termo exato para principiar o almejado amor que procuramos, procuramos... E às vezes, quando o encontramos, sequer o aceitamos, por causa de tanta energia que faz o mais crente dos devotos desacreditar e o mais convicto dos hereges confiar. De fato. E quem ama sabe o que estou tentado a dizer. Contudo, a alegria pode ser boba, sutil e carregada de esperança e a esperança cria perspectiva, mas também gera expectativa e eu não creio que o amor seja tão raso a ponto de se deixar levar por condição tão frágil.
O amor é justo, embora cauteloso. É honesto nas mais diferentes situações que o termo existe e exige. O A do amor raro, aquele sentir que corrói as veias e corre as artérias atingindo mente e coração, talvez, seja o ar que respiramos que pode ser leve e pesado dependendo das circunstancias.
Então, qual será o A que compõem o seu A-Mar, ora calmo, ora revolto? Responda você que no âmago do seu animo acredita que ama... Eu não disse: O amor se faz a qualquer tempo, ainda que muitos julguem que não há mais tempo propício para Amar.
Boas férias e seja feliz se for possível.
(Razek Seravhat)

12 de junho de 2012


CACOFONIA



MEU DESEJO POR TI GELA
E POR AMAR ELA
SOFRO O QUE JÁ SOFRERA,
MORRO NA DOR QUE LATEJA.
AMÁ-LA-IA, E SOU CAPAZ,
COM TANTA FÉ DE MAIS,
ALÇÁ-LA SEM CANSAÇO,
AMÁ-LA NOS MEUS BRAÇOS.
A BOCA TUA JÁ NÃO BEIJA
NEM OPINA, SÓ LAMENTA,
É COMO SER OUTRO NA LAMEIRA.
E COMO GELA NO CORAÇÃO
A FÉ DE UM SENTIMENTO,
SINTO ASSIM O AMOR QUE POR TI SÃO.


           (Jonas Serafim/2012).


11 de junho de 2012

Exploração Sexual de Crianças

A Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) vota na próxima quarta-feira (13), em decisão terminativa, o Projeto de Lei do Senado (PLS) 495/2011, de autoria do senador Renan Calheiros (PMDB-AL), que aumenta as penas para os crimes de exploração sexual de crianças e adolescentes.
A proposição altera o art. 244-A do Estatuto da Criança e do Adolescente, ampliando a pena de reclusão, que passa de quatro a dez anos para de seis a 12 anos, para quem praticar o crime de submissão de crianças e adolescentes à prostituição ou à exploração sexual, inclusive pela internet.

O projeto — já aprovado na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) e pela Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo (CDR) — prevê a colaboração da União com estados e municípios na realização de campanhas institucionais e educativas de combate à exploração sexual de crianças e adolescentes e também o reconhecimento pelo poder público de práticas e iniciativas que contribuam para o esclarecimento sobre esse tipo de crime e o seu combate mediante selo indicativo.

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7 de junho de 2012

Opinião


O telejornalismo brasileiro é realmente patético isso pra ser gentil. Além de ser uma propaganda
exageradamente em prol do consumismo, é composto por reportagens encomendadas,
dirigidas exclusivamente à classe média, com argumentos distorcidos que promovem
o legalismo e com o intuito de proliferar a total apatia, já tão gloriosamente enaltecida por
todos nós.
Só pra ilustrar eis algumas reportagens: O domingo de ramos, o movimento
na rodoviária antes ou depois de feriados, o populismo de políticos oportunistas,
o relacionamento extraconjugal de casais heterossexuais e famosos, todas com
comentários “abalizados” dos mais respeitáveis profissionais da comunicação.
Os temas
chegam a nos causar comicidade quando não gera uma raiva incontrolável que seria
capaz de nos levar a explodir a televisão, atitude que decerto tomaríamos se por caso ajudasse o nosso telejornalismo ser menos parcial e mais profissional. Diante
disto, faço um apelo: Prezado estudante de comunicação social ou de jornalismo,
procure exercer suas atividades sem sensacionalismo e com sobriedade capaz de não se
deixar corromper pelos seus futuros colegas que de forma intencional tentam induzir a
opinião pública da importância de assuntos que são mostrados com grande preocupação,
mas que na verdade são descartáveis. Posturas como estas só incentivam a ordem vigente, a desigualdade social e a concentração de renda. Tripé que Ignora a luta de classes e esquece que nós somos sujeitos da História, portanto, podemos mudá-la  quando quisermos. Além de tudo isso o nosso jornalismo  ainda se arvora no direito de transformar joio em trigo. Explica-se: as reportagens
de temas essenciais são tratadas com um sentimentalismo de filme hollywoodiano enquanto as futilidades são elencadas com uma a profundidade que o assunto não merece.
Enfim, aproveito para deixar uma reflexão  a respeito de uma manchete
que desfila pelos noticiários e já faz um tempo: Por que tanta ênfase em divulgar se o atual Governador do Ceará vai ou não apoiar o candidato da Prefeita, afinal, quase não tem diferença na política que ambos praticam ou tem?

(Razek Seravhat, ternura sempre)


5 de junho de 2012


                   REVOLUÇÃO COM ESPIRITUALIDADE
                 NA LIBERTAÇÃO DO POVO HEBREU
                                                                                   
                                                                                          Jonas Serafim


A libertação do povo hebreu que viveu sob a opressão do Faraó no Egito (Ex 1,11-14) remonta uma caminhada ao longo da história que nos convida a retomar em nosso contexto uma atitude contra a opressão do capitalismo.
Muitas comunidades, associações e sindicatos se encontram numa resistência semelhante às parteiras que foram obrigadas a matar os meninos hebreus que nascessem para evitar o aumento de um contingente israelita a ponte de confrontar o Faraó. Na verdade, as parteiras resistiram e desobedeceram a ordem do Faraó (Ex 1,15-22). Às vezes, isto não acontece em muitas organizações populares. O poder de um governo manda e desmanda sobre uma sociedade inteira e o que fica é o resultado de uma opressão.
Moisés foi um líder revolucionário que se sustentou na espiritualidade. Hoje é preciso compreender que espiritualidade retome o caráter revolucionário. Moisés saiu de si para o encontro do outro, viu o sentido da irmandade no meio do sofrimento, viu que ninguém fazia nada contra a opressão e reagiu em favor da libertação (Ex 2,11-15). Esta vivência radical de Moisés aconteceu ao lado da espiritualidade quando lemos a realidade percebendo os gemidos que Deus ouviu no clamor dos oprimidos, viu a miséria do seu povo, conheceu a realidade miserável e de angústia, desceu para ficar ao lado dos mais necessitados a fim de libertá-los e fazer subir para uma terra livre e digna de se viver (EX 3,7-10). Foi neste contexto que Moisés se sentiu chamado e enviado para sair de si e ir ao encontro do seu povo que precisava de uma vida livre e fraterna.
Alguns sinais são percebidos quando é chegado à hora da defesa ou ataque. Em nossa sociedade contemporânea o modo de produção capitalista não para de atacar e de se defender. Quanto às comunidades populares é preciso estar bem organizadas para reagirem contra um sistema extremamente desumano. A corrupção, o suborno e o individualismo têm levado alguns pseudos-líderes da base do povo para um patamar mais elevado da sociedade e terminam massacrando o povo de onde tirou proveito para almejar seus próprios interesses e não ao bem-comum da comunidade. Moisés, Aarão, Josué e Calebe souberam compreender os sinais do seu tempo, mas o Faraó não (Ex 7 – 11; Nm 13).
O confronto com o poder opressor começa com um processo de negociação. Quando não existe mais diálogo para negociar a realidade muda e a situação exige unidade. Se houver unidade permanente haverá vitória. É um trabalho de formiga, exige paciência e vigor. Os israelitas passaram 430 anos sob o domínio egípcio (Ex 12,37-42). No decorrer do tempo aprenderam a lutar para viver dignamente e em comunidade. Organizaram lideranças combatendo a centralização do poder (Ex 18,13-27).
A caminhada de libertação passa pela aprendizagem do deserto dos sofrimentos com o outro, e é o que conduz para uma aliança fraterna. Aqui jaz nossa mensagem e manifesto.