Marcelo Braga. O Estado, 31.05.2011
31 de maio de 2011
"Isso é um desrespeito à democracia"
FRUTO PROIBIDO
FRUTO PROIBIDO
O feminino guarda consigo
dentro do útero um mistério
intocável fruto proibido
desejado, atraído e belo.
Cobiçado por um apetite
natural e dominante
que afeiçoa como alimento
quando comido plenifica,
quando ausente sacrifica.
E é pleno o abrir dos olhos
para a visão iluminada
que realiza um encantamento
transforma a vida num instante
transcende o mistério quando tocado.
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27 de maio de 2011
A aventura da palavra
Inez Figueredo lançou, recentemente, o livro Palavra por aí, à ventura(Poetaria, Gráfica LCR, 2011, 475p), num belo projeto gráfico de Geraldo Jesuíno da Costa, autor também do texto que está na orelha da obra. O prazer da leitura certamente começa pela apreciação do objeto livro e esse, certamente, seduz pela beleza estética. Passada a euforia tátil e visual, inicia-se a viagem pelo reino da palavra, que logo se abre com interrogações: “Serei um conto, um poema, ou uma tela?”. O que sabe o leitor da escritura de Inez para responder? Aventura-se, textos adentro, cioso por uma resposta. Não demora a compreender que não se trata de um livro de respostas, nem de perquirição por um gênero. Inez escreve como se lavasse louças apenas para vê-las limpas. A palavra é manipulada, polida, para dizer, para representar, para adornar ou simplesmente para existir entre tantas outras coisas que podem falar mesmo quando silenciam. Vive-se uma nova aventura a cada uma das 21 narrativas. O livro é, de fato, “uma espécie de monumento à palavra”, como disse a própria autora. A palavra é a personagem central dos enredos, que não necessariamente se constroem com os seus elementos estruturais básicos. Concisa em sua proposta, ela faz longos trajetos em poucas frases, cujas asas são mais mérito do leitor aventureiro do que da imposição de uma leitura por parte do seu discurso. Percebe-se a presença da poesia, gênero que Inez exercitou em seus dois primeiros livros, O poeta e a Ponte (1997) e Estrela, Vida Minha (2004), e da subjetividade que alicerça todo pensamento que divaga pelo território do sonho e da emoção. Essa emoção tanto pode ser extraída das coisas práticas do mundo referencial: “Sábado: Dia de lavar: casa, carro, a si e os shorts. Do marido, as cuecas” (Minimal p.11), como da viagem que ela faz ao contemplar uma tela. Em A paleta de Tiziano Vecellio(p.13), o narrador cria a história do quadro Danae, de Tiziano Vecellio, descrevendo a personagem mitológica em sua antitética condição de ser livre, porém aprisionado na tela. Paletas, pincéis, tintas e solidão, entre criador e criatura, compõem o cenário da criação artística. A presença da imagem escapando ao domínio do verbo (Emendando o tempo p. 19), da reflexão sobre o processo criador, tecem as teias de um laboratório. Personagens envoltas no mistério, na solidão e na saudade (Constanza e a vida p. 25 ), na luta com o tempo que tem como resposta a morte (Breve estória de IzabeL Ribeiro, artesã p. 31), na recusa ao amor (Naquela noite, num porto qualquerp.61), no delírio (Uma mulher de meia idade p. 63), no encantamento fantástico (Organsim p.135) de uma lenda, vivem o inusitado e o trivial a um só tempo. Especialmente na narrativa Palavra por aí (p.87), Inês dá vida à palavra, personifica-a em seu percurso temporal. Assim, vai seguindo, a cada texto, os passos do verbo encarnado, para confirmar seu poder, subvertê-lo e/ou falar da sua usura. Leitora de Cervantes, James Joyce, Kafka e Virgínia Woolf, admiradora de Tiziano e ouvinte de Bach, Inês destila as palavras, as imagens e os sons assimilados e se aventura a transcender qualquer rótulo, qualquer gênero. Consciente da literatura como artefato, ela descreve subjetivamente a criação como a maquinaria do olho e leva o leitor a voos que atravessam a ‘clave do sol’. Se o seu livro é um conto, um poema, uma tela, pouco importa... é a epifania da palavra encontrada. Fala por si e independe das teorias que tentem explicá-lo.
(Texto de Aíla Sampaio)
22 de maio de 2011
Caráter e Reputação
21 de maio de 2011
Depoimento da Professora Amanda Gurgel
Depoimento da Professora Amanda Gurgel
Professora Amanda Gurgel silencia Deputados em audiência pública.
Depoimento Resumindo o quadro da Educação no Brasil.
Educadora fala sobre condições precárias de trabalho no RN/BRASIL.
(10/05/2011). Acesse o youtube. http:/youtube.com/watch?v=aC3u_hxa4JQ&feature=related
18 de maio de 2011
POEMINHA LIVRE
Compartilho
Porque partilho com você
E por aí a fora
Vou espalhando como rastilho
A possibilidade que só nos faz crescer
De sermos solidários
E a minha mão poder te estender
Pra juntos e com liberdade
Construirmos um mundo novo
Como o dia em cada alvorecer
Com o software livre eu posso:
Usar, estudar, modificar e compartilhar o seu, o meu, o nosso saber.
Lu Campos
Invasão
O calor que vem do teu corpo
Invade minha alma que arde em chamas.
Serei louca por consentir tão violenta invasão?
Como as margens do rio
que não contem as águas que transbordam
Assim é o meu coração.
Lu Campos
O Software Livre e a busca pela autonomia do conhecimento
Luciana Campos*
Esclareçamos o que por vezes ainda se configura como objeto de dúvida acerca do real significado de software livre. Diferentemente do que algumas pessoas pensam software livre não corresponde a software gratuito. O conceito que essa expressão encerra é amplo e se configura como uma subversão da ordem até então estabelecida e dominada pelas empresas de software proprietário. Software livre, portanto, significa conforme definição da Free Software Foundation aquele software que pode ser usado, estudado, modificado e distribuído sem que para isso seja necessária a autorização de outrem. Essa filosofia trouxe consigo alguns paradigmas que se contrapõem a ordem capitalista vigente, por isso dizemos subversiva. Dentre eles, vale aqui ressaltar um que tem mudado a forma das pessoas se relacionarem com o conhecimento – a colaboração. O espírito de colaboração, contrapondo-se ao individualismo reinante, tem não só favorecido a disseminação do software livre como também provocado novas formas de comportamento diante do conhecimento. O conhecimento que já não é meu, mas nosso, que já não é propriedade de uns poucos, mas que circula de forma acessível a qualquer pessoa que se conecte a rede mundial de computadores tem contribuído para o aumento significativo de comunidades que se formam para discutir e ampliar o conhecimento sobre questões específicas e assim dar respostas às demandas da sociedade. Uma nova lógica se estabelece. Viva o software livre!
*Especialista em Informática Educativa pela Universidade Federal do Ceará
10 de maio de 2011
6 de maio de 2011
O quadro e a pintura
Quem olha só para o quadro
Não contempla a beleza da pintura.
É como olhar para o céu
E não perceber todo o firmamento.
Do mesmo modo
É semelhante aos transeuntes
Que passam uns pelos outros
No meio de uma praça
E não atentam para
A realidade humana.
O quadrado emoldura os fatos,
Enquanto a pintura
Revela a realidade dinâmica.
(Prof. Jonas Serafim)