30 de janeiro de 2011

GRACIAS!

Agradeço a presença de cada um na atividade de ontem e sobretudo, na minha vida com um poema de Neruda . Como já afirmei o que nos juntou foi a defesa da vida e continuará nos unindo, numa ardente esperança
Abraçosssssssssssss
Paulina

“Um pobre e esplêndido poeta, o mais atroz dos desesperados, escreveu esta profecia:

‘Ao amanhecer armados de uma ardente paciência, entraremos nas esplêndidas cidades’. Eu creio nesta profecia de Rimbaud...

Sempre tive confiança no homem. Não perdi jamais a esperança. Por isso talvez cheguei até aqui com minha esperança. Por isso talvez cheguei até aqui com minha poesia, e também com minha bandeira. Em conclusão, devo dizer aos homens de boa vontade, aos trabalhadores, aos poetas, que todo o porvir foi expresso nessa frase de Rimbaud: só com uma ardente esperança conquistaremos a esplêndida cidade que dará luz, justiça e dignidade a todos os homens. Assim minha poesia não terá cantando em vão.” NERUDA, Pablo. Trad. Thiago de Melo. Presente de um poeta.São Paulo: Vergara & Ribas Editoras,2001.


17 de janeiro de 2011

AOS COMPANHEIROS DO SHANGRI-LÁ

AOS COMPANHEIROS DO SHANGRI-LÁ

NO COMEÇO DE TUDO
ÉRAMOS APENAS UM PONTO DE VISTA.
E ENTRE TANTOS RECOMEÇOS
CONTINUAMOS NOSSO CAMINHO
E NA CONTINUAÇÃO DE SERMOS
SEMPRE SENDO O QUE SOMOS
SEREMOS OS MESMOS NA ESSÊNCIA,
EMBORA MUITA COISA MUDE NA HISTÓRIA
QUE CONSTRUIMOS,
A ESPERANÇA É NOSSA FORÇA
QUE COMO ESCUDO SUPERA AS QUEDAS 
E OS DESESPEROS.
E COMO O SONHO QUE TEMOS É INFINITO,
PROCURAMOS EM CADA PONTO
E EM CADA PESSOA
 A AMIZADE
E O CALOR DE UM ABRAÇO
COMO FRUTOS AMADURADOS
DE UMA SEMENTE BENÉFICA
QUE DEU ORIGEM
AS NOSSAS VIDAS.

( Pomística )

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Mutretas e picaretas


Quando Inácio Lula da Silva, o metalúrgico, dirigia o Partido dos Trabalhadores, cuja marca era a de que seria um partido diferente, que praticaria também uma nova política, fiel à máxima do capitalismo de que o sistema é bom desde que bem gerenciado, o nosso metalúrgico cunhou o slogan: “o modo PT de governar”. Esse modo haveria de tornar o capitalismo justo e palatável ao gosto de todas as classes e camadas sociais. Estaria feito, então, o grande milagre social.

Não bastasse esse discurso, Lula se ocupava em expor as mazelas do capitalismo, atribuindo-as à mazelas de governos, dizia ele: “o que falta é vergonha na cara”. A cada desacerto, falcatrua, irregularidade o nosso metalúrgico berrava a todos pulmões: “são maracutaias, negócios desonestos, praticados contra o povo”. Não se contendo diante de tantos malfazejos, denunciou com toda veemência: “no Congresso existem mais de trezentos picaretas”. Ora, logo que Lula chegou ao governo, ao invés de cessarem, proliferaram as tão denunciadas maracutaias. Foi o tão escandaloso mensalão, prática desonesta e obscena, capitaneado pelo chefe petista da quadrilha, José Dirceu, e formada por tantos outros delinquentes. Diante do escândalo, Lula teve o desplante de vir a público dizer: “Isso se chama caixa dois, e todos os partidos praticam”. Mas o PT não seria um partido diferente? Isso pouco importa, e se sucederam as maracutaias: Valdomiro, na Casa Civil, “sanguessugas”, no Ministério da Saúde, a palhaçada dos aloprados, novo escândalo na casa Civil, com Erenice, invasão de sigilo fiscal e outras tantas maracutaias.

Quanto aos picaretas, Lula se deu muito bem com eles. Tornou-se notória sua aproximação com figuras como: José Sarney, Jader Barbalho, Renan Calheiros, Romero Jucá e outros tantos mestres da picaretagem. Com eles, Lula soube muito bem se entender e trocar valorosos favores às expensas dos interesses maiores da população. Correram livres as mutretas e “nunca antes na história desse país” os picaretas entenderam-se tão bem.

(Gilvan Rocha)

2 de janeiro de 2011

À eterna estrela de hidrogênio

A rosa que brota

em cada desejar

de “ano novo”,

de “novo amanhecer”...

Não vinga.

Pior...

se entrega aos espinhos

sendo sufocada pelos respingos

do orvalho dos indiferentes.

Confusas, as pessoas não se ouvem,

fingem conversar.

Enganam-se...

Isolam-se...

E fazem isso pensando em se resguardar.

Por medo do fenecer,

Um simples gesto de arvorecer,

Não se vê mais,

Enquanto a possibilidade de enriquecer

Gera mutilados cerebrais

que se perdem

Nas tecnologias de ponta;

De quem só pensa em se lambuzar

no consumismo;

Ou nas loterias reinventadas

que vão encher os cofres

de quem já não quer transformar;

Por extensão,

A sociedade esquece do ser,

E até mesmo do viver.

Mas, anoitece...

Mais uma volta se completa.

_ amanhã será um lindo dia !

É o que dizem os que resistem,

Contudo, por mais que o sol nasça

e ele outra vez nascerá...

Os seus raios não cessarão;

A fúria da solidão

A mesmice do ano anterior

E o silêncio da multidão.

No máximo,

O brilho do sol trará

comtemplamento transeunte,

Enquanto o esperançar que poderia vir

pela insistência do amanhecer

ficará incrustado na melancolia

da madrugada fria.

Mesmo assim,

O Mundo viaja veloz.

E as pessoas seguem

com aquele gosto

de felicidade desgastada

festejando com euforia

o partir e o chegar

de mais um ano.

Em um tempo

que prega a novidade,

mas não sabe partilhar,

tão pouco consegue entender,

ou sequer ouvir o próximo,

que já se encontra tão endurecido,

por causa do cansaço

que lhe corrói a face,

desde o roxo anoitecer,

até o principio do dia.

De fato, o sol nunca falha.

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Porém,

Num dia qualquer...

Pode acontecer,

da Estrela de Hidrogênio se cansar ,

de tamanha desgraça aperreada,

de tantos sonhos desterrados.

E enfim,

Resolva se implodir,

Fazendo a poeira dos tiranos,

se diluir.

Assim, esta sonata

de temores e horrores

que nos envolve e nos comove,

Mas não nos faz agir

Poderá ter seu fim.

(Ficar alegre com um novo

que logo se tornará ilusão

é algo do qual a humanidade,

deveria, ao menos, recusar.)

( Razek Seravhat)