30 de outubro de 2009

Odécio Mendes Rocha

O DESTINO DA CHINA


“O maior perigo é que a China esteja se tornando a última bolha econômica e financeira. Quando a bolha financeira chinesa - e ela provavelmente irá estourar, não somente murchar -, as conseqüências para o restante do mundo podem ser catastróficas. (...) A China está tentando realizar algo nunca alcançado na História da humanidade - casar uma economia de mercado com um regime político marxista. (David M. Smick)”.

A Lógica antiga culminava no seguinte raciocínio: Quando o império americano cair e deixar de ser hegemônico, então, outra Nação ficará em seu lugar. Isto não podemos dizer categoricamente com tanta certeza. A crise civilizacional nos deixou num grande impasse - mas criar é preciso.

O Estado terá sua extinção em breve. Os blocos burocratizados irão sumir. Teremos em seu lugar um Estado virtual, subjetivado, descentralizado, administrado por páginas eletrônicas.

Parece que não haverá Estado, mas ele estará mais presente do que nunca, pela normatividade do cidadão para com o outro cidadão.

A revolução eletrônica a partir de 1940, com a Cibernética de Norbert Wiener e seu

extensivo mundo informático, deu o último rumo para colocar fim à antiga Civilização milenar. Não houve propriamente uma grande mutação no ser humano, mas nas máquinas “espirituais”. O ser humano terá que se adaptar compulsoriamente, para que

a raça humana não deixe de existir sobre a face da Terra.

A velocidade da micro-eletrônica informatizada determinou quase o fim do espaço-tempo. Isto provocou uma verdadeira desconstrução na Política e na Economia planetária. Ao extinguir com a Mais-Valia (o sobre trabalho), o futuro da produção será zero valor.

Teremos que fundar uma nova Ordem para a Humanidade. As Nações não serão medidas pelo PIB (Produto Interno Bruto) por que não terá nenhum valor social. A Nação futuramente será medida pelo bem-estar de seus cidadãos, sem esquecer que não só de pão vive o homem, mas também da liberdade de expressão e da liberdade política; o que não ocorreu nos países que implantaram o socialismo real (ex-União Soviética, Cuba e China). O ego, superego e Id (inconsciente) de cada ser humano sofrerão reformulações. A riqueza deixará de ser material para ser intelectual e espirital.E outra: A Engenharia Genética ( ou Bioteclogia) fará criações científicas preservando a Natureza.


ODÉCIO MENDES ROCHA

RG.: 444.237 SSP – CE.

Rua Elcias lopes, 702 Montese - Cep.: 60421-100

Blog: mendesrochalenitivo.blogspot.com

E-mail mendesrocha2@gmail.com

25 de outubro de 2009

CAMINHAR



Na estrada da vida

De altos e baixos

Rosas e espinhos

Paz e guerra

Como caminhar...

Na velocidade do tempo

Do desenvolvimento

Do crescimento

Do materialismo

Da massificação

Como caminhar...

No antagonismo das classes sociais

De pensamentos e ações

Das leis que nos submetem

A todo o momento

Instante

Como caminhar...

Na violência militar

Estatal

No consumismo

Como caminhar...


(02 / 08 / 1982)

23 de outubro de 2009

desassossego

mais uma tarde sem você,
o brilho da sua lembrança
se faz caminho.
não sei ...
vejo seu rosto
sinto seu carinho
mas continuo com medo.
talvez, amanhã,
você apareça,
com aquele vestido
de sempre e com seus
olhos grandes...
faça-me forte
para acreditar em deus
e nos homens
e assim, eu possa dizer
sem pretensão
que ainda te amo;
com sossego,
calmidão e solidão.

(Razek Seravhat)

20 de outubro de 2009

Eu queria...

Eu queria ser um escudo contra o mal...
Eu queria que os sentimentos falassem mais alto...
Eu queria um dia ter liberdade...
Eu queria expressar o que penso... E que me compreendessem...
Eu queria que as minhas palavras tocassem o coração das pessoas...
Eu queria ser tipo uma pessoa mais compreensiva...
Eu queria acordar todos os dias e ver um mundo de paz...
Eu acho que ainda queria ser aquela criança inocente...
Eu acho que ainda vou querer tudo isso durante anos e anos...

Inspirado em "Eu queria ser e ter" de "Férrez"

17 de outubro de 2009



Construir um projeto socialista para o Brasil

Para unir a esquerda socialista e os movimentos sociais combativos apresentamos a proposta de Plínio de Arruda Sampaio como pré-candidato à Presidente da República

Só crescemos na ousadia

Mario Benedetti

As trabalhadoras e os trabalhadores de todo o mundo vivem um tempo de profundas definições. O planeta vive sob uma das piores crises da economia capitalista desde 1929, uma crise estrutural, acentuada pelo “padrão” neoliberal de acumulação capitalista da era das desregulamentações, à qual se soma uma gravíssima crise ambiental, cuja dimensão mais urgente é o aquecimento global.

Esta autêntica crise da civilização capitalista ameaça agravar ainda mais a situação da classe trabalhadora: os primeiros efeitos da crise já causaram um aumento de 200 milhões de miseráveis no mundo e põe em risco a manutenção de direitos conquistados em épocas menos adversas.

No Brasil, nenhum desses imensos desafios poderá ser adequadamente enfrentado se não houver articulação entre os partidos de esquerda anticapitalistas, os movimentos sociais anti-sistêmicos, os sindicatos autônomos e classistas e a juventude engajada na luta política e cultural.

O primeiro passo para isso consiste na formulação de um programa, um projeto para o Brasil, de combate aos efeitos perversos das crises em curso. Pois a luta dos socialistas não deve se ater ao combate às formas de corrupção, por mais que o atual cenário de escândalos coloque para os socialistas a obrigação de levantar a bandeira de fim do Senado.

O programa precisa estar fundamentado em medidas macroeconômicas que configurem uma estratégia de enfrentamento da crise sem aceitação das restrições que a burguesia quer impor aos trabalhadores e sem perda de direitos e garantias já adquiridos.

Em particular, o programa tem de enfrentar as questões da dívida pública, encaminhando a agenda do Jubileu Sul sobre a rigorosa auditoria da dívida, cancelando os pagamentos ilegítimos dos juros, denunciando a baixa tributação sobre o capital, objetivando assegurar menor tributação aos trabalhadores e recursos para desenvolver as políticas públicas.

Somente combatendo o padrão de acumulação expropriador e depredador será possível enfrentar a grave crise ecológica criada pela lógica irracional do mercado.

O programa deve, também, ser um instrumento contra as tendências autoritárias, xenófobas, machistas e racistas que se alimentam do agravamento do quadro social. Devemos pautar também uma intensa denúncia da criminalização dos movimentos sociais e da pobreza.

Mais amplamente, o programa tem de expressar uma resposta conjunta dos povos de nossa região aos agravados desafios comuns colocados pela crise de civilização que vivemos.

Alternativa anticapitalista em 2010

Um projeto anticapitalista, popular e socialista precisa ter seu programa forjado desde já nas lutas imediatas. Apenas dessa forma as forças populares terão condições de oferecer, em 2010, também uma alternativa de voto aos milhões de brasileiros e brasileiras.

A classe trabalhadora não pode ficar refém da falsa polarização entre a candidatura do governo Lula versus a do bloco PSDB/DEM, pois, com pequenas diferenças, seus programas têm por mote a salvação do capital diante da crise e ataques à classe trabalhadora.

Nem tampouco podemos deixar de apresentar uma alternativa de projeto à possível candidatura de Marina Silva, do PV, que não expressa uma ruptura com o projeto global de governo, que balizou os dois mandatos de Lula, e nem vai além de uma visão utópica e meramente retórica de que pode haver um desenvolvimento ambiental sustentável sob bases capitalistas. Não por acaso, o partido que escolheu para se filiar se encontra na base de governos que vão do PT ao PSDB e tem como um dos seus chefes Zequinha Sarney.

Um nome a serviço de um projeto

O povo tem o direito de conhecer formas não capitalistas de sair da crise, por isso nos propomos a construir as bases de um autêntico projeto socialista para o Brasil. O nome de Plínio de Arruda Sampaio, como pré-candidato à Presidente da República pelo PSOL, afirma essa necessidade e a possibilidade deste debate.

O camarada Plínio é uma reserva moral e política da esquerda brasileira, que guarda coerência integral com os desafios da reorganização de forças no campo socialista e da classe trabalhadora neste novo momento histórico que estamos vivendo e representa, de forma coerente, um projeto de natureza anticapitalista para o Brasil.

Além disso, é capaz de representar o perfil de uma política de alianças centrada nos partidos da frente de esquerda socialista e nos setores do movimento de massas que permanecem comprometidos com uma intervenção transformadora na luta de classes.

Enfim, a pré-candidatura de Plínio de Arruda Sampaio possui enorme potencial de aglutinação de forças políticas e sociais, avanço no debate programático e acúmulo estratégico na direção de um projeto socialista para o Brasil.

É à disposição da construção deste projeto que está o seu nome.

A partir deste manifesto propomos construir uma ampla agenda de debates e atividades com todos aqueles setores que estejam dispostos a se engajar na formulação de um novo projeto para o Brasil com as bases aqui sugeridas.

São Paulo, 10 de Setembro de 2009

15 de outubro de 2009

CPI NA CÂMARA

Temos acompanhado com certa apreensão, os acontecimentos relativos à novela criada, com relação a nossa transferência para um novo local de trabalho. A comissão de Vereadores, criada para intermediar e ajudar a encontrar uma possível solução, manifesta-se a favor da instauração de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI ), com a finalidade de esclarecer os fatos.

Desde o início a APROVACE se manteve calada e aberta ao diálogo, respondendo aos questionamentos de maneira a não prejudicar o andamento das negociações com a Prefeitura Municipal de Fortaleza. Os mais experientes nos ensinaram que “QUEM NÃO DEVE, NÃO TEME”, por isso, a APROVACE se coloca favorável à CPI, pois desta maneira a verdade será esclarecida.

Reforçamos o pedido aos Vereadores, tanto para criarem a CPI, quanto para nos garantir o que é nosso por direito, o “ESQUELETO”, por isso, solicitamos a todos os permissionários que permaneçam atentos e unidos, pois a nossa divisão só favorece aqueles que querem nos enfraquecer.

Parabenizamos a todos os permissionários, ambulantes e amigos que compareceram à Câmara Municipal na Audiência Pública (23/09/09), mas principalmente, agradecemos pela demonstração de força e união frente aos Vereadores e à Prefeitura. Vocês sabem de nossas conquistas!

Nesse sentido a APROVACE:

1. Defende o nosso direito de ir para o ESQUELETO, por isso, entrou na justiça contra a PMF;

2. Questiona a forma autoritária da PMF (Sercefor) em tratar as questões do Beco da Poeira e dos ambulantes;

3. Denuncia o descaso da Prefeitura de Fortaleza com a situação do comércio ambulante, pois subjuga e trata de forma marginal e preconceituosa os ambulantes da cidade;

4. Propõe um debate aberto e democrático sobre o futuro e o desenvolvimento sustentável do comércio ambulante de Fortaleza;

5. Defende a união de todos os ambulantes do Centro, Beira-mar, José de Alencar, Lagoinha, rua José Avelino, Feirantes da Sé, permissionários do Beco e outros trabalhadores informais da cidade, visando garantir o nosso trabalho e o nosso direito à sobrevivência;


Atenciosamente,

APROVACE

http://aprovace.blogspot.com

12 de outubro de 2009

Entrevista com AÍLA SAMPAIO


Aurisleide Mourão_Que influência a Psicanálise exerce na sua obra... O que pode nos contar da influência galega na língua, na poesia... "O amor e o ódio" esse amálgama. ... Que mistério é esse?


Aila.Sampaio _Na minha poesia, embora haja um trabalho de linguagem, há muito de catarse, desejos e fantasias e acho que tudo isso traz um viés da Psicanálise. No livro que lançarei no próximo dia 24 - Os fantásticos mistérios de Lygia - em que abordo contos fantásticos de Lygia Fagundes Telles, a Psicnálise me deu subsídio para muitas análises, de forma bem consciente. Quanto à influência galega na língua e na poesia, posso dizer que o Trovadorismo foi muito importante para a a língua portuguesa, pois a fez mais valorizada e mais rica. As cantigas de amor e de amigo, como as de escárnio e maldizer permanecem vivas, com outra roupagem, claro. Mas, voltando ao séculos XV e XVI, é importante lembrar de Fernão Lopes, que criou, por volta do ano de 1418, um novo português, e de Luiz Vaz de Camões, que é o verdadeiro fundador da nova língua Portuguesa, tendo como base o galego. Ambos inovaram e nos deixaram como legado a língua e a poesia que temos hoje. Já o amálgama amor e ódio, tema do meu livro de poemas lançado em 1991, não traz nenhum mistério, apenas a constatação de que os extremos se tocam e tudo é dual.

Klaudia Alvarez - Aíla, os grandes autores da literatura cearense são bem conhecidos, mas eu gostaria que você falasse um pouco da nova geração de escritores. Quais você destacaria?


Aíla_ Há muitos nomes produzindo literatura de qualidade no Ceará, posso destacar o Francisco Carvalho, o Floriano Martins, o Dimas Macedo, o Nilto Maciel, a Lourdinha Leite Barbosa, o Batista de Lima, a Regine Limaverde; há também um pessoal mais novo que está já 'escrevendo' seu nome nas nossas letras, como a Tércia Montenegro, o Raimundo Neto, o Jorge Pieiro, Pedro Salgueiro,a Carmélia Aragão e o Urik Paiva. Citar nomes é sempre complicado, porque a agente acaba lembrando apenas dos que estão mais próximos ou em evidência, mas posso afirmar que a literatura cearense está em plena efervescência, com diversidades de soluções formais e preocupações estéticas as mais variadas tal como a que se produz, no mundo inteiro, hoje, quando que a palavra de ordem é 'ecletismo'

Razek Seravhat - Desesperadamente Nua é um livro onde a alegria e o desespero se juntam para a contemplação e a efetivação dos anseios de uma mulher rara em sua maneira de ser e de agir, numa agressão que é de posse, mas também de carinho. E muito. Poucos livros terão alcançado em objetivo tão rico em nossa poemática. ( José Alcides Pinto) Qual o objetivo do Poetar? Por acaso seria o de amar? Mesmo “numa época em que o amor é estranho ao próprio amor” ?


Aíla_ Fazer poesia é uma forma de transcender a 'partos complicados' e sobreviver aos meus próprios enigmas... digo isso em um poema que reflete o meu processo criador. O amor é a vertente, é ele que me move, me impulsiona, me faz acordar todos os dias e caminhar. Mesmo, eu diria sobretudo, como falou o saudoso Alcides, “numa época em que o amor é estranho ao próprio amor”. Então, fazer poesia é uma forma de confirmar a minha própria existência...


Jean Maccole – Olá, Aíla Sampaio.

O que diz a poesia
(se diz),
de poesia,
à alma de quem nada ouve?

O que ouve
(se ouve),
de poesia,
a alma de quem nada ouve,
o que diz a poesia?

Ouve algo,
de poesia,
a alma de quem nada ouve,
o que diz a poesia?

Diz algo,
a poesia,
para a alma de quem nada
(de poesia)
ouve?

De que alma estamos a falar:
da alma de quem nada ouve
ou da surdez poética?

De que alma estamos a falar: da
poesia que nada diz
ou da mudez poética?

Há alma em quem,
de poesia,
nada ouve?


Aila_ A poesia é um antídoto contra o tédio que insiste em perturbar a humanidade... ela levanta véus, desperta os nossos olhos para outros olhares, descortina mundos, abstrai-nos do palpável e nos dá o que sabemos que existe mas não enxergávamos. As pessoas que não leem poesia, acometidas da 'surdez poética, vivem num modo árido, de emoções pálidas, pois, como nos diz Gullar, ela (a poesia) permanece como uma forma de criar outro mundo “mais bonito ou mais intenso ou mais significativo ou mais ordenado – por cima da realidade imediata”.


Lenitivo_ QUEM É Aíla Sampaio?


Aila_

Viagem

Vida: vagão de um trem a qualquer hora
a soltar-se pelos trilhos.
Se fendem as trancas na ferrugem das peças,
nenhuma alavanca detém a carga.
Sigo. Passageira sem estação de rota.
Quando vou, estou indo de volta
como se por mim tudo fosse outra vez
sem ter sido nunca a primeira.
Meu corpo é minha bagagem
arma atenta à cicatriz
que não fecha
e a que se cava
em tua ausência
materializada na cadeira vazia.
Ao meu lado, o passado
sentença do efêmero,
algema sem trancas.
Sigo como um vagão
desgarrado do comboio,
querendo ainda obedecer
ao freio das alavancas.

(Aíla Sampaio_ Escritora e Professora da UNIFOR)


Colaboradores
Aurisleide Mourão_Psicóloga e Professora de língua estrangeira.
Klaudia Alvarez – Autora do espaço musicadoceara.blogspot.com
Jean Maccole – Professor da UERN
Razek Seravhat – Poeta da Dor e da Melancolia
Participação Especial: José Alcides Pinto


9 de outubro de 2009

COLABORAÇÃO DE ODÉCIO MENDES ROCHA

Ao Lenitivo Cultural
A/C de Augusto César Tavares
Fortaleza, 02/10/2009


HONDURAS: GOLPE MILITAR DA DIREITA?


O ciclo de ditaduras na América Latina é de 15 a 20 anos, segundo Celso Furtado. Os políticos de modo geral ainda pensam que ainda é possível instalar autoritarismos, tanto de direita como de esquerda. De direita, temos os nazi-fascismos; e de esquerda, o socialismo real, como na antiga União Soviética, em Cuba e na China. Eles não sabem sequer que o capitalismo clássico morreu. E a sua morte inviabilizou o marxismo ortodoxo, baseado no stalinismo. Não sabem, também, que muitas categorias da obra de Karl Marx, O Capital, já estão ultrapassadas.

A população, de um modo geral, ainda não se conscientizou, que depois da revolução eletrônica informatizada, foram destruidos todos os sistemas que viam na produção uma categoria fundante, o motor da História etc. Estes sistemas estão o capitalismo clássico e sua modernização tardia – o socialismo real. A revolução de micro-eletrônica do pós-guerra (1945), eliminou de vez, numa revolução silenciosa, sem precisar de lutas armadas e sangrentas, o capitalismo e o socialismo real.

Não sei para quê ditaduras: Para combater os marxistas? Para moralizar a nação? Para colocar fim à violência, à fome? Qual álibi que os golpistas pretendem inventar, agora?
Os marxistas estão perdidos. Moralizar a nação, isto é impossível. Colocar fim à violência , à fome e ao desemprego, é inviável. Não sabem quanto mais avanço na tecnologia de ponta, mais desemprego estrutural aumentará no mundo inteiro. Então, qual justificativa será inventada?

Será que não sabem, que a crise civilizacional, já desmoronou até com o neo-liberalismo (vide Conferência on-line do filósofo Enrique Dussel, Crise de Civilização e O Fim do Neoliberalismo). Será que não sabem que o mundo da antiga civilização milenar já chegou ao seu fim, e não terá mais volta?...

Se o golpe da direita hondurenha permanecer vitoriosa, então, a América Latina estará em extremo perigo. Se Honduras optar por uma ditadura militar, já deu possibilidade para implantar ditaduras militares, novamente, em toda América Latina. Quê fazer? Apelar para OEA, para impedir o andamento do monstrengo histórico pior do que o Arquipélago Gulag (campo de concentração soviético, onde matou milhões de pessoas inocentes, torturas, segundo o dissidente soviético Alexanre Soljenitsin).

Enfim, teremos que fazer qualquer coisa para impedir novas tsunamis históricas.


ODÉCIO MENDES ROCHA
Profissão : Filósofo itinerante
RG.: 444.237 SSP-CE
Blog: mendesrochalenitivo.blogspot.com
E-mail: mendesrocha2@gmail.com

7 de outubro de 2009

Rio de Janeiro 2016


A vitória do Brasil em Copenhague provocou uma avalanche de felicidade jornalística. A festa do Rio em 02/10/2009 tem merecido destaque em Portais de Internet, Rádios, TVs. Os jornais e revistas, mais lentos, surfarão esta onda de felicidade durante a próxima semana. Só com meus botões eu só consegui ficar preocupado. Aqui meu exercício de futurologia.

A vitória do Rio será interessante apenas para quem administrará o evento e para aqueles que construirão as obras necessárias. As obras custarão duas ou três vezes mais que deveriam e muitos políticos receberão comissões estonteantes.

Um ou dois anos antes das Olimpíadas o Caveirão (nome popular da viatura do BOPE) vai começar a visitar regularmente as favelas para regularmente fazer cadáveres. Antes dos Jogos Panamericanos o BOPE fez centenas de vítimas. As Olimpíadas são mais importantes, portanto, acarretarão mais vítimas. Ninguém deve ficar surpreso se entre 2013 e 2016 o BOPE executar mais de 10.000 pessoas.

A Rede Globo comprará os direitos de transmissão por um valor ridículo e abocanhará bilhões vendendo o sinal às outras estações de radiodifusão. Os brasileiros aparecerão alegres em TV, mas não receberão um centavo de direito de imagem.

E por falar de povão. O povo brasileiro trabalhará muito para pagar os impostos que erguerão as obras, proporcionarão os lucros e as comissões ilegais, mas ficará contente por realizar os Jogos Olímpicos. A ilusão do evento compensará a vida dura plena de carências dos 180.000.000 de brasileiros que controlam apenas 25% da riqueza nacional.

No fim de 2016 os brasileiros ricos estarão mais ricos que nunca. Os cariocas pobres que sobreviverem as investidas do BOPE continuarão na merda, mas estarão mais contentes. O sistema brasileiro que proporciona miséria e concentração de renda rejuvenescerá, mas ficará intacto.

Fábio de Oliveira Ribeiro
sithan@ig.com.br

6 de outubro de 2009

Homenagem aos professores

As bolas de papel na cabeça,
Os inúmeros diários para se corrigir,
As críticas, as noites mal dormidas...
Tudo isso não foi o suficiente
Para te fazer desistir do teu maior sonho:
Tornar possíveis os sonhos do mundo.
Que bom que esta tua vocação
Tem despertado a vocação de muitos.
Parece injusto desejar-te um feliz dia dos professores,
Quando em seu dia-a-dia
Tantas dificuldades acontecem.
A rotina é dura, mas você ainda persiste.
Teu mundo é alegre, pois você
Consegue olhar os olhos de todos os outros
E fazê-los felizes também.
Você é feliz, pois na tua matemática de vida,
Dividir é sempre a melhor solução.
Você é grande e nobre, pois o seu ofício árduo lapida
O teu coração a cada dia,
Dando-te tanto prazer em ensinar.
Homenagens, frases poéticas,
Certamente farão parte do seu dia a dia,
E quero de forma especial, relembrar
A pessoa maravilhosa que você é
E a importância daquilo do seu ofício.
É por isto que você merece esta homenagem
Hoje e sempre, por aquilo que você é
E por aquilo que você faz.
Felicidades!!!

Homenagem a todos nós professores. Parabéns pelo nosso dia!!!!

Aos Colegas Professores

Aos Colegas Professores

*Augusto César Tavares

Setembro, tarde quente. Gritos de desespero. O despreparo do guarda reproduz uma cena cinematográfica. Apesar da crueldade, prossigo e embarco para mais uma viagem em um Paranjana lotado. Irreligioso, finjo ter coragem. Em pé nos degraus, ironizo a mensagem: não estacione aqui. À minha direita, duas senhoras conversam futilidades. Aborrecido, cansado e pensando na notícia da morte de um colega que tivera da sua vida, a dignidade subtraída, fujo pra esquerda. Vejo-me diante de uma figura exuberante. Incomum. Difícil explicar: a face parece que fora acarinhada por um colibri, O olhar enternecido, amaciado por uma cor que sugere tenacidade. Os lábios, impossível descrever, contudo, não consigo deixar de admirar aquele sorriso peralta.

Procuro desviar minha atenção, afinal, tenho motivos suficientes para saber que o amor à primeira vista não tem fundamentação científica, e pelo o que me consta, meu lado afetivo, difere da minha vida profissional que em contrapartida, merece ser valorizada. Num descuido do condutor, o contato do ônibus com a via esburacada produziu um estrondo que só não foi maior do que o impropério que proferiram para homenagear a atual prefeita da capital alencarina. Viagem ligeira, apesar dos pisões e dos solavancos encontro espaço para observar o que restou da poluída lagoa da Parangaba, outrora tão retumbante. Outra vez escorrego o olhar temerosamente. O belo às vezes nos causa medo. As futilidades das duas senhoras dissipam-se diante do enigmático pensamento que busca em vão reconhecer belíssima criatura. O condutor para o veículo e eu desço, ou melhor, desceram-me. Ainda desvencilhando-me da multidão, sou novamente levado para aquele sorriso peralta e surpreendido por uma interjeição afirmativa que provoca um diálogo no mínimo rejuvenescedor:

_Professor, lembra de mim!

Pronto. Estava desfeito o mistério. A partir daí conversamos sobre cinema, o quinto semestre de administração, poesia, iniciação a pesquisa, a rispidez do viver, o mestrado, os novos sonhos, os objetivos, os ideais, os projetos e lamentei não termos conversado a respeito de política. No entanto, estava contente, pois me senti diante de uma mulher de vinte e três anos que se dizia grata por ter sido minha aluna na sétima série, ao passo que eu, atribuía a ela, os meus cabelos embranquecidos.

Despedi-me, recebi um aperto de mão fortalecedor e antes de subir no próximo coletivo fiz-me uma pergunta sincera, digna de um professor de matemática. Qual a probabilidade de um encontro casual acontecer duas vezes em menos de meia hora?

*Professor da Rede Municipal de Ensino da Cidade de Fortaleza. Extraído do lenitivocultural.blogspot.com