3 de abril de 2010

Eu, cansada de mim e de ti.


Eu, tão cansada dos fatos,
Cansada de ti e de mim.
Do mundo farto, vil e banal.
Perdida nos tormentos do existir.
Alienada com a necessidade do ter
E esquecida com a possibilidade do ser.

Quero um verso que fale de mim e de ti
Que fale do vento, do sol, das pesadas nuvens de tristeza
As quais rondam o nosso ser.
Quero um verso que rasgue almas
Arranque lágrimas
E faça chover alegrias.

Repito: estou cansada...
Cansada de mim e de ti.
Exausta da inútil tecnologia
Que me deixa sozinha e desamparada dos humanos.
Essa tecnologia que me engana
Fazendo-me acreditar que ela me faz companhia.

E a solidão é tão completa.
Tão real e perfeita
Que a sinto como algo bom
E navego, flutuo e me entrego em seus braços.
Bendita sois, ó solidão, entre os sentimentos.

Luênia Aderaldo, 03/02/2010

7 comentários:

  1. Sempre soube da sua capacidade de superar as dores do âmago. Estou muito feliz em ler esse poema tão cheio de emoção. Tenho orgulho da sua poesia e de poder comentar às outras pessoas a simplicidade que é ter você como companheira. Parabéns...
    Marilda

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  2. O que vou dizer não é nada inédito, mas prefiro ser repetitivo do que não dizer o que sinto...
    Faço minhas as palavras da Marilda.

    Ternura sempre!

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  3. Olá Luênia,

    Há quanto tempo? Hein...
    Como vai a Letícia?
    Desculpa não comentar o poema. É que não tenho muito afinidade, prefiro o concreto armado.

    Beijos...

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  4. Eu entendo, Milena. O mundo de fato é mais concreto que abstrato e na sua profissão, então!rsrs! Eu e ela estamos bem, vivendo a vidinha nossa de cada dia.
    Obrigada, Rasek pela força e confiança no talento que não possuo.

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  5. Tanta modéstia Luênia. Como eu gostaria de ser assim! Abraços!

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  6. Vc sabe Joatan, que poetas por aqui, na minha concepção e conhecimento são vcs dois. beijos!

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  7. Você faz uma projeção entre o ser e o ter? Isso seria insegurança? Entendo que o ter é o senso comum e o ser é uma busca infinita da transcendência.

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Ternura Sempre...