17 de abril de 2011

IMENSIDADE

IMENSIDADE

Jonas Serafim

No pântano animado de todo o cosmo infinito se encontra o mundo humano em sua amplitude, outra imensidão guardando os segredos da vida que se forma em constante transformação, sendo em movimento, e nunca estático, que une todos os elementos da natureza, convergindo tudo para o todo da imensidade.

Os sentidos inconstantes questionam sempre sobre a verdade, algo que não cabe dentro de uma caixa dogmática, e que se alastra na infinidade do universo.

O nosso si mesmo já está situado no ilimitado universo, e se é assim que existimos e vivemos, com sentido e razão, não estamos no vácuo niilismo que não tem sentido.

Todo o movimento ou ato que acontece está unido numa conexão com o todo do universo, articulado aos sentidos e à nossa razão.

Estamos num espaço sem limites, num tempo de ser sempre sendo para a plenitude. Então não podemos afirmar o nada diante de tudo e do todo em sua imensidade. Daí sabermos a grandeza do quanto é bom o mundo em que vivemos. Assim é a bondade, não tem fronteiras. Somos essencialmente infinitos. E em nossa infinitude tudo se completa para a perfeição. Os defeitos, portanto, são consequências da ação humana.

Envolvido pelo imensurável céu, não precisamos fantasiar outros céus. Tudo está conectado na imensidade do universo, pelo átomo, pelo pensamento, vibrações, sentimentos e atitudes. A ação em favor da vida tem sua razão na luz que ilumina a escuridão originária da criação. Tudo muda de aparência e a morte não existe. Na imensidade benevolente universal tudo se renova para o bem.

Havendo uma infinitude matemática, é porque há um sentido infinito e pleno do ser.A existência e a convivência são originárias da onipotência ativa e definitiva.

O princípio interno de toda matéria e de todo ser vem do espírito que movimenta a vida.O sentido extrínseco advém da interioridade que anima o raciocínio, as palavras e as ações.

A existência, a vida e o movimento em todo o universo, acontecem pela razão intrínseca e infinita e tem efeito infinito em potência. Esta é a concepção da imensidade.

Considerando o espaço e a matéria com aptidões, confirma-se neste argumento a ação da vida com toda a imensidade. Nisto consiste o impulso das partes para o todo. Tudo é eterno na própria eternidade real sempre presente em que existe, vive e se movimenta em transformações sucessivas e sensíveis.

Tudo está em movimento na e para a imensidade. Estamos todos no mesmo espaço infinito porque tudo é um só na imensidade. Já estamos na eternidade e não podemos mais fugir desta realidade que encanta com mistérios e revelações. Dos elementos naturais podemos dizer com consistência que são tantos espalhados em todo o cosmo: outras terras distantes e outros sóis, envolvidos pela água e o ar, nas diferentes formas possíveis. Há uma diversidade em toda unidade do universo e tudo no todo forma o uno.

Não vivemos para nós mesmos. Vivemos em relação com todos e com o todo. O sol não brilha para si mesmo, nem a terra brilha só para si. Só percebemos a luminosidade pelo reflexo de outros corpos.

Convivemos no processo cosmogênico que entrelaça sentimento e razão. E a razão da vida se encontra no começo de sua formação que percorre uma duração rumo ao infinito.

Não viveríamos sem o equilíbrio entre o ar, a água, a terra e o fogo. Um elemento não existe sem o outro em toda a imensidade. Um corpo consiste na complexidade que une respiração, sangue, massa, energia e espírito. O todo parte da mesma origem e está para o mesmo fim infinito. Somos eternos, embora, mortais. Mas este é o processo natural do corpo corruptível para o corpo incorruptível. Como sementes, somos unidos ao útero originário da terra para a dimensão imensurável.

A beleza da estética do universo é completa com a vida, a paz e o amor. Aqui compreende toda a diversidade e une fé e ciência.

O centro e o meio de tudo, desde o átomo até ao organismo vivo e atuante, é o coração que sente, comunica e participa. O heliocentrismo não corresponde a toda imensidade; e em seu movimento, limita-se a Via - Láctea como uma matéria-prima inteligente. O princípio vital do movimento conserva-se no desejo e no impulso da gravidade universal de continuar o percurso para não enfraquecer a própria vitalidade e para a finalidade que exerce rumo a plenitude.

O universo tem a sua própria filosofia e ciência em toda sua imensidade. Não adianta querer enterrar o pé só no criacionismo ou só no evolucionismo. Isto é tolice e estupidez, porque, na verdade, toda a criação evolui.

Somos aprendizes sempre, e em busca constante na amplitude do pensamento, semelhante a perfeição do universo. Tudo está em volta do único e grandíssimo céu, porque o mundo é um só, vivo e supremo. Se lutarmos contra a natureza, mudamos o seu equilíbrio. Nada está fora de lugar, senão for movido por uma força contrária. Se o átomo é indivisível, em tese, o ato contrário à sua natureza o desequilibra e causa mudanças explosivas e desumanas. Não precisamos extrair o coração de um corpo vivo para compreender a natureza das partes e do todo. A própria natureza possibilita a compreensão pela percepção do ciclo da vida. Ao observarmos a vida e a morte, como realidades contrárias e naturais, pelas investigações lógicas que são possíveis fazer no corpo vivo, e no corpo morto, alcançamos o verdadeiro conhecimento que queremos sem alterar a natureza. Tudo o quer existe é composto pelo todo. Nada existe no vazio. Tudo tem sentido e uma direção que é refletido na ação humana, na perspectiva da unidade.

Baseado na obra de Giordano Bruno: "Sobre o Infinito, o Universo e os Mundos"

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Um comentário:

  1. Posso concordar com você que a nossa complexidade une respiração, sangue, massa, razão e sentir.

    Ternura sempre!

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Ternura Sempre...