25 de junho de 2011

Revisitando o Cidadão


Tá vendo aquele Guarda, cidadão?
O incentivei a estudar.
Foi um tempo de esperança
Eram mais de vinte crianças
Indo pra lá, vindo prá cá.
Hoje depois dele empregado
Olho prá ele e fico intrigado
Pois ele foi autorizado
a me chamar de problemático,
e eu digo: Não, sou matemático!

E continuo a explicar:
Minha carreira depende disto,
Se eu não entrar estou é frito,
Educação não é “dispendício.
E prá aumentar o meu suplicio
Eu ainda posso ser detido
por terem do piso esquecido...

Tá vendo aquela jornalista cidadão,
Ela estudou comigo já.
Dela lembro e não me arrependo,
Sem quadra e sem assento
A estimulei a questionar.
Minha colega inocente
Vem prá mim toda decente
"aquela ali vai nos entrevistar".
Mas depois veja que contradição,
o que falei não vai ao ar
e depois de tanta confusão

eu ainda saio como vilão pois,

o aluno precisa estudar.
Essa notícia doeu mais forte
Por que é que foram vincular?
Eu me pus a lamentar:
Eu não quero ser rei
Só quero o que está na lei
e o direito de planejar...

Tá vendo aquela câmara cidadão,
que é pra ser dos trabalhadores,
Agora, estou toda semana por lá
convoco os colegas educadores
e vamos pelo piso reivindicar.
Lá foi que eu me arrebentei
tem demagogia sem lei
E eu sequer posso argumentar.
Foi lá que seu presidente disse,
"Que nós não somos professores

E que sua preocupação

é com a integridade dos vereadores”.
Eu não posso acreditar
Foi comigo que aprendeu a contar
lhe falei do rio, e das serras
Fiz de tudo pra lhe ensinar.
Hoje ele é Dr com amarras
E se a gente não lutar com garra

Ele pode nos atrapalhar.

(Razek Seravhat, adaptado do texto Cidadão de Pedro Lúcio Barbosa)


2 comentários:

  1. Também me revolto diante dessa " palhaçada" a que nós somos submetidos!!!
    E o educador ainda passa pelo o vilão da história!
    Esse povo precisa de verdades..ditas desse forma..com essa palavras tão profundas,que chegam a perfurar a alma...
    Lamento por nosso grito por mais alto que seja, pouco é ouvido!
    Mas o Senhor,braços, pernas e mente me deu, para que nunca a luta pelos meus e nossos direitos cessar!! belas palavras!
    Abraços!

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  2. Valeu Natália!
    Precisamos nos encontrar.

    Até.

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Ternura Sempre...