5 de setembro de 2011

Maria Clara Lucchetti Bingemer

Bingemer é teóloga, professora
Entrevista em Versos


“Entrevista em Versos” é o mais novo instante poético do Lenitivo. Por aqui, encontrar-se-ão perguntas dos poetas de ontem com as respostas dos poetas de hoje numa busca cálida de unir os distantes que estão próximos e os próximos que estão distantes. Neste propósito, deseja-se alcançar, por meio de cada pensamento, de cada ensinamento, de cada pergunta em verso, os sonhos, os desejos e os ideais repletos de sensibilidade, de certeza, que possa nos fazer compreender que fomos e estamos neste mundo para viver e viver em coercitiva comunhão. Para inaugurar este instante, convidamos a professora da PUC-Rio e autora do livro “Simone Weil e a filosofia” (PUC-Rio/Loyola)”, Maria Clara Lucchetti Bingemer. Comecemos! Com a palavra, Mário Quintana:  _A vaca natural e simples como a primeira canção. A vaca, se cantasse, Que cantaria?
Maria Clara: Cantaria a beleza de sua existência e a ação de graças ao Criador que a fez.
Diante de tão fervoroso acreditar, eis que nos surge a subjetividade, e a acidez leve, porém profunda, de Cecília Meireles: _De que serviu tecer flores pelas areias do chão, se havia gente dormindo sobre o próprio coração?
Maria Clara: A poetisa Cecilia Meireles diz muito bem e belamente que não se deve dormir sobre o próprio coração. As flores tecidas pelo chão devem fazer um leito de beleza onde é preciso trabalhar, amar, e não dormir.
E por falar em trabalho, amor e não dormir, quem não dormiu na busca sempre viva de acreditar no construir de um despertar digno foi... Rosa Lee Parks : “As pessoas sempre dizem que eu não dei meu lugar porque estava cansada, mas não é verdade. Eu não estava cansada fisicamente, ou mais cansada do que habitualmente estava após um dia de trabalho. Eu não era velha... tinha 42 anos. Não, eu só estava cansada de sempre conceder”.
Maria Clara: O que Rosa Parks fez deveria ser feito por todo mundo para chamar a atenção sobre leis que são injustas.
Infelizmente, as pessoas de todo o mundo nada fazem, ou pouco fazem, ou pior, apenas vivem, como ressalta Affonso Romano de Sant'Anna:
_E assim cada qual mente industrial? mente, mente partidária? mente, mente incivil? mente, mente tropical? mente, mente incontinente? mente, mente hereditária? mente, mente, mente, mente.
Maria Clara: A mentira é algo muito presente nos dias de hoje. A corrupção que faz tantos estragos na vida nacional é fruto da mentira
Será? A vida nacional é isso. Não pode ser. Eu me recuso acreditar que a vida é isso. Ainda bem que existem muitas Rosas pelo mundo, como, por exemplo, aquela da Polônia: Rosa Luxemburgo.
_ Há todo um velho mundo ainda por destruir e todo um novo mundo a construir. Mas nós conseguiremos, jovens amigos, não é verdade?
Maria Clara: É importante, como diz Rosa Luxemburgo, manter acesa a chama da esperança de que se vai conseguir construir um mundo melhor.

• No segundo “Entrevista em Versos”:  Renato Roseno.

7 comentários:

  1. Olá!!

    Confesso que ando tão sem tempo, que tenho deixado de comentar os textos dos meus amigos.

    Realmente a vida é dura.

    Cheguei a pensar que a crueldade entre os seres humanos fosse genético.
    A falta de amor, de humor.

    Todos com esse senso tão prático, e discursos hipócritas em prol de uma igualdade que nunca vem.

    Sabe...
    ler os jornais ou assistir a TV tem sido como compactuar com uma guerra.

    A guerra da burrice contra a boa vontade.
    Guerra dos jovens contra as drogas, e pais de familia machucando as mãos enquanto leva ao rosto por não ter onde tirar.

    A vida não é fácil.

    Engraçado que ninguém disse que seria.

    Sentir-se indignada é sinal de vida, de pulso.
    A inconformidade social é um jeito solitário de gritar. DE PEDIR UM BASTA NECESSÁRIO.

    Eu amo, amo a minha vida, minha mulher, minha família os meus amigos.

    Eu amo a ideia de vê-los sempre bem, de ter noticias mesmo- que não tão boas.

    Amo a capacidade humana de mudar, de pensar, de errar e se desculpar.

    Eu amo a minha poesia, o meu romantismo literário. Sabe porque?

    Eu cansei de sentir frio sozinho.
    Cansei de ser mais um indignado- calado.

    Quem puder ler a mim e sentir um pouco de paz- de amor. Acho que esta ai o meu jeito de gritar- BASTA.

    Gostei muito do seu comentário.

    Uma ótima noite espero por você no Alma- sempre!

    Vinicius. C

    ResponderExcluir
  2. Não é bem assim. Mas "seguiremos adiante"

    ResponderExcluir
  3. Olá :)
    Adorei o teu blog.
    Poesia é comigo mesmo (modestia a parte)

    Obrigado pela visita.

    Beijos

    ResponderExcluir
  4. Olá!!

    Passando para deixar o meu beijo e desejar a vc um ótimo fds!

    Espero por vc no Alma!

    ResponderExcluir
  5. A propósito recomendo fortemente que leiam O Mito Che Guevara e os Idiotas Uteis que o Idolatram, um documentário que me fez repensar muita coisa, imperdível com um filme no final para que se tenha certeza da autenticidade da matéria. Ternura nao é para qualquer um. Gustavo.

    ResponderExcluir

Ternura Sempre...