CARTA CIDADÃ PARA OS CUIDADOS DE SAÚDE

CARTA CIDADÃ PARA OS CUIDADOS DE SAÚDE

Tendo como estudo o texto-base da Campanha da Fraternidade (CF) de 2012 que defende o tema: "Fraternidade e Saúde Pública", e como comunidade de base no exercício da cidadania, estamos mobilizados para alcançar as metas de melhorias sociais.

Reconhecemos que a "Saúde Pública é a ciência e a arte de evitar a doença, prolongar a vida e promover a saúde física e mental, e a eficiência, através de esforços organizados da comunidade, visando o saneamento do meio... (CF nº 105).

Relembramos também a Carta Magna de 1988, no Art. 196: "A saúde é direito de todos e dever do Estado."

Sabemos que são as famílias que mais gastam com a saúde. "Dados do IBGE mostram que o gasto com a saúde representou 8,4% do Produto Interno Bruto(PIB) do país , em 2007. Do total registrado, 58,4% (ou 128,9 bilhões de reais) foram gastos pelas famílias, enquanto 41,6% (93,4 bilhões de reais) ficaram a cargo do setor público" (CF nº 109). Diante disto, como as famílias são atendidas nos postos de saúde e nos hospitais? É vergonhoso o que a mídia mostra a cada dia a este respeito. Não falta dinheiro para a copa de 2014, mas falta para a saúde pública. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), 65% das doenças no Brasil são decorrentes da falta de saneamento básico nas cidades, porém, o que temos visto são investimentos em grandes projetos milionários para mostrar para o mundo o “crescimento diário”, mas quando andamos nas nossas periferias é favela, é desemprego e violência todo dia.

O orçamento anual da saúde no Brasil em 2008 foi de 3,24% do PIB. É o mais baixo em relação aos países que atendem a população com sistema público e universal que investem em média 6,7% do PIB.

Existem pesquisas com estatísticas sobre as insatisfações a respeito do Sistema Único de Saúde (SUS), e não se restringe apenas ao tempo de espera nas filas e/ou falta de atendimento médico/hospitalar.

Apresentamos as nossas insatisfações que denunciam alguns pontos, a saber:

01- Denunciamos a "lei do jeitinho brasileiro" que confronta o exercício da cidadania, fazendo com que pessoas sejam beneficiadas na frente de outros pacientes já encaminhados no atendimento para consultas e exames nos Centros de Saúde da Família;

02- As consultas e principalmente os exames solicitados nos Centros de Saúde em muitos casos não são atendidos como reza os princípios doutrinais e organizacionais do SUS;

03- Constatamos depoimentos em que muitas pessoas passam até seis (06) meses sem conseguir as receitas para receber o remédio de uso contínuo;

04- Faltam médicos especialistas e leitos nos hospitais;

05- Comprovamos a falta de cumprimento da carga horária nas escalas de serviço médico e em plantões nos hospitais e nas unidades de saúde do Programa de Saúde da Família;

06- Faltam remédios na Farmácia Popular e nos Postos de Saúde e que se encontram nas farmácias particulares cadastradas sendo vendidos com superfaturamento;

07- Testemunhamos muitos casos de pessoas que enfrentaram filas de madrugada para marcar uma consulta e não conseguiram nada;

08- Delatamos a falta de atendimento aos idosos que são rejeitados e terminam morrendo no abandono no Frotinha da Parangaba;

09- Muitas vezes temos que pagar por fora para fazer consulta e exame;

10- É preciso fiscalizar melhor o Sistema Único de Saúde. Propomos a prescrição de receitas pela enfermeira/o quando houver a ausência de médico, em casos de pacientes que já têm uma receita médica de uso contínuo, para facilitar o recebimento de remédio na Farmácia Popular ou nos Postos de Saúde. Também é necessário ter remédios para atender os pacientes com hiper e hipotiroidismo entre outros casos em que se constata o aumento de pessoas que têm problemas como hipertensão e diabetes.

Diante do estudo que fizemos na comunidade com o Documento da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) sobre "Fraternidade e Saúde Pública, esperamos sensibilizar os órgãos competentes nesta área e aguardamos uma RESPOSTA com a esperança de quem faz acontecer uma sociedade justa e digna de se viver.

COMUNIDADE ECLESIAL DE BASE DA GRANJA LISBOA DO GRANDE BOM JARDIM.

ÁREA ADJACENTE: CONJUNTO CEARÁ.