5 de fevereiro de 2014

Carta aberta ao povo de Baturité - Blog do Eliomar

Esta carta foi publicada no dia 31 de janeiro de 2013.

Em texto enviado ao Blog, o historiador, professor e militante social Joatan Freitas comenta da situação política de Baturité, que nesta sexta-feira (31) recebe o Fórum em Defesa de Baturité, a partir das 19 horas, na Sede do Sindicato dosa Trabalhadores Rurais. Confira:
Como cidadão e conterrâneo, venho acompanhando pela internet e conversando com algumas pessoas sobre a situação crítica da nossa cidade após o caos político e administrativo instalado em Baturité.
Considerando o crescimento do país, do estado e da região, percebe-se lamentavelmente um atraso de nossa cidade que vem perdendo espaço no Maciço de Baturité: a insatisfação dos funcionários públicos e atrasos de pagamento, além de remoção com o provável intuito de perseguição política; falta de diálogo diante das reivindicações justas da comunidade quilombola da Serra de Evaristo e outras comunidades; devolução de recursos financeiros destinados à escola da comunidade quilombola, beirando à discriminação e ao racismo (*); incompetência administrativa; Saúde abandonada e Educação em crise; setores da Câmara de Vereadores submissos e omissos.
E, diante dos desafios e necessidades do município quanto ao seu potencial turístico e cultural, com juventude criativa, mas ociosa; a agricultura familiar enfrentando a seca de forma artesanal e sem política pública municipal definida; o comércio sem estímulo adequado, e a política perdida em disputas menores, observa-se um verdadeiro despreparo político-administrativo em relação a um projeto de desenvolvimento sustentável para Baturité.
A política de Baturité tem se caracterizado pela falta de visão de alguns gestores para dialogar com o diferente, com os movimentos organizados, as mulheres, os idosos, os grupos religiosos, os trabalhadores, os grupos culturais e as juventudes criativas, e assim, construir um planejamento estratégico capaz de elaborar as premissas de um projeto político de desenvolvimento econômico, político e cultural para os próximos vinte anos do município.
Entretanto, o povo precisa ser mais acionado e participativo, pois, não basta a democracia representativa que transfere a responsabilidade pelo futuro de Baturité para as mãos do gestor municipal, vereadores e/ou lideranças políticas.
Neste sentido, o Fórum em Defesa de Baturité pode avançar para além dos limites de uma prefeitura e se tornar uma ferramenta de democracia popular, com participação de todos os setores da sociedade, e assim, ser capaz de levar a cidade a pensar num processo de desenvolvimento local, autogerido e sustentável.
Joatan Freitas, historiador, professor e militante social