20 de março de 2009

O ASSUNTO É PALHAÇADA

Autor: Jessier Quirino
Adaptação: Razek Seravhat


Meu povo, o assunto é palhaçada. O motivo mais intuito desse meu particular é pra acabar com a palhaçada nas esquinas lamacentas do meu Brasil fatigado. O tempo aqui, meu povo, tá carrancudo e ardente feito caminho de camelo e nós suando mais que pistom de procissão. Honestidade aqui é muita pouca, não dá nos peito dum peba e a alegria é tão pequena que periquito e canário já tá comendo de coca.

Meu povo, o governo diz que tá tudo no controle, mas não caia de bobeira nessa conversinha, não. Palavra de governo é muito mais falso que aperto de candidato em dia de eleição.E pro falar em governo, nós tamo tudo é lascado nesse Brasil de meu Deus: nós só pega presidente mintiroso, estradeiro e mais medroso do que terceiro suplente de merda viva.

E a parlamentaida? Deus o live, meu povo!... ruim que só jerimum cheio d'água: Toma lá rouba da cá, da cá já toma do toma... e a corrupção vexada que só peba em areiaa frouxa. Os partiddo do contra, sem vergonha que só raposa criada em casa faz mais zuada do que namoro de gato... na hora do vamo vê, fica tudo assustado feito homem valente na agulha de enfermeira.

É tanto do ladrão solto, que se o cabra for direito, for pagador e honesto, é arricoso ser preso e apanhar feito couro do cabra pisar tabaco. A vida aqui, meu povo, tá mais cara do que ovo quando é tempo de quaresma e nós mais apertado do que São Jorge curvado na lua quarto minguante. Emprego tá mais difícil que político de palavra, e o pobre do salário mais desvalorizado do que juiz que não vende sentença. Os prefeito mais perdido do que caroço de pitomba perdido em boca de véi e o rumo da vereança bem dizer um rumo só invadir o Kuwait do povo, que vive feito canoa: manobrada pelo fundo e sujeito a afundar. Mas como quem tem perna curta levanta cedo e sai primeiro, aqui tô eu a cavucar vocês mode a gente acabar de vez com toda essa palhaçada.


Meu povo em matéria de promessa, sou desses cabra infalive feito doce de mamão servido em festa de primo, e já paguei a promessa que fiz pra mode casar. Casei-me com Gerolina de Manezim Côco, cabôca chegada ao feio, mas o meu povo sabedor que é, deve tá bem informado, pro cabra vivê em paz tranqüilo e assossegado, é casar com mulher feia e ter cavalo capado.

Sou mais eu do que Zézim Gallaalau: Prefeito de Miss Barreirra Nova_ bonitão e soletrado. Mas pro cabra ser prefeito tem que morar na fronteira, precisa tá sempre alerta. Galalau, abestaalhou-se e vem roubando de forma tão vistosa e amuada que já passa dos dez ano que vai pras europa passar o natal. Mas num vamo destá como tá, espero e confio numa resposta do povo, mode a gente acabar de uma vez com toda essa palhaçada.



O texto e a idéia original é do poeta Jessier Quirino*. O grifo é porque Razek Seravhat ADAPTOU a idéia DO TEXTO.


Jessier Quirino, Poeta nascido em Campina Grande,cidade localizada na Serra da Borborema na nossa querida Paraíba. Autor do livro Bandeira Nordestina e de contos e poemas sertaneijeiros, como ele próprio diz no prefácio do livro.

Um comentário:

  1. A gente tem que acabar com a palhaçada no BRASIL, o temppo aqui ,meu povo, ta carracundo e ardente.É mesmo a honestidade aqui no BRASIL é muito pouca,Ta tendo muita palhaçada aqui no BRASIL tem que acabar com isso!!!xau

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