2 de abril de 2009

DESATANDO O NÓ

Nasceu com a mãe na zona
E o pai no xilindró
Aquele menino viveu desatando nó

Quando ele nasceu
Não disseram que era assim
A lei do mais esperto
Cada um pra si
E ter que dar seu voto
A quem não sabe dividir
Trabalhar feito doido
E o salário daqui
Não dá pra criar
Os cinco barrigudim
Vive dando murro em prego
Pra ser um homem de fato
Se emprestam não lhe pagam
Vive pagando o pato
Tá cheio de malandro
É um ninho de rato
Os mais bobo troca meia
Sem tirar o sapato
Cochilou cachimbo cai
Escorregou fica de quatro
É um cabaré de cego
Dentro de um balaio de gato


Tem que ter cara e coragem
Pra tentar ganhar no grito
Tem gente vendendo a mãe
Tem gente ficando rico
Será o Mercosul
Ou será o benedito?
Quanto mais a moda é feia
Mais o povo acha bonito
Escutador de novela
Promovido a pinico
Os desonesto dentro
E os honesto de fora
Quem trafica enrica
E o justo na tora
No capitalismo
Quem tem água nos olhos
Quando vai no enterro
Se não lhe pagar não chora
Chora se não tiver
Dinheiro vivo em dólar
Chora pra quem morreu
Se lhe pagarem na hora

Olha o cidadão no mundo
No mundo ninguém tá só
Vida de quem tá no mundo
É viver desatando nó
Olhe o nó na madeira
A mentira é um nó
Quem dá nó em goteira
Amarra a sombra com cipó

( Juraildes da Cruz - cantor e compositor - nascido no dia 23 de novembro de 1954 em Aurora do Norte, hoje estado do Tocantins. Seu estilo é extremamente influenciado pelas cantigas de roda, folias de reis e por Luiz Gonzaga e Jackson do Pandeiro.)

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Ternura Sempre...