9 de maio de 2009

SONHOS DE UM “POETAÇO”

Nos versos pés quebrados que eu faço,
Sem rimas e sem métrica,
Revelo minha má veia poética,
..........Que embaraço!

Aos versos os regurgito, sem estética
“Sem regra e sem compasso”,
E a mim servem de laço,
Os meandros da fonética.

Como posso rimar ética com métrica?
.............Ou compasso com laço?
Daí meu embaraço....... que faço?
....Que condição mais tétrica!!!

Quem me dera tivesse Dons poéticos,
De onde pérolas de versos aflorassem
De forma forte e fina, que ficassem
Perfeitamente estruturados e estéticos.

Seria então como se germinassem
Vergéis floridos em meus jardins herméticos,
Poetar versos bons........ não os patéticos
Versos que faço; ....e que predominassem.

E que aos lindos versos que fizesse
Toda a posteridade que os herdassem
Os lesse,... os recitassem e os amassem,
Do modo que gostassem e que quisessem

Que quais dos grandes vates, quem os lessem,
... De pronto os decorassem,
sem importar o tempo que levassem,
... Jamais os esquecessem.

Que em todas as línguas os traduzissem,
Mortas ou vivas,.... e em seus dialetos,
E figurassem seus nomes entre os seletos,
Dos principais poemas que existissem.

E que mesmo outros poetas que os vissem,
Ao declamarem-nos se emocionassem
E assim catalíticos eles ficassem
Contaminando a todos que os ouvissem

E num longínquo futuro onde chegassem,
A milhares de séculos ainda distantes,
Quais de Homero, Virgílio e Cervantes,
Dos catalectos vigentes eles constassem.

Não que aos deles, humildes, se igualassem,
Ou calassem o que antigas musas cantaram
Mas como últimos seguissem aos que ficaram,
E em citações poetas os decantassem.

Que os poemas de amor, eu os fizesse
Transmitindo as emoções que então sentisse
De modos que quem os lesse ou os ouvisse
As emoções que tive,...... ali tivesse

Que minha alma por mais que não partisse,
Desta terra, e por toda ela vagasse
E até o fim dos tempos aqui penasse
A recitá-los em coda canto os ouvisse.

E se entre outras almas que encontrasse,
Quais futuros tirésias, ali estivessem
Todos vates antigos que houvessem
Feito versos quais eu...... e os amasse.

Talvez os seus saberes me ensinassem
Os que de crúzios padres os receberam,
Ou mostrando-me as fontes onde beberam,
Os antigos também me estimulassem.

E que se em outra vida aqui voltasse,
O destino ao trazer-me me trouxesse,
Condições propícias, e eu não tivesse
Que tão cedo trabalhar, mas estudasse.

Que todos os demais erros eu cometesse,
Qual nesta vida os tenho cometido,
E qual reincidente empedernido,
Os castigos novamente eu recebesse.

Mas um único talvez eu não quisesse
Nunca mais cometê-lo novamente,
Parar de estudar.......é indecente,
Este eu consertaria se pudesse.

Poeta: Francisco Egídio Aires Campos

Filiação: Francisco Aires Lobo e Maria Aires Campos, Juazeiro do Norte, CE,
03/03/1944, pseudônimo Chico Arigó.
Escolaridade: curso primário incompleto.

Mais sobre o autor: no Site de Poesias (para quem quiser conferir mais poemas e informações)


Um comentário:

  1. Muito bom o poema. Esse eu não conhecia. E Quantos poetas existem que eu ainda não conheço? Daí a intenção desse espaço ser coletivo. Valeu!

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