21 de dezembro de 2009

Então é natal!


“Então é Natal, e o que você fez?
O ano termina, e nasce outra vez.
Então é Natal, a festa Cristã.
Do velho e do novo, do amor como um todo.
Então bom Natal, e um ano novo também.
Que seja feliz quem, souber o que é o bem”
Cláudio Rabello


Então chegamos a mais um 25 de dezembro. Quantos sóis não foram passados? Quantas luas agraciaram as noites do 25 de dezembro último até este? Enfim a história se repete. É como cantar uma velha canção, ou reler um conto, um poema ou quem sabe um antigo romance do tempo de nossos avós.

As felicitações, os presentes, as roupas, a ceia... nossa! E aquela ligação que desde janeiro último eu me prometia fazer. Agora a farei. Será que o número é o mesmo? De repente nos damos conta de tantas promessas não cumpridas, de tantos desejos massacrados pelo tempo, pela dor, pela incerteza do amanhã, pela descrença em nós mesmos... Quantas perdas! Perdemos o porteiro do prédio, o colega de profissão, o filho da vizinha... Como aconteceu tudo isso? Eu nem vi. Estava tão preocupada que chegasse logo o fim para ver como ficaria o novo começo que me esqueci de viver o dia a dia.

“O ano termina... é natal, a festa cristã.” E terminou o ano realmente. As luzes brilham na cidade, é tanta pompa! As casas estão iluminadas por milhares de lanterninhas e por olhos que brilham ávidos de esperança por dias melhores. “Festa Cristã”! Definitivamente não gosto desse termo. Penso que não seja a festa dos cristãos, e cristão por sinal significa pequeno cristo, então não combina com a vida de tantos que conheço, os quais não sabem direito nem o que seja cristianismo. Prefiro dizer que é a festa de todos os povos, raças, tribos e nações. É a festa do preto, do branco, do pobre, do rico, de quem é divino e de quem é profano também, pois diz a Bíblia que CRISTO veio para os doentes (entenda doentes como sendo pecadores, profanos). É a festa colorida do recomeço, é a oportunidade única de sonhar como o novo, com o impossível.

Lamentavelmente é também a festa do excluído, daquele que nunca soube o sabor de uma ceia natalina. Por isso não gosto do termo “Festa Cristã”, pois se cristã fosse não haveria tantos excluídos. Infelizmente é a festa do capitalismo, do consumismo, de quem tem e pode mais. Sonho eu, porém com a festa socialista, em que todos nós de braços dados ou não (como diz a canção) faremos uma grande, uma enorme festa do amor, do compartilhar, do repartir... E vamos da forma mais pura que pudermos construir um mundo novo, sem pequenos cristos, mas com grandes homens. Sem heróis, pois heróis tiram o brilho de quem os levanta e massacra a quem os fez brilhar.

Como Martin Luther King Júnior diremos:” Agora é o tempo para fazer da justiça uma realidade para todos os filhos de Deus” E mais disse ele:”Eu tenho um sonho que minhas quatro pequenas crianças vão um dia viver em uma nação onde elas não serão julgadas pela cor da pele, mas pelo conteúdo de seu caráter. Eu tenho um sonho hoje!”

Como ele temos um sonho sim, um sonho para HOJE. É NATAL... A FESTA...
Luênia Aderaldo

6 comentários:

  1. Luênia,


    Taí uma excelente reflexão para a nossa escola e nossos alunos cristãos e fundamentalistas.
    Você chega a ser quase genial.

    Um cheiro...

    Queria chamá-la de amiga, mas o poeta que mora cá dentro, me tritura e este mundo do qual fazemos parte me condena, no mais
    (longe de querer ser vidente) muita ternura e resistências para o que ainda enfrentaremos.

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  2. Embora sua mensagem esteja muito bem feita, eu discordo. O Natal é a festa daqueles que seguem a Cristo.

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  3. Obrigada, AMIGO Razec pelas suas palavras, sua aprovação pra mim é como um prêmio. Grande abraço!
    Maria, respeito seu jeito de ver o mundo. Nós somos o que pensamos... se você pensa assim, assim você é... E eu cá, pensando de um jeito diverso do seu também sou...
    Tiago, gostei do pertinente.

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  4. Adorei o texto professora. Como você disse esse sonho é nosso.

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  5. Feliz Natal! ao cristão e ao não cristão.

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Ternura Sempre...