13 de setembro de 2010

Bar da esquina ou Uma crônica cotidiana do não dia.

Bar da esquina ou Uma crônica cotidiana do não dia.

Era magro, de estatura mediana; chegara quase cambaleando à sinuca. Todos o olharam.Ele, como querendo parar, sentou-se próximo ao balcão.
Em único gesto, levantando a mão direita, chamou o garçom. Foi silencioso. O garçom que secava os copos aproximou-se, então o homem lhe falara timidamente, e o garçom fizera força como querendo escutar o que aquele pobre homem falara.
Havia alguns rapazes na sinuca, umas moças bêbadas que riam com cigarro na mão. Já era fim de noite, abate-me de uma curiosidade medonha e fui até ao homem. Chegando ao balcão, pedi ao garçom um gim tônico, olhei para o meu lado esquerdo e fiquei parado sem saber como dirigir-lhe a palavra. Uma das moças bêbadas veio até a ele e pediu o isqueiro. Ele o tirou do bolso e acendeu o cigarro da linda moça.
Respirei fundo, bebi um gole de gim e falei ao homem:
-E aí, o que sucedeu?
Olhara-me:
-Por que as mulheres são tolas e nós somos os imbecis?
-Sabe, às vezes, me questiono sobre isso; respondi a ele.
O homem se levantou, pagou a conta e foi embora. Abaixei a minha cabeça para, logo em seguida, beber mais um gole de gim e voltei a rir com as moças bêbadas, pois aquele homem fez eu entender tudo o que se passará naquela madrugada.

Um comentário:

  1. Difícil até pra comentar. No entanto, não me conformo e arrisco um palpite: Os bares não são tão vazios como dizia Drumonnd... Ou são?

    Ternura Sempre!

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Ternura Sempre...