23 de março de 2012

Budismo moderno


3 comentários:

  1. A música de fundo é interpretada por Bethania cuja a composição pode ser entendida como uma das seis músicas que Caetano fez que merece atenção: chama-se Reconvexo.

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  2. Boa noite...Gostei do poema, mas te pergunto: Porque nao declamas os teus poemas?
    Abraços e levei aquele pequeno poema que oferecestes para Simone martins, esta na lateral do blog. simone martins2...obrigada

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  3. Por que não os meus poemas?

    (Ouvindo Eu apenas queria que você soubesse de Gonzaguinha. Em resposta a querida Poetisa Simone Martins)

    Os poemas que faço não são meus.
    Apenas os faço.
    Os poemas que pensa que são meus
    Na realidade são teus e
    de quem confiar na causa
    Do novo em um novo mundo.
    E não pense que isso é apenas
    uma nova estrofe que compõem
    o poema que ora subescrevo.
    Porque não é.
    Aliás, não sei o que te faz pensar
    Que os poemas que faço são meus.
    Na poesia não cabe o uso
    Da possessividade,
    Pois, o poema não é uma propriedade,
    e como poesia que o é
    não deveria ser tratado como mercadoria.
    Contudo, cometerei aqui mais um contrassenso,
    - É que a mão do capital ainda não me pegou por assalto –
    Mas, é por uma causa justa:
    “Os meus poemas não são meus”
    Entretanto, se o ato de poetar
    Pudesse ser reduzido a um produto
    Com real valor de mercado
    E com milhares de consumidores,
    Ávidos de cobiça para obtê-los,
    Eu te asseguro: eu não os faria.
    E mais, não seria poeta, confesso.
    É por acreditar que a poesia
    É ramo de lutar,
    Lençol a se amassar
    Em azul após noite de amar,
    E chuva em manhas de esperançar
    Que me faço poeta,
    E transformo poesias em poemas.
    Mas o que eu quero mesmo
    É transcrever a história
    Dos povos de farta alegria
    E com raríssimos poemas
    De vida digna.
    Por isso entrego-me a poesia
    E insulto o poeta
    Que dentro de mim está.
    Daí, querer ser dono do poema,
    é fato que sequer passa
    Pelos meus dedos tristes
    quando sorvo versos, cantigas,
    E poema-canção.
    Você alguma vez
    Se perguntou quem é
    o dono do leve soneto
    Que é o marejar?
    Ademais, sou tão sombrio,
    Que jamais ousaria me sentir dono
    Dos “meus poemas”
    A poesia não mereceria tal disparate
    Tão pouco eu faria jus
    A tamanha desfaçatez.
    Quanto aos demais poetas?
    Ora, se pouco sei dizer
    dos “meus”
    Como poderei saber dos poemas
    De outros.
    E desconfio...
    Os “meus poemas” são
    De quem acredita
    que é possível
    conquistar o novo
    em um novo mundo.

    (Razek Seravhat)

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