A música de fundo é interpretada por Bethania cuja a composição pode ser entendida como uma das seis músicas que Caetano fez que merece atenção: chama-se Reconvexo.
Boa noite...Gostei do poema, mas te pergunto: Porque nao declamas os teus poemas? Abraços e levei aquele pequeno poema que oferecestes para Simone martins, esta na lateral do blog. simone martins2...obrigada
(Ouvindo Eu apenas queria que você soubesse de Gonzaguinha. Em resposta a querida Poetisa Simone Martins)
Os poemas que faço não são meus. Apenas os faço. Os poemas que pensa que são meus Na realidade são teus e de quem confiar na causa Do novo em um novo mundo. E não pense que isso é apenas uma nova estrofe que compõem o poema que ora subescrevo. Porque não é. Aliás, não sei o que te faz pensar Que os poemas que faço são meus. Na poesia não cabe o uso Da possessividade, Pois, o poema não é uma propriedade, e como poesia que o é não deveria ser tratado como mercadoria. Contudo, cometerei aqui mais um contrassenso, - É que a mão do capital ainda não me pegou por assalto – Mas, é por uma causa justa: “Os meus poemas não são meus” Entretanto, se o ato de poetar Pudesse ser reduzido a um produto Com real valor de mercado E com milhares de consumidores, Ávidos de cobiça para obtê-los, Eu te asseguro: eu não os faria. E mais, não seria poeta, confesso. É por acreditar que a poesia É ramo de lutar, Lençol a se amassar Em azul após noite de amar, E chuva em manhas de esperançar Que me faço poeta, E transformo poesias em poemas. Mas o que eu quero mesmo É transcrever a história Dos povos de farta alegria E com raríssimos poemas De vida digna. Por isso entrego-me a poesia E insulto o poeta Que dentro de mim está. Daí, querer ser dono do poema, é fato que sequer passa Pelos meus dedos tristes quando sorvo versos, cantigas, E poema-canção. Você alguma vez Se perguntou quem é o dono do leve soneto Que é o marejar? Ademais, sou tão sombrio, Que jamais ousaria me sentir dono Dos “meus poemas” A poesia não mereceria tal disparate Tão pouco eu faria jus A tamanha desfaçatez. Quanto aos demais poetas? Ora, se pouco sei dizer dos “meus” Como poderei saber dos poemas De outros. E desconfio... Os “meus poemas” são De quem acredita que é possível conquistar o novo em um novo mundo.
A música de fundo é interpretada por Bethania cuja a composição pode ser entendida como uma das seis músicas que Caetano fez que merece atenção: chama-se Reconvexo.
ResponderExcluirBoa noite...Gostei do poema, mas te pergunto: Porque nao declamas os teus poemas?
ResponderExcluirAbraços e levei aquele pequeno poema que oferecestes para Simone martins, esta na lateral do blog. simone martins2...obrigada
Por que não os meus poemas?
ResponderExcluir(Ouvindo Eu apenas queria que você soubesse de Gonzaguinha. Em resposta a querida Poetisa Simone Martins)
Os poemas que faço não são meus.
Apenas os faço.
Os poemas que pensa que são meus
Na realidade são teus e
de quem confiar na causa
Do novo em um novo mundo.
E não pense que isso é apenas
uma nova estrofe que compõem
o poema que ora subescrevo.
Porque não é.
Aliás, não sei o que te faz pensar
Que os poemas que faço são meus.
Na poesia não cabe o uso
Da possessividade,
Pois, o poema não é uma propriedade,
e como poesia que o é
não deveria ser tratado como mercadoria.
Contudo, cometerei aqui mais um contrassenso,
- É que a mão do capital ainda não me pegou por assalto –
Mas, é por uma causa justa:
“Os meus poemas não são meus”
Entretanto, se o ato de poetar
Pudesse ser reduzido a um produto
Com real valor de mercado
E com milhares de consumidores,
Ávidos de cobiça para obtê-los,
Eu te asseguro: eu não os faria.
E mais, não seria poeta, confesso.
É por acreditar que a poesia
É ramo de lutar,
Lençol a se amassar
Em azul após noite de amar,
E chuva em manhas de esperançar
Que me faço poeta,
E transformo poesias em poemas.
Mas o que eu quero mesmo
É transcrever a história
Dos povos de farta alegria
E com raríssimos poemas
De vida digna.
Por isso entrego-me a poesia
E insulto o poeta
Que dentro de mim está.
Daí, querer ser dono do poema,
é fato que sequer passa
Pelos meus dedos tristes
quando sorvo versos, cantigas,
E poema-canção.
Você alguma vez
Se perguntou quem é
o dono do leve soneto
Que é o marejar?
Ademais, sou tão sombrio,
Que jamais ousaria me sentir dono
Dos “meus poemas”
A poesia não mereceria tal disparate
Tão pouco eu faria jus
A tamanha desfaçatez.
Quanto aos demais poetas?
Ora, se pouco sei dizer
dos “meus”
Como poderei saber dos poemas
De outros.
E desconfio...
Os “meus poemas” são
De quem acredita
que é possível
conquistar o novo
em um novo mundo.
(Razek Seravhat)