25 de dezembro de 2010
É Possível...
não me calar diante da injustiça
que não por acaso,
reina por todo canto que passo.
Acredito, também,
que é urgente,
não só o despertar
mas, sobretudo,
o construir e o solidificar
dos sentimentos comprometidos
com o bem viver coletivo.
E acredito nisso com a delicadeza
de uma criança que é “amamentada por sua mãe”
e com a relevância de um homem
que a noite se deita e sente em seu corpo
as marcas nuas de seu semelhante
do qual teima em transformá-lo.
( gente se transforma mutuamente)
Sei que um novo e melhor mundo virá,
e não será por milagre,
mas por iniciativa de nossa organização.
E isto, que fique bem claro,
não é apenas uma esperança,
é a certeza plena de que gente é gente
não só pra lutar mas pra viver com confiança.
Aos indiferentes,
eu respondo com a terna poesia
que sempre busco
repartindo com eles,
não só o amor que persigo,
mas, também, o novo e melhor mundo
que virá envolto
a uma clara evidência:
ser feliz é fruto da capacidade
de se proteger das limitações do outro
e de se re-encantar com as possibilidades
que a vida nos apresenta.
(Razek Seravhat)
19 de dezembro de 2010
SILÊNCIO
Perguntas são,
Somente são.
Existem,
revelam-se em vão.
Respostas prontas?
Dissimulação!
Palavras quantas,
frases insanas.
"O silêncio fere, constrange
a razão". Ilusão!
Sonho, desejo calado, por si, então,
amordaçados estão?
Aflição!
Calma, rouca, boca.
Provocadora!
Em mim, dentro, toda
Provoca dor, indecisão.
11 de dezembro de 2010
Para refletir.
2. A maternidade e a infância têm direito a cuidados e assistência especiais. Todas as crianças nascidas dentro ou fora do matrimônio, gozarão da mesma proteção social.
7 de dezembro de 2010
6 de dezembro de 2010
ATÉ TU, CRISTO?
Finalmente, o Estado resolveu o problema da violência do narcotráfico no Rio de Janeiro. Foi só aumentar a violência do Estado maquiavélico em detrimento da educação, saúde, lazer, cultura, esporte. Violência se paga com violência, graças a Deus, a Pátria e a Família?
Veja mais no BLOG CARCARÁ REI: http://carcararei.blogspot.com/
Poema para recomeçar
foi destruído pétala por pétala.
Aquela perseverança própria da semente
desgerminou, não mais brotou...
Reduziu-se a pó
Deixaram a vida morrer,
o colorido desbotar,
o beija-flor não beijar,
o coração corromper-se.
(Razek Seravhat)
27 de novembro de 2010
água, pedra e sal
Que é simples marfim
Nesse chão principal
Há algo no animal que não tem a perder
Já que o prazer de viver
É água, pedra e sal.
23 de novembro de 2010
Resposta
Poetisa não. Poeta!
Com toda a minha loucura
e esta eterna ternura
que coabitam minha calma.
Ora Jean Cocteau,o papel funcional da poesia
é aliviar os poetas das dores e desilusões que seriam desaproveitadas.
Quem disse que não é arte escrever sobre a alma?
22 de novembro de 2010
Asu, carne de cachorro
A questão é que, ao mesmo tempo em que a gente ficava muito feliz com aumento da família, sabíamos que o trabalho em Timor já estava no fim e, querendo ou não, contávamos os dias para voltar para o Brasil. A alegria logo se transformou também em preocupação, já que neste país não se costuma criar cães como animais de estimação, e a gente sabe o que isso significa na vida dos bichos.
Na madrugada de sábado para domingo, Grazi ouviu uns grunhidos da cadela e no dia seguinte a barriguinha da danada estava mesmo vazia.
- Eu cho que Dulcinéia deu cria.
- Que é isso, moça, eu não vi nem um filhote no jardim.
Mas foi só eu ir cortar as folhas da bananeira pra bichinha aparecer aos latidos e saltitante, fazendo que ia correr, como se quisesse me mostrar alguma coisa. E foi, no meio dos entulhos da dispensa, num local mais quieto e quentinho, estavam lá, as cinco bolinhas de pelo dela.
Na segunda-feira, amanheci decidida a encontrar um novo lar para os filhotes quando topei com a professora Maria na Escola.
- Professora, minha cachorrinha deu cria. Estou tão preocupada, porque não tenho com quem deixar. A senhora não sabe quem gostaria de ter cachorrinhos?
- A professora pode deixar todos comigo.
Fiz cara de surpresa.
- Mas ficar com todos?
- Eu tenho uma casa grande em Liquiça, cheia de crianças, pode deixar.
- Ah, então antes de ir embora tenho que dar um jeito de ir até às montanhas pra deixá-los na sua casa.
- Não precisa, professora, pode deixar que venho buscar em Díli.
Pois num é que consegui resolver o caso ligeirinho? Cheguei em casa, pus comida pros cachorros...
- Oh, Graziela, será que a D. Maria de Fátima come cachorro?
21 de novembro de 2010
Impávido
Jogue fora o embaraço.Não durma!!! Seja de aço (para viver o que não viveu).
Sempre há muito o que saber;
sim,"todos um dia vamos morrer",
mas não pense nisso agora!
Então,corra como o vento,
aproveite o seu momento,
desfrute a sua hora!
20 de novembro de 2010
do lado que não se mostra
do verso e da prosa
de noites sem dormir...
aquela que era encanto
hoje é desejo e pranto
saudade sem esperança
numa mulher,uma criança
uma dança que eu nunca vi.
um braseiro de vontade
calmaria em tempestade
de amor em solidão
o poema inacabado
o verso que entorna o fado
o rosto triste que abriga os olhos
do espírito despedaçado...
sem nome
A vida passa...e eu dou-lhe "bom-dia" à janela,na padaria...salve o pão de cada dia!!
Bendita seja toda loucura,dessa minha tola procura por coisa que não existe,abandonada.
Hoje sou mais lobisomem que sereia,encontrei meu recanto à lua cheia e uivo de nostalgia.
Gastando a vida na tentativa de ser um dia,algo que comigo não combinaria.
Se sou urso polar,o mundo vira Atlântico Sul.
Se sou Pólo Norte,o mundo vira pinguim!
E vagando pela vida assim,uma soma de eu mais não sei quem...
Uma procura que não tem fim.
19 de novembro de 2010
18 de novembro de 2010
A CARTA DA TERRA
A CARTA DA TERRA
16 de novembro de 2010
QUANDO SECAR O RIO DE MINHA INFÂNCIA (poema)
QUANDO SECAR O RIO DE MINHA INFÂNCIA
SECARÁ TODA DOR.
QUANDO OS REGATOS LÍMPIDOS DO MEU SER SECAR,
MINH'ALMA PERDERÁ SUA FORÇA.
BUSCAREI, ENTÃO, PASTAGENS DISTANTES
- LÁ ONDE O ÓDIO NÃO TEM TETO PARA REPOUSAR.
ALI, ERGUEREI UMA TENDA JUNTO AOS BOSQUES,
TODAS AS TARDES ME DEITAREI NA RELVA,
E NOS DIAS SILENCIOSOS FAREI MINHA ORAÇÃO:
MEU ETERNO CANTO DE AMOR: EXPRESSÃO PURA DE MINHA
MAIS PROFUNDA ANGÚSTIA
NOS DIAS PRIMAVERIS, COLHEREI FLORES
PARA MEU JARDIM DA SAUDADE.
ASSIM, EXTERMINAREI A LEMBRANÇA DE UM PASSADO SOMBRIO.
(PARIS, 12 DE OUTUBRO DE 1972. POEMA DE FREI TITO DE ALENCAR, ENCONTRADO DEPOIS DE SUA MORTE NO QUARTO ONDE MORAVA. UM JOVEM FRADE, ALEGRE, BEM-HUMORADO, É PRESO DOIS MESES DEPOIS DE COMPLETAR 24 ANOS, ACUSADO DE SUBVERSÃO. TORTURADO IMPLACAVELMENTE, FREI TITO NUNCA MAIS CONSEGUIRIA APAGAR DO CORPO - E DA ALMA - AS MARCAS DA CRUELDADE DE QUE FOI VÍTIMA. SUA MORTE FICOU PARA A HISTÓRIA COMO UM DOS CAPÍTULOS MAIS CONTUNDENTES DO TERROR PATROCINADO PELA DITADURA MILITAR BRASILEIRA. EXTRAÍDO DO LIVRO "FREI TITO" DE SOCORRO ACIOLI. EDIÇÕES DEMÓCRITO ROCHA.)
14 de novembro de 2010
Plínio de Arruda Sampaio lança livro na próxima quarta-feira.
Em debate de lançamento, Plínio discutirá algumas questões centrais de seu novo livro, como: quem são os políticos brasileiros? Por que é importante acompanhar os projetos políticos? Como construir atitudes coletivas?
Na próxima quarta-feira, dia 17 de novembro, Plínio Arruda Sampaio lança o livro "Por que participar da política?", pela Editora Sarandi. Com direito a uma palestra do autor, o lançamento terá início às 19h30, na sede do Sindicato dos Professores da Rede Estadual de São Paulo (Praça da República, 282 – Centro/SP, ao lado do metrô).
O livro aborda a formação do Estado brasileiro, os sistemas de governo parlamentarista e presidencialista, a Nova República e os impactos cotidianos da ação política na vida dos brasileiros. Dividido em sete capítulos distribuídos em 64 páginas, a brochura é um convite a que os leitores, especialmente a juventude, conheçam e participem da vida política nacional. O questionamento central da obra é: “o que perdemos por nos desinteressar da política e o que ganhamos procurando entendê-la?”
Aos 80 anos e após percorrer o Brasil de Norte a Sul como candidato do PSOL à presidência da República em 2010, Plínio reitera neste livro seu apreço à organização dos trabalhadores para construir um projeto de superação das mazelas que marcam a história de nosso país – a segregação social e a dependência externa – e avançar em direção ao socialismo.
Plínio Sampaio também é autor de "O capital estrangeiro na agricultura" (1977), "Construindo o Poder Popular" (1982), “O Brasil pode dar certo” (1994), "O que é corrupção" (2010) e dezenas de artigos sobre a realidade brasileira.
10 de novembro de 2010
GRITO DE UMA GUERREIRA

Senti o peso do Estado sobre mim;
Senti o peso do Judiciário sobre mim;
Senti o peso do agronegócio da cana-de-açúcar, que não tem nada de doce, sobre mim;
Em alguns momentos a Cruz também pesava sobre meus ombros.
Qual o mal que eu fiz?
Será que é porque eu sou uma pescadora artesanal?
Será que é pelo fato de nascer e me criar em terras públicas e não ter o título de propriedade?
Será que é pelo fato de não aguentar ver os peixinhos, os caranguejos e os siris mortos pelo vinhoto fedorento da usina e ter que denunciar incansavelmente?
Porque querem tirar das ilhas eu e minha irmã, igual tiraram as 51 famílias que aqui viviam?
Porque querem cortar nossas raízes?
Porque querem nos des-terrar e nos des-águar?
Vocês sabiam que um peixe não vive foram d'água e nem a gente fora do manguezal?
É por isso que vários já morreram depois que foram expulsos das ilhas!
É por isso que Dona Antônia todo os dias sonha com as ilhas! Ela teve derrame e pede todos os dias para Deus levá-la. Dona Cosma também teve derrame!
É por isso que Seu Ivanildo, Dona Antônia, Seu Cavoeiro, Dona Zeza… tomam comprimido para pressão, hábito que não tinha quando moravam nas ilhas.
Será que querem nos matar?!
“Quem me matou foi a usina quando me tirou das ilhas”, uma vez respondeu pra mim Dona Antônia.
Estou sendo obrigada a sair das ilhas, eu e minha irmã.
Não me imagino fora daqui!
Não quero ir para a rua passar fome como os que foram expulsos!
A única coisa que a usina promete e cumpre é a nossa expulsão e uma vida de miséria.
Senti o peso do Estado sobre mim;
Senti o peso do Judiciário sobre mim;
Senti o peso do agronegócio da cana-de-açúcar, que não tem nada de doce, sobre mim;
Em alguns momentos a Cruz também pesava sobre meus ombros.
VOLTO!
VOLTAREMOS!
VAMOS VOLTAR!
SIM, SOU GUERREIRA DAS ILHAS!
Recife, 09 de novembro de 2010.
Dia em que tudo se preparava para a retirada de Maria de Nazareth e Maria das Dores (Graça) das ilhas de Sirinhaém, lugar em que outras 51 famílias também viviam e foram expulsas pela Usina Trapiche. Nazareth e Graça nasceram e se criaram na Ilha Constantino.
Comissão Pastoral da Terra - NE II
Setor de Comunicação e documentação
Contatos: (81) 9663.2716/ (81) 3231.4445
comunicacaocptpe@yahoo.com.br
www.cptpe.org.br
4 de novembro de 2010
O porquê da violência
O preconceito não tem apenas um lado antagônico, trata-se de uma artimanha de nossa mente, construída pelo medo e que, provavelmente, já nos livrou de muitas enrascadas durante toda a vida. A falta de preconceito, no entanto, tem muito mais a ensinar. Nós nos preparamos para o assalto, e logo em seguida recebemos um gentil “Boa noite!”, estávamos em Díli, capital do Timor-Leste.
Apesar de Timor ter passado recentemente pela violenta dominação indonésia (que durou 25 anos) e de ter sido reconstruído praticamente do zero a dez anos atrás, sua população se alimentar praticamente todos os dias apenas de arroz e alguns poucos vegetais, Timor-Leste não é um lugar perigoso para se viver.
Com incríveis marcas de até quatro assassinatos por mês para uma população de mais de 200 mil habitantes na capital, me sinto profundamente constrangida de ser natural de uma cidade com quinze assassinatos por final de semana. E o pior é saber que Fortaleza não é a cidade mais violenta do Brasil.
Como professora, muitas coisas aprendi no meu fazer docente, Timor-Leste tem me ensinado bastante sobre o valor da vida, mas saio daqui, aliás, como muitos brasileiros que vivem no exterior, com total horror a nossa violência. Sendo esta uma das principais razões para, mesmo estando em lugar muito pobre e que praticamente só possui um hospital em condições mínimas de atendimento, não ter shoppings centers, fast foods, etc. meu coração se bambear para não querer voltar ao Brasil.
Certamente, alguns estão se perguntando qual o segredo deste lugar, mas eu não tenho respostas fundamentadas em dados científicos. Mas uma coisa eu tenho certeza, que isto não acontece por conta do contingente policial existente, até porque, como tudo em Timor, este ainda está engatinhando e o que se vêem são apenas carros das Nações Unidas passando nas poucas ruas principais que existem. Aponto, entretanto, algo que é a maior característica do povo timorense: o amor aos seus valores culturais. E a cultura timorense compreende paciência, respeito quase que religioso aos mais velhos e um senso de coletividade que eu nunca vi igual e que as crianças aprendem desde pequenas.
30 de outubro de 2010

Ah que saudade da maresia
Da ventania que corria sobre o cais
Ah, saudade daqueles tempos
Que corria sem medo de encontrar
Saudade do céu azul que hoje é cinza
do cheiro de terra molhada
e o prazer em viver que eu sentia
de olhar no porto
sendo louca, esperando o teu barco chegar.
Ah, porque não voltaste para meus braços
Como antes fazia, quando me olhavas ao longe
No mar me comia e eu delirava com seu olhar.
Porque se deixou naufragar,
me deixando ao relento
a beira do mar.
Bia Magalhães
29 de outubro de 2010
João da Cruz e Souza
Intolerância e incompreensão. São dois atributos que definem o que fizeram com o maior representante do simbolismo brasileiro: João da Cruz e Souza. Nascido na ilha que é hoje conhecida como Florianópolis, Cruz e Souza morreu dois anos antes da virada do século XX, mas antes deixou um legado de poesia que tem sido resgatado depois de passado, aproximadamente, longos cem anos do seu passamento. Sabe-se que o poeta simbolista enclausura-se no seu ideal de poesia e não se deixa contaminar pelo desencantamento que é viver num mundo de guerras constantes e conflitos intensos. No caso de Cruz e Souza, é provável que esta regra também seja válida. Ainda assim, essa característica não diminui a importância da sua poesia para a literatura. O livro Broqueis, datado de 1893 reúne alguns dos mais relevantes poemas do simbolismo no Brasil. “Antífona”, é o poema que inaugura o livro e visa sintetizar o sentimento dessa corrente literária. Nunca é demais lembrar que o místico e o espiritual sempre foram uma constante tanto na poética de Cruz e Souza como nos demais poetas que figuraram neste estilo fundamentalmente poético. Digno de nota é a curiosa inovação ocorrida e consagrada no simbolismo. O emprego de letras maiúsculas no meio de versos. Como se pode constatar na obra do poeta que ficou conhecido como o “*Cisne Negro”. Confira, abaixo, a última estrofe do poema Antífona.
Tudo! vivo e nervoso e quente e forte,
Nos turbilhões quiméricos do Sonho,
Passe, cantando, ante o perfil medonho
E o tropel cabalístico da Morte...
22 de outubro de 2010
Camaradas: Michael Lowy hoje no PSOL Ce.
Camaradas: AMBEV persegue sindicalista de luta, Joaquim "Boc...
José Arbex renuncia ao Conselho Editorial do Jornal Brasil de Fato
Tenho dois comentários e algumas considerações:
1. Tecnicamente, o jornal atingiu o auge. A apresentação está tecnicamente perfeita, bonita, agradável, acessível.
2. Politicamente, o jornal também atingiu o auge, no sentido de ter chegado a um limite: não se trata mais de um jornal, mas sim de um panfleto especial sobre as eleições. Para mim, isso significa a morte do jornal Brasil de Fato e o nascimento oficial de mais um órgão chapa branca. Um órgão tecnicamente perfeito, mas politicamente subordinado ao lulismo.
Sem entrar no mérito das posições, é conhecido o fato de que vários setores da esquerda não apoiam a candidatura Dilma, embora sejam contrários à candidatura Serra. Plínio de Arruda Sampaio, por exemplo, acaba de lançar um manifesto propondo o voto nulo. Eu mesmo me manifestei contrário ao apoio a Dilma, embora não tenha defendido o voto nulo. E a posição dos companheiros da Refundação Comunista é favorável ao voto em Dilma, mas com todos os "mas", "senões" e "talvez" que desaparecem da edição especial: o lema da Refundação, se não estou enganado, é: "derrotar Serra nas urnas e a Dilma nas ruas", o que está longe de transformar Dilma em ícone da redenção nacional (coisa que a edição especial faz, na pratica, sem o menor pudor).
O jornal Brasil de Fato, obviamente, só considera digna de publicação no especial sobre as eleições a posição que apoia explicitamente a candidatura Dilma. O jornal Brasil de Fato, ao fazê-lo, pratica a mesma operação que Altamiro Borges corretamente critica na própria edição especial, só que inverte o sinal: o Brasil de Fato se torna um palanque para a Dilma, precisamente como a "grande mídia" é um palanque de Serra. Pior ainda: ao considerar legítima e merecedora de publicação apenas uma determinada posição, descartando liminarmente todas as outras que existem no interior do Conselho Editorial, o jornal passa a impressão pública (exposta em 2 milhões de exemplares) de que há uma unanimidade no interior do conselho: trata-se de uma prática sórdida e bem conhecida, consagrada na época que um certo Josef comandava o regime de terror na URSS.
Diante disso, minha posição na Conselho Editorial se torna insustentável. Sei que ocorreu algo semelhante em 2006, mas voltei a integrar o jornal, na época, por considerar que o MST era muito maior, muito mais importante, muito mais vital do que eventuais divergências. Só que a situação agora é qualitativamente nova. O jornal Brasil de Fato transformou-se num planfletão lulista, e isso marca – na minha opinião, obviamente - reflexo de um processo de desmantelamento histórico do MST e de ruptura de uma boa parte da esquerda com sua própria história e princípios éticos. Trata-se de uma debandada tão grande e imunda que permite, entre outras coisas, que lideranças da "esquerda" declarem sem ruborizar o seu apoio ao agronegócio, à aliança com os neocompanheiros José Sarney e Michel Temer e o acobertamento cúmplice e conivente de manobras sórdidas nos corredores palacianos.
Já abordei várias vezes esse tema em reunião do Conselho Editorial e nunca fui levado suficientemente a sério. O MST, que era – sempre na minha opinião – o último grande bastião de resistência à cooptação oficial, está claramente sendo triturado pela máquina do Estado terrorista brasileiro, agora operada pelo lulismo. E tudo em nome do... "combate à direita"! A frase "Dilma não é o governo dos nossos sonhos, mas Serra é o governo de nossos pesadelos", que consagra a posição editorial assumida pelo jornal, pode ser um bom achado de marketing, um ótimo recurso de oratória, uma bela saída para escapar de um dilema político. Mas se o critério for a boa oratória, que se convoque então Carlos Lacerda. Ele tem ótimas lições a dar nesse campo.
Não vou ser cúmplice disso. Nesse mesmo sentido – e embora não seja essa lista o palco para esse debate – coloco em questão a legitimidade de minha permanência à frente da Associação dos Amigos da Escola Nacional Florestan Fernandes (e por isso envio esta carta com cópia à diretoria da AAENFF, a quem peço que remete ao conjunto de seus associados). Encaminho também a algumas outras listas, para que se marque publicamente a minha ruptura com esse trágico desfecho.
Aos vencedores, as batatas.
Abs
jose arbex
link do jornal:
http://www.brasildefato.com.br/node/4460
17 de outubro de 2010
16 de outubro de 2010
11 de outubro de 2010
Poema de Leonardo Sampaio/por Nina Gonçalves
Eu vi na minha terra natal
A garota mais bela do lugar
De corpo lindo e perfeito
E faceira no andar
Com belos olhos castanhos
Pra todos admirar.
Mais havia grande defeito
Para o povo daquele lugar
Porque tinha pele negra
Não podia se misturar
Com as minas de cor branca
Nem ao menos coroar
A santa virgem Maria.
Porém um dia resolveram
A negra virar anjo
E de branco lhe pintaram
E colocaram-na no altar
Todos queriam saber
Quem era aquela donzela
Com tanta simpatia
De onde ela viera
Parecendo a virgem Maria.
Na hora de coroar
Os panos dessem no braço
E a pele preta aparece
Virou um grande alvoroço
A festa da coroação
Queriam saber agora
Quem falsificou o anjo
Como pode uma negra dessa
Coroar nossa senhora?
Naquele momento então
O racismo prevaleceu
A menina foi escondida
Porque o público correu
Para o lado do altar
Querendo lhe crucificar
Do jeito que Jesus morreu.
Essa história é verdadeira
Em Abaiara foi o canto
No Cariri do Ceará
Onde uma negra com seu manto
Fez um grande milagre
Com a hóstia saindo sangue
Mas o padre é quem vira santo.
7 de outubro de 2010
26 de setembro de 2010
25 de setembro de 2010
Quem já na CASA CIVIL um ESTADO desmantelado ?
Ninguém sabe quem é vítima ou vilão
E o chefe não se mete em confusão
PULA fora da espatifaria
E só volta quando tudo se esfria
Quem na CASA CIVIL viu ESTADO
ERENICE que daria o resultado
Mas, a turma tá dizendo que não erra
Ou DECIDE DILMA VEZ OU SE ENSERRA
Dessa farra realmente o culpado
Se os dados fiscais dos candidatos
Fossem abertos, para população
Numa ampla e fiel divulgação
O acesso para todos(a) era de fato
Uma arma pra evitar espúrios atos
E na Casa civil e no Estado
O corrupto estaria descartado
Pra bem longe procurar a sua terra
De uma vez se decide e se encerra
Era nisso que daria o resultado
Barbalha/Ce, 24 de setembro de 2010,
Francisco de Assis Tiquinho
20 de setembro de 2010
Cinismo de uns ingenuidade de muitos
A milionária “Integração Cearense”
Documentos em poder da Polícia Federal envolvem o governador do Ceará, Cid Gomes, e seu irmão, o deputado Ciro Gomes (PSB) em um esquema de corrupção que desviou 300 milhões de reais das prefeituras do estado entre 2003 e o fim do ano passado. Raimundo Morais Filho, empresário que participava da lambança, deixou tudo registrado em 27 gigas de memória, de que VEJA tem cópia. Laurélia Cavalcante, delegada federal que investiga o caso, foi atropelada por um carro não-identificado nas ruas de Fortaleza. Morais Filho escreveu um outro relato em que se diz ameaçado.
Cid nega qualquer irregularidade. Ciro, que já anunciou a disposição de construir “uma nova hegemonia moral e intelectual no país” diz não conhecer o empresário: “Jamais fiz com ele ou com qualquer pessoa essa sórdida prática que estão querendo me imputar”.
19 de setembro de 2010
Anti-manifesto dos Mortais do Lenitivo
“Não tenhamos pressa, mas não percamos tempo” ( José Saramago)
O Lenitivo, que pretende ser um instrumento de construção do mundo melhor por meio das artes, conta atualmente com sessenta e nove membros, sendo vinte e seis do sexo feminino e quarenta três do sexo oposto, optamos por distribuir assim por que diferenciamos sexo de sexualidade.
Por conta do ritmo de uma vida que não nos dá condições de ter lazer, o Lenitivo, não pode ser uma ferramenta meramente dedicada às artes. Portanto, continuemos nossas atividades em busca do envolvimento de “seres amigos” na tentativa de se conquistar a tão deseja felicidade social, coletiva, e assim podermos dedicar mais tempo de nossas vidas, ao campo da arte.
Apesar da escassez de tempo, da violência que nos assusta, da humanidade que nos amedronta e de Deus que já fez a parte dele nos trazendo pra este belo Planeta, permanecemos firmes no propósito de fazer surgir um "NOVO TEMPO".
Adendo I: Considerando que “Deus" não fez nada, nem a suposta "parte dele", Nós mortais humanos não somos produtos de "Deus", não somos predicados, embora limitados, somos sujeitos do processo histórico! E o Lenitivo não precisa ser provinciano e por isso não toma partido no sentimento religioso! Que cada mortal o faça individualmente. Pelo amor de Deus!
Dito isso, o Lenitivo passa a funcionar com a seguinte estrutura:
O Lenitivo compõe-se de cem mortais cujos ensinamentos serão todos imortais. Por ser uma agremiação que propõe o surgir de um novo tempo não haverá hierarquia. E todos os mortais terão os mesmos direitos.
Para cada mortal será reservado um espaço virtual que receberá a denominação de um movimento social que seja ou que tenha tido como caráter prioritário, a rebeldia diante das injustiças, a indignação por conta da opressão que se faz às minorias ou por se demonstrar em prol do anticapitalismo. Optou-se pelo o nome do movimento e não pelo nome da figura que mais se destacou no movimento escolhido, por discordarmos do personalismo.
Caso o número de mortais exceda a quantidade de movimentos que tenham esta característica, então, o espaço virtual será denominado com um movimento de cunho artístico-cultural.
Nenhum mortal poderá ser expulso mesmo que contrarie os princípios básicos do Lenitivo: o internacionalismo e o anticapitalismo. Não é com a punição que se aprende e sim com convencimentos, perseveranças e argumentos.
Os mortais do Lenitivo encontrar-se-ão uma vez por ano num evento que se chamará Recital de Janeiro e o comparecimento de cada mortal é facultativo. Por sermos a favor da liberdade nada será proibido nem tão pouco obrigatório.
O lenitivocultural.blogspot.com será o veiculo de comunicação, dos mortais do lenitivo.
No Recital de Janeiro será escolhido um mediador que se encarregará de atualizar o lenitivocultural.blogspot.com e sua mediação terá duração de um ano podendo ou não ser prorrogado. O que não impede de outros mortais também colaborarem com esta atualização.
Todos os mortais do lenitivo são por princípio e não por imposição, anticapitalistas, libertários e internacionalistas, portanto, respeitam e defendem qualquer tipo de “manifestação” ambiental, cultural e sexual.
Quando o mediador tiver que tomar alguma decisão importante a respeito do Lenitivo ele deverá consultar por meio de mensagens eletrônicas todos os mortais e deverá considerar como não as mensagens que não foram respondidas.
Se houver alguma urgência ou divergência, caberá ao mediador uma atitude tendo como norte os dois princípios básicos do Lenitivo, e que estará sujeita à contestação de qualquer mortal, afinal, pra que serve um mediador senão pra mediar e com sabedoria?
Desse modo, ficam assim distribuídos os Espaços Virtuais com seus respectivos Mortais:
1. A rebelião indígena em Chiapas – Adelita Monteiro
2. Caldeirão – Adriana Martins
3. Canudos – Adriano Mossoró
4. Revolução Praieira – Airton de Maria
5. MST – Aldo Filho
6. Revolução Russa – Alexandre Uchôa
7. Revolução dos Cravos – Ana Lídia
8. Comuna de Paris – Andreia Lopez
9. Movimento al Socialismo( MAS) – Angeline Carolino
10. Caminho chileno para o socialismo – Anita Abrantes
11.Maio de 68 e os situacionistas – Aurisleide Mourão
12. Revolução zapatista no México – Cícero André
13. Intentona comunista no Brasil – Cleyton Nunes
14. Coluna Prestes – Carlos Alberto Ribeiro
15. Cangaço de Lampião – Edmar Filho
16. Feminismo – Eliosmar Barros
17. Revolução cubana – Erika Gomes
18. Organização da mulher angolona – Flávio Zoetrope
19. Confederação do Equador – Francisco Soares
20. Negritude – Francisco de Assis
21. Revolta do contestado – Gladcya Félix
22. Revolta da Chibata – Graça Mello
23. Revolta dos Males – Jairton Braga
24. Movimento dos Negros Norte-americanos – João Adolfo
25. Resistência dos Indígenas Amaru – João Paulo
26. Cultura engajada – Joatan Júnior
27. Revolução sexual – Josian Morais
28. Anarquismo libertário – Juliana Freitas
29.Guerra de movimento – Júlio César
30. Anarquismo pacifista – Kacá Maciel
31. Semana de Arte Moderna – Lane lima
32. Grêmio Literário – Razek Seravhat
33. Padaria Espiritual – Leonardo L.V.C
34. Cubismo – Luiza Alice
35. Dadaísmo – Luiza Nunes
36. Futurismo – Lucio Leon
37. Surrealismo – Maicon Wender
38. Romantismo Revolucionário – Luênia Aderaldo
39. Revolta da Vacina – Chrystian Marques
40. Barroco – Camilla Borges
41. Bucolismo – Milena Vanessa
42. Poesia Moderna – Natália Aguiar
43. Movimento matemática divertida – Nildes de Maria
44. Poesia Concreta – Nertan Dias
45. Poesia Marginal – Elaine Meireles
46. Simbolismo – Nina Gonçalves
47.Naturalismo – Alessandro Pascoal
48. Realismo – Pollyanne Schenato
49. Pedagogia Crítica – Lilian de Maria
50. Teologia da Libertação – Roberto Cunha
51.Teatro Épico – Juan de Brechó
52.Teatro do Oprimido – Renan Rodrigues
53. Pessoal do Ceará – Roberto Leite
54. Movimento Etnomatemática – Ruben Mousinho
55. Poesia Crítica – Jonas Serafim
56. Heliocentrismo – Simone Souza
57.Crítica Radical – Thadeu Albuquerque
58 Movimentos libertários dos anos 60 – Tiago Silva
59 Liga Campesina – Moésio Mota
60 Movimento antropofágico – Vilamarc Carnaúba
61Poesia Pau Brasil – Wadson Tavares
62 Ciência e sociedade – Waltécio de Oliveira
63Anarquismo Coletivista – William Rodrigues
64 Construtivismo – Wilton Andrade
65 Comitê emergencial de cientistas atômicos – Flávio Tupy
66. Guerra dos Farrapos - Cleidelene Oliveira
67.Literatura de Cordel – Halifas Quaresma
68. Socialismo utópico – Bia Magalhães
69. Ultraromântismo – Laura Virgínia
70. Massafeira – Victor Emmanuel
71. Movimento pela diversidade
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Juazeiro do Norte, 10 de Setembro de 2010